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Um mundo de máscaras – Educar e Cuidar



A seguinte contribuição faz parte da iniciativa Educar e Cuidar [clique e saiba mais]
e é de inteira responsabilidade do autor do texto. Contribua você também!

Henrique Fernandes da Silva
Acadêmico do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia – Universidade Federal de Santa Maria
 

Que o mundo passa por uma pandemia já não é novidade; novidade é ver como isso mudou nossas vidas, hábitos e o que possivelmente se verá amanhã. Foi numa simples ida ao mercado que tive esse estalar de realidade. Ao meu lado, uma senhora comprava arroz. Mais a frente, em outro corredor, uma criança pequena pedia insistentemente a sua mãe por uma barra de chocolate. Na fila, um jovem adulto discutia com a caixa por um preço etiquetado de maneira errada. O que me todos tinham em comum? a máscara. 

Evidente que tirar as máscaras em público não é uma opção no momento que estamos, seria imprudente quiçá sugerir tal coisa. Trago aqui uma reflexão sobre uma possibilidade do amanhã. Peço para que você, que está lendo, faça esse exercício de imaginação junto a mim.

Estava sorrindo aquela senhora que comprava arroz? estava mascando chiclete ou estava sem sua dentadura? A mãe da criança bufava de brava ou sorria com o que sua criança fazia? O jovem irritado espumava enquanto esbravejava a caixa? A caixa mostrava a língua ou imitava silenciosamente o que o jovem falava? Não sei, não há como saber. Resta imaginar, visto que as expressões estavam limitadas. 

Será que as máscaras farão parte da vestimenta comum, mesmo após a epidemia ter passado? É fato que o medo gera mudanças, isso está marcado na história humana através das grandes guerras. Nesses eventos desenvolveram-se tecnologias, comportamentos políticas e enfim, uma gama de novas coisas que hoje fazem parte do nosso cotidiano. Há quem diga que vivemos uma guerra; sem dúvida esse fenômeno mundial mudará nossa forma de organização. 

Num futuro não muito distante, estarão se formando novos profissionais, não apenas na universidade qual eu gozo privilégio de cursar Pedagogia, mas em todas as universidades do Brasil e nos mais diversos cursos. Que público esses profissionais irão encarar? que público eu ei de encarar? O rosto importa para a comunicação, as reações e movimentos que fazemos são parte de nossa cultura; que rostos seremos capazes de ver em um possível mundo de máscaras? 

Estarei na escola, com vinte, trinta ou quiçá uma pequena parcela de crianças vestindo máscaras? Não sei se Fulaninho estará com coriza escorrendo das narinas aos lábios. Não sei se Ciclaninho estará boquiaberto enquanto conto uma história… Às vezes me amedronta pensar que podemos estar nos encaminhando a um novo mundo, onde rostos cobertos serão o novo normal. Enfim, isso foi apenas o exercício de um possível amanhã. 

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