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Relatos – Educar e Cuidar



A seguinte contribuição faz parte da iniciativa Educar e Cuidar [clique e saiba mais]
e é de inteira responsabilidade do autor do texto. Contribua você também!

Por que tudo isso…? (Parte 6)

Vamos pensar sobre…

Uma imagem contendo foto, posando, grama, colorido

Descrição gerada automaticamente

Fonte: https://exame.com/tecnologia/5-empresas-que-ficaram-mais-digitais-e-competitivas-no-meio-da-pandemia/

O ser professor/a em tempos de pandemia

Emanuelle Nunes Salvadé – Professora da Rede Particular de Educação de Santa Maria e integrante GeoIntegra/UFSM

Ao iniciar a trajetória como docente, com apenas sete dias em sala de aula, tudo era muito novo. Ao iniciar a carreira profissional, me deparei com uma pandemia e muitos desafios, especialmente o de ser professora e se reinventar. Foi necessário se reconstruir como docente para atender as propostas pensadas pela escola e também as dificuldades enfrentadas durante a realização das aulas virtuais.

Os professores se depararam com rotinas e dinâmicas pouco conhecidas, como por exemplo: limitações de acesso remoto e participação das crianças, flexibilização das aulas e dificuldades de estabelecer rotinas de horários pré-estabelecidos; concomitância de horários entre as aulas e trabalho dos pais, entre outros. Desse modo, os professores buscaram alternativas que contemplassem a maior participação das crianças mediadas pelo auxílio das famílias.

Além disso, captar a atenção das crianças e propor estratégias de linguagens acessíveis aos pequenos de apenas um ano de idade almejando que pudessem interagir foi uma experiência. Desafiei-me na busca por recursos pedagógicos pelos quais as crianças pudessem despertar interesse por mais tempo, no sentido de construirmos novas aprendizagens, experiências e descobertas. Não podemos esquecer que a atenção das crianças pequenas é de curto tempo e, muitas vezes, o cansaço vencia a muitas delas que extravasavam chorando.

O uso de diferentes plataformas digitais também se colocou nesse tempo, o que necessitou pesquisa e disponibilidade de aprendizagem também por parte dos professores. Esses recursos se tornaram nossa sala de aula e nossas ferramentas de trabalho e interação. Assim, o ser professor/a tornou-se um reinventar cotidiano e, na maioria das vezes, também dos conhecimentos e as práticas pedagógicas. Tornou-se, acima de tudo, um momento de muito estudo e de grandes superações. 

Pandemia e Educação Pública no âmbito de uma Escola do Campo

Vanessa Machado Rolim – Acadêmica Curso de Pedagogia Diurno e integrante GeoIntegra/UFSM

Moro em Arroio Grande, 4º distrito de Santa Maria e tenho tecido algumas reflexões no que se refere aos estudos a distância devido a pandemia de Covid-19. Uma delas se dá pelo fato de ter a experiência de ser aluna da graduação e também de ter irmão e primos que estudam na rede pública onde os professores enviam atividades por e-mail para serem feitas em casa. O que tem acontecido é que, apesar de todos estarem sentindo que a inovação está aí, a questão é que a maioria ainda não tem acesso às tecnologias. As realidades são diversas e, ao mesmo tempo, distintas e longe de ser a ideal. Tenho visto crianças fazendo atividades em casa e pais, assim como escolas, postando nas redes sociais como algo inovador. Porém, sabemos que muitas vezes, não retrata a realidade. 

Um aluno de escola pública jamais terá as mesmas chances de um aluno de escola privada, fato! E os alunos de uma mesma escola pública não tem as mesmas chances de seus colegas pois uns tem internet em casa, outros não. A pergunta é: Como fica? Será que são realmente as mesmas oportunidades? Como pode algumas pessoas não enxergarem isso? 

Imagino que as pessoas conseguem ver, mas não querem admitir. E no meu ponto de vista é bem complicado, pois a tecnologia não está aqui hoje, ela já está em nossas vidas há tempo e muita gente ainda não sabe manusear e não podemos impor isso a elas considerando as condições sociais e de acesso. Algumas pessoas vivem em uma casa de três peças com mais de cinco pessoas, isso é incomparável. 

Estive conversando com uma diretora de escola do campo e segundo ela:

“As aulas programadas e encampadas pela rede estadual de ensino do Rio Grande do Sul foram a saída encontrada para que se pudesse estar em contato e em acompanhamento dos alunos regularmente matriculados no ano de 2020. De forma individual, cada professor efetuou seu planejamento de maneira coerente com o ano que atende, na tentativa de construir o conhecimento mesmo em um sistema à distância de ensino ou mediado pelas ferramentas digitais. Apesar de apoiarmos o ensino à distância neste momento, preservamos e não nos distanciamos dos educandos, já que tivemos o compromisso de estarmos junto desses sujeitos, ainda mais nesse momento tão conflituoso e de grande ansiedade. O planejamento das aulas voltou-se na busca de levar aos educandos materiais de fácil compreensão e leitura, mas que ao mesmo tempo, estimulasse esse indivíduo a refletir, pesquisar e a desenvolver a crítica sobre o conteúdo. Desse modo, levamos aos educandos materiais teóricos como textos e materiais digitais de blogs, capítulos de livros didáticos, revistas, e informações de abrangência e que se relacionassem com o tema da aula. De forma conjunta indicamos músicas e filmes, através dos quais eles também possam refletir com relação ao tema, e se familiarizar com os conhecimentos específicos do ano. Acompanhamos os educandos e seu desenvolvimento reflexivo sobre os conteúdos através das mídias digitais, que se consolidaram através de grupos de apoio montados no Whatsapp onde pais, responsáveis, alunos e professores fizeram parte, atuando por mediação. Nesse espaço os educandos tiveram a possibilidade de questionar e construir um trabalho colaborativo, do mesmo modo, podendo expor as atividades que foram pedidas.  No início, não foi fácil, pois os professores não estavam preparados e com muitas dificuldades em usar a tecnologia. Outro fator que dificultou foi estarmos no início do ano. Diante da pandemia, não tínhamos como manter o trabalho presencial, ou seja, os alunos continuaram tendo contato e consideramos esse como um resultado positivo” (relato de uma professora regente de escola do campo, 2020). 

Após esse relato, percebo que a escola está conseguindo manter o vínculo com seus alunos e familiares, mas também se criaram dificuldades. Percebo que alguns professores preparam material e saem nas casas dos alunos para entregar, pois é notável que no campo tudo se torna mais desafiador devido aos acessos e a questão tecnológica que, para algumas famílias, ainda é algo muito novo.  

Na escola da minha afilhada primeiramente mandaram mensagem aos pais para que um responsável fosse a escola e retirasse o material. Após alguns dias, a escola se organizou para que os professores fossem até as casas dos alunos para recolher as atividades feitas e disponibilizar outras. Mesmo achando potentes tais práticas, onde os professores estão completamente envolvidos, penso que ainda assim, estamos longe do ideal. Porém, é preciso manter o vínculo e essa foi a maneira um número significativo de escolas encontraram para estar mais perto dos seus alunos.

Para algumas crianças que moram perto da minha casa e com quem converso, a experiência se mostra importante, mas a necessidade da mediação do professor é apontada como essencial. Para mim também não tem sido fácil. Escolhi o curso presencial pois sempre precisei desse contato “olho a olho” para entender melhor os conteúdos e, mesmo tendo contato direto nas redes sociais, não é a mesma coisa. Estudar em casa é complicado é desafiador porque tenho um filho pequeno. Para ele, a representação de eu estar em casa é de que estou livre pra ele. Porém, preciso estudar, ler, realizar as atividades enquanto ele dorme, ou seja, minha rotina mudou consideravelmente. 

Seguimos na luta, mentalizando energia por dias melhores onde possamos voltar a rotina, mas com pensamento diferente e olhando as pessoas com mais afeto e carinho. É disso que o mundo precisa!  

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