A palestra, “Suicídio: é preciso falar”, realizada nesta quarta-feira (12), foi ministrada pela psicóloga Mariana Pesente, especialista em Psicologia Clínica e dinâmica das relações conjugais e familiares. A atividade faz parte da programação da Instituição para o Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio.
Entre os pontos abordados, foi dado destaque para a importância de falarmos sobre esse assunto. A psicóloga esclareceu o conceito de suicídio: “ato de acabar com a própria vida; um acontecimento muito complexo, pois a pessoa não tem o objetivo da morte, mas sim de dar fim ao sofrimento pelo qual ela está passando”, explicou.
Segundo Mariana, só no Brasil o suicídio é a 4ª causa mais comum de morte entre os jovens e, ainda assim, o assunto é um tabu. No mundo todo, aproximadamente, uma pessoa se mata a cada 40 segundos. “Em geral os suicídios são planejados e as pessoas dão sinais. As principais causas do suicídio são os transtornos psicológicos, o abuso de substâncias, fatores genéticos e sociais”. A palestrante destacou também que não existe apenas um motivo para se cometer o suicídio, pois ele é multifatorial. “São várias coisas. É uma bola de neve que vai aumentando até que a pessoa não consiga mais ver saída para a crise de vida que ela está vivendo”.
Assim, precisamos estar atentos a alguns sinais que as pessoas dão e que possam nos servir de alerta. “Às vezes a pessoa que está pensando em suicídio ou que está em sofrimento demasiado pode mostrar alguns sinais como se fossem um grito de socorro: comentários como “vou desaparecer”, “queria nunca mais acordar”. As tentativas anteriores de suicídio também são indícios para novas tentativas; histórico de suicídio familiar; pressão social, de sempre estarmos correndo atrás, tentando ser o melhor, tentando conquistar as coisas; doenças terminais; divórcios; separação; luto; stress continuado”.
Foram mostradas ao público, alternativas de como podemos intervir em caso de crise: colocar a pessoa em acompanhamento psicológico, mobilizar uma rede social de apoio, fazer um contrato de vida, monitorar, restringir ao álcool, a drogas, conversar sobre alternativas de solução, esperar a medicação fazer efeito, pois leva algum tempo, etc. Outro detalhe importante é o que não pode ser feito a alguém que está com esses pensamentos. “A orientação é não condenar, não banalizar, dar opinião e muito menos brigar com a pessoa”, orientou a psicóloga.
A principal maneira de prevenção ao suicídio é o trabalho em conjunto, em rede, um trabalho em grupo que possa auxiliar a pessoa a sair dessa crise. Mariana ainda orientou como as pessoas que estão com pensamento suicidas podem fazer para pedir ajuda e como fazer isso. Uma dessas maneiras é ligar para o Centro de Valorização da vida, através do número 188. O CVV realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), 90% dos suicídios poderiam ter sido evitados com ajuda psicológica, por isso, precisamos falar cada vez mais sobre esse assunto.
A palestra foi uma realização da CEJA – Comissão Especial do Jovem Advogado da OAB-RS, Subseção Palmeira das Missões e do campus da UFSM de Palmeira das Missões. Ainda como atividades do Setembro Amarelo haverá nesta quinta-feira, 13, uma Roda de Conversa, também aberta ao público, com integrantes do LEO Clube Palmeira das Missões. A atividade vai ser realizada na sala 206 do prédio principal às 18h. Também, no dia 17 deste mês, o PET – Programa de Educação Tutorial, do curso de Enfermagem, fará uma palestra com o Pe. Paulo Rodrigues dos Santos, psicólogo, formado em Filosofia, Teologia e Espiritualidade. O evento será no Auditório da Universidade, às 19h e também é aberto a todos os interessados.
Texto: Assessoria de Comunicação UFSM-PM
Foto: Natalio Antunes