No dia 28 de junho foi comemorado, em âmbito mundial, o Dia do Orgulho LGBTQIA+. Esta data foi criada em referência à Rebelião ocorrida no bar Stonewall Inn, no bairro de Greenwich Village, em Manhattan, Nova York, que aconteceu nos Estados Unidos, nesse mesmo dia, no ano de 1969. Essa Rebelião foi um marco para a comunidade LGBT e envolveu uma série de manifestações de seus membros que, durante três dias, enfrentaram a invasão e repressão policial em defesa do movimento. Desde então, há mobilizações para celebrar a data e conscientizar a sociedade sobre a necessidade de superação e combate ao preconceito.
Em alusão à data e pela relevância dessa pauta social, no dia 29 de junho, docentes e acadêmicos da UFSM, campus Palmeira das Missões, realizaram o Webinar “A enfermagem frente à comunidade LGBTQIA+: compromisso ético-social e desafios do cotidiano de trabalho”. O evento, gratuito e aberto ao público, foi organizado conjuntamente pelos Laboratório de Estudos em Saúde, Enfermagem e Trabalho (LABEST), Grupo de Ensino Pesquisa e Extensão em Gênero, Vulnerabilidade e Cuidado em Saúde (GENVULC) e PET-Enfermagem do Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Santa Maria, campus Palmeira das Missões.
Entre os convidados especiais estavam a enfermeira Martha Helena Teixeira de Souza, da Universidade Franciscana (UFN); Maiquel Francisco dos Santos Rios, especialista em Estudos de Gênero e enfermeiro no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Maria (HUSM); e Alef Vieira Mustafá, membro do HTASM (Homens Trans em Ação de Santa Maria). O evento contou com cerca de 100 pessoas inscritas e foi transmitido pelo canal do PET-Enfermagem no YouTube.
Foram debatidos temas como: Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT); reconhecimento da diversidade sexual; visibilidade social das pautas da comunidade LGBTQIA+ (combate à discriminação quanto à orientação sexual, identidade de gênero, estigma e preconceitos, LGBTfobia e violências que incidem em suas trajetórias de vida); respeito ao direito legal do uso do nome social; automedicação no uso de hormônios; acesso ao acompanhamento clínico na hormonização; e processo transexualizador no SUS, dentre outros.
Em relação ao papel da enfermagem e seu compromisso ético-social frente à comunidade LGBTQIA+, foi ressaltada a necessidade da formação em saúde incluir, de forma ampla e efetiva, a temática saúde da população LGBTQIA+ e suas especificidades nos currículos e práticas pedagógicas. De acordo com os organizadores do evento, no cotidiano de trabalho ainda se constitui em desafios à educação permanente investir em perfis profissionais sensíveis e comprometidos ao acesso, acolhimento humanizado e atenção integral às especificidades de pessoas LGBTQIA+. “Considerando que o Brasil é o país onde mais pessoas LGBTQIA+ são assassinadas, esse importante debate com a comunidade acadêmica e sociedade também promoveu reflexões sobre os desafios da Universidade e seu papel propositivo na equidade de gênero, num movimento de afirmação positiva dos direitos humanos e de cidadania”, completou Fernanda Cabral, docente do curso de Enfermagem da UFSM-PM e coordenadora do Grupo GENVULC.
Interessados em saber mais sobre o assunto e o trabalho realizado pelos grupos, basta seguir os perfis no Instagram: @genvulcufsmpm, labest.ufsm.pm e petenfpm.
Assessoria de Comunicação UFSM-PM