Discutir ações conjuntas visando a cooperação interinstitucional para a melhoria do ensino da pesquisa e da extensão, com foco na discussão e na promoção do desenvolvimento regional. Estes são alguns dos objetivos do Fórum da Educação Superior de Santa Maria, criado na manhã desta quinta-feira (05), em encontro realizado no Gabinete do Reitor da UFSM. Constituem o grupo inicial do Fórum: Universidade Federal de Santa Maria, Universidade Franciscana (UFN), Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), Instituto Federal Farroupilha (IFFar), Faculdade Metodista de Santa Maria (Fames), Faculdade Integrada de Santa Maria (Fisma) e Faculdade de Direito de Santa Maria (Fadisma).
Iniciativa do reitor da UFSM, Paulo Afonso Burmann, a reunião desta manhã teve como objetivo provocar a aproximação entre as Instituições de Ensino Superior (IES) de Santa Maria, visando a construção de estratégias comuns de atuação junto à comunidade. “As instituições de ensino superior se constituem como instituições de referência e de confiança da sociedade. Nós não podemos frustrar essa expectativa. Nesse sentido é que propomos esse alinhamento de estratégias para que possamos contribuir de forma mais contundente com a região”, argumentou o reitor. Burmann lembrou que o compromisso com o desenvolvimento regional é uma missão comum entre as instituições de ensino, constante em seus respectivos Planos de Desenvolvimento Institucional (PDI).
O vice-reitor da UFSM, Luciano Schuch, propôs a criação de um ecossistema de inovação e empreendedorismo em Santa Maria, que articularia as IES de forma orgânica com a sociedade. Ele ressaltou o caráter “exportador de cérebros” da educação superior santa-mariense, pois a maior parte dos egressos dos cursos deixam a cidade para trabalhar em outras regiões. “Queremos continuar exportando cérebros e ideias, mas também gerar crescimento econômico para Santa Maria”, defende Schuch.
Celebrando a iniciativa, a vice-reitora da Universidade Franciscana, Solange Binotto Fagan, destacou a importância das IES comprometerem-se não somente com a transformação da vida de seus estudantes, mas também com o seu entorno. Salientou o potencial das Instituições para trabalhar em prol do fortalecimento da identidade de Santa Maria como um polo de educação e desenvolvimento. “Precisamos mudar o discurso de que esta é uma cidade pela qual as pessoas passam e não deixam nada. Precisamos de um discurso positivo, que ressalte o sentimento de pertencimento”, defendeu.
Nesse sentido, o vice-diretor da Fisma, Marcos Hübner, lembrou do imaginário e da expectativa associada à cidade por jovens de diferentes regiões do Estado que procuram Santa Maria para continuar seus estudos. “Como podemos fazer com que Santa Maria continue atrativa para esses jovens e que esse imaginário permaneça?”, provocou Hübner. Para ele, é preciso que se construam espaços nos quais seja possível discutir questões transversais sobre a cidade.
Para o diretor da Fadisma, Eduardo de Assis Brasil, a grande questão a ser enfrentada pelas instituições de ensino é cultural. Para ele, há a necessidade de se desenvolver a cultura empreendedora, combatendo o comodismo. O caminho para isso, estaria na capilarização das ações, por meio da sensibilização e engajamento de professores e estudantes.
Reforçando o comprometimento com a busca pelo desenvolvimento da região, o diretor da Fames, Marcos Wesley da Silva, destacou a necessidade de aproximação com o poder público. Silva também lembrou do desafio da internacionalização, comum a todas a IES do município. Questões relacionadas à logística e à imagem projetada da cidade foram apontadas pelos presentes como obstáculos a serem superados.
Representando a reitoria do Instituto Federal Farroupilha, a pró-reitora de Desenvolvimento Institucional, Nídia Heringer, defendeu que o Fórum também possa se constituir como espaço para discussões mais amplas sobre os caminhos da Educação Superior no país, principalmente sobre os desafios para o cumprimento das metas estipuladas pelo Plano Nacional da Educação. “Devemos pensar em estratégias para a cidade e a região, mas não podemos deixar de nos colocar como partícipes de um escopo nacional, alargando nosso compromisso com a educação nacionalmente”, argumentou a pró-reitora.
Já apontando estratégias de articulação entre as IES, o diretor da unidade da Ulbra em Santa Maria, Augusto Frederico Kirchhein, listou alguns pontos possíveis de cooperação. Kirchhein sugeriu a proposição de projetos de extensão integrados, a organização de uma agenda sinérgica de eventos acadêmicos, a construção de um banco de dados único de pesquisadores, a promoção de atividades culturais e esportivas de integração acadêmica e a discussão estratégica sobre oportunidades de estágios e abertura de novos cursos.
Ao fim das discussões, os representantes das IES aprovaram a formalização do Fórum da Educação Superior de Santa Maria. “Este é um projeto ousado, que talvez só vá apresentar resultados daqui a alguns anos, mas nós estamos assumindo esse desafio e esse pioneirismo. A situação atual do país e da educação requer esse tipo de iniciativa”, comemorou Burmann. Como primeiro encaminhamento do Fórum, o grupo aprovou a sugestão do reitor da UFSM de promoção conjunta de uma Aula Inaugural, marcando a volta às aulas no segundo semestre de 2018.