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Propostas dos Minicursos – VI Simpósio de Literatura



PROPOSTAS DOS MINICURSOS

 1)      CAROLINA MARIA DE JESUS: O SILENCIAMENTO VELADO DAS OBRAS DA ESCRITORA NO CONTEXTO DITATORIAL

Carla Lavorati (Doutoranda – UFSM)

Valéria Castro Fabricius (Doutoranda – UFSM)

Carolina de Jesus passou por um período de silenciamento velado durante a ditadura militar no Brasil. Sua obra cai numa espécie de esquecimento, enquanto, em outros países, continua sendo celebrada e publicada, chegando a mais de 14 traduções em línguas diferentes. Em sua escrita marginal encontramos representações da precariedade e da miséria, “retratos” da vida pobre, da crueldade da fome, da luta diária pela sobrevivência, das relações entre homens e mulheres. No livro Quarto de Despejo, e mesmo em outras obras publicadas como o Diário de Bitita (1982), Pedaços da Fome (1963), Casa de Alvenaria (1961) e Provérbios (1963)Desse modo, o objetivo geral do mini-curso é observar as relações entre o contexto ditatorial e a projeção das obras de Carolina no país, em contraposição ao grande interesse por sua obra no exterior.

2) O PERCURSO DA LITERATURA MOÇAMBICANA: OS AUTORES E AS OBRAS

Chimica Franscisco

(Doutorando –UFSM/Bolsista

PEC-PG CAPES/CNPQ)

O presente minicurso pretende traçar um breve panorama sobre o percurso da Literatura Moçambicana, mostrando as principais fases que contribuiram para sua formação, desde os primórdios – apresentando o presumível marco desta literatura com Campos Oliveira – passando pela literatura de contestação (na imprensa, com os irmãos Albasini), pela pan-africanista e negritudista (com Noémia de Sousa e João Dias), pela nacionalista (com José Craveirinha), pela poesia de combate (com Marcelino dos Santos, Jorge Rebelo, entre outros), até à literatura do depois da Independência Nacional, em 1975, com um vasto leque de escritores a destacar alguns (Juvenal Bucuane, Ungulani Ba Ka Khosa, Calane da Silva, Mia Couto, Paulina Chiziane, Adelino Timoteo, entre outros).

3) ENTRE FICÇÃO E HISTÓRIA: MARCAS DO ESTADO DE EXCEÇÃO EM JOSÉ SARAMAGO, VALTER HUGO MAE E GONÇALO TAVARES

Ronan Simioni

(Doutorando- UFSM/Bolsista Capes)

            Em O Ano da Morte de Ricardo Reis, romance de José Saramago que coloca um dos mais conhecidos heterônimos pessoanos como testemunha dos eventos antecedentes à Segunda Guerra Mundial, uma das ideias mais repetidas pelos meios de comunicação aliados ao regime salazarista, e ouvidas com atenção pelo personagem, mostrava que a intenção de tal governo era a de exercer o controle da nação “com mão de ferro e voz de veludo”. Por meio desse e de outros indícios, a narrativa do escritor português consegue traçar um amplo panorama não somente de seu país, mas sim de toda a Europa em um momento histórico que assiste a ascensão e fortalecimento dos governos totalitários que protagonizariam a Segunda Guerra Mundial. Dessa forma, o minicurso propõe traçar um painel da forma como o Estado de Exceção, na dimensão dada por Giorgio Agamben (2008), é retratada na novíssima ficção portuguesa, mais especificamente em obras como Objecto Quase de Saramago, A Máquina de Fazer Espanhóis de Hugo Mae e nas quatro narrativas que compõem o ciclo O Reino, de Gonçalo Tavares. Para tal, partiremos do bem elaborado itinerário crítico-literário construído por Eduardo Lourenço (1994) o panorama histórico-filosófico traçado por autores como Kenneth Maxwell (2004), Hanna Arendt (2012) e Eric Hobsbawm (1998). Assim, buscaremos identificar o latente entrecruzamento entre história e ficção, nos moldes daquilo proposto por Fredric Jameson (2007) no que tange os contornos pós-modernos do romance histórico.

4) CRIAÇÃO E REPRESSÃO: LITERATURA E CENSURA SOB A SEGURANÇA NACIONAL

Deivis Jhones Garlet

(Doutorando-UFSM)

A partir de pressupostos teóricos inerentes à crítica social, o minicurso propõe uma análise de textos literários censurados durante a Ditadura civil-militar no Brasil. Desse modo, estruturamos o trabalho da seguinte forma: 1) Uma concepção de análise do literário por meio dos conceitos do Círculo de Bakhtin, como meio ideológico, reflexo e refração. 2) Uma breve contextualização da Ditadura, de seu meio ideológico e, especialmente, da legislação sobre censura. 3) Apreciação crítica de textos literários censurados: Caio Fernando Abreu, Rubem Fonseca e Chico Buarque.

5) CAIO FERNANDO ABREU: EPISTOLOGRAFIA COMO FATO SOCIAL

Mara Lúcia Barbosa da Silva

(Pós-doutoranda UFSM/

Bolsista PNPD/Capes)

O minicurso Caio Fernando Abreu: epistolografia como fato social pretende discutir o valor da correspondência como fato literário e/ou fato social. A oficina se organiza em três momentos. No primeiro, realizaremos um panorama sobre os gêneros biográficos e autobiográficos. No segundo momento, verificaremos como esses documentos deixaram de ser meros registros da intimidade para se tornarem fonte de informação sobre a vida social através do ponto de vista da vida privada. E no terceiro e último momento realizaremos a leitura de cartas e trechos de cartas de Caio Fernando Abreu que nos possibilitem vislumbrar determinados aspectos da sociedade brasileira.

6) A POESIA DE RESISTÊNCIA À DITADURA MILITAR

Cristiano Jutgla

(Pós-doutorando UFSM/

Bolsista Fapesb-Capes)

O minicurso tem por objetivo apresentar a poesia de resistência à Ditadura Militar em relação ao quadro canônico já estabelecido sobre a produção poética brasileira contemporânea. Em um segundo momento, haverá leitura e discussão de poemas a fim de se comentar aspectos relativos a temáticas, configurações, contexto de produção, circulação e recepção. Ao final, pretende-se refletir sobre a função testemunhal da poesia de resistência.

7) AS MARCAS DA TORTURA EM “PAI CONTRA MÃE”, DE MACHADO DE ASSIS

Janaína da Silva Sá

(Doutoranda-UFSM/Profa. IFFarroupilha)

O presente trabalho visa dimensionar as marcas de tortura físicas e/ou psicológicas encontradas no conto machadiano Pai contra mãe. Tendo em vista os enfoques que se voltam para uma ressignificação e valorização da etnicidade brasileira, elenca-se o elemento negro como partícipe e protagonista na formação étnico-cultural de nosso país. A discussão centra-se na afirmação de que a democracia racial construída a partir dos estudos de Casa-grande e senzala de Gilberto Freyre, bem como de suas falácias, reforçaram uma identidade perversa e contingente sentida até os nossos dias. Pretende-se, portanto, averiguar os registros de violência para com o elemento africano centrados em um contexto histórico pós-abolição e as repercussões que esses atos fortaleceram, como a restrição do conceito de identidade para esses indivíduos. A leitura do conto será pautada nas relações de poder estabelecidas no determinado período e nos problemas de aculturação do elemento africano. Outro viés de abordagem está pautado nas contribuições de Franz Fanon na obra Pela Branca, máscaras negras. Texto primordial no que se refere ao protagonismo dos povos africanos frente ao grande movimento diaspórico.

8) GUERRA E LITERATURA: O CICLO LITERÁRIO SOBRE A GUERRA DO PARAGUAI

Luciano Melo de Paula (UFSM)

  lmdepaula@gmail.com

O minicurso apresentará um panorama da produção literária brasileira que tematize ou se relacione com a Guerra do Paraguai. A leitura, o debate e a reflexão sobre uma seleta de textos será a metodologia utilizada para delimitar e caracterizar o conjunto destas produções. A Guerra do Paraguai – ou Guerra do Brasil, ou Guerra Grande, ou Guerra da Tríplice Aliança, dependendo da posição adotada nas fronteiras o evento pode mudar de nome – foi o principal e mais sanguinário conflito envolvendo os países do Cone Sul: Brasil, Uruguai e Argentina, unidos sob a Tríplice Aliança, contra o Paraguai. Estalou em dezembro de 1864 e seguiu até março de 1870. Este conflito foi tema de produções literárias desde o seu início, hoje, passados 150 anos do primeiro tiro, o volume de publicações continua com fôlego alentado. Há poesia, drama, narrativa, conto, ensaio, memórias. A lista completa é grande, mas como ilustração, começamos com os poemas de Castro Alves nos recitativos para angariar fundos para os Voluntários da Pátria: “Pesadelo de Humaitá” e “Quem dá aos pobres empresta a Deus”; passamos por Iaiá Garcia, de Machado de Assis; por Dyonélio Machado e os contos de Um pobre homem; e, o mais recente O rastro do jaguar, de Murilo Carvalho. Quase todos os gêneros, com amplo destaque para o romance, contribuem para a formação deste amplo painel sobre o conflito e seu impacto no imaginário coletivo das nações envolvidas. A produção literária é tão farta e constante que se poderia afirmar que existe um ciclo temático literário sobre a Guerra do Paraguai, ciclo este que ocupa os vácuos que a historiografia não consegue ou não pode cobrir.

9) A Narrativa Resistente em Luigi Pirandello: Uma questão de ética

Andrea Quilian de Vargas (UFSM – doutoranda em Estudos Literários)

Prof. Dra Rosani Ketzer Umbach (UFSM – orientadora)

É sabido que, desde a antiguidade grega até nossos dias, as personagens de ficção vêm perdendo atributos, como a identidade, a minuciosa descrição de suas vestes, de sua moradia, e até mesmo o nome. Contudo, ao mesmo tempo em que perdeu a totalidade, a personagem ganhou algo importante: a possibilidade de falar sobre si e seus conflitos. Luigi Pirandello, ao passar para os livros as dessincronias entre suas criações e o mundo, fez da escrita uma forma de resistência. As personagens pessimistas, impotentes e contraditórias, acabaram por transformar a crítica individual em crítica social, na medida em que expuseram a situação do sujeito afivelado, invariavelmente, às máscaras sociais. A “resistência”, nos termos de Alfredo Bosi, adquire, em Pirandello, outro sentido, além do político ou social, devendo ser entendida como um movimento de negação da tragédia da vida, na qual o homem não se limita a reproduzir os esquemas sociais,mas, ao contrário, ele os interroga e luta contra eles.

Palavras-chave: Pirandello. Literatura. Resistência. Ética

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