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8 Mulheres Empreendedoras da UFSM

Empresas incubadas colaboram com a transformação social a partir da atuação em áreas como meio ambiente, gestão de pessoas e arte



Com o estabelecimento do Parque de Inovação, Ciência e Tecnologia da UFSM e a criação da Pró-Reitoria de Inovação e Empreendedorismo (Proinova), o empreendedorismo ganha destaque na Instituição. As mulheres empreendedoras são personagens importantes nesse cenário de desenvolvimento. De acordo com o relatório do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), as mulheres lideram 34% dos negócios brasileiros. Na Pulsar Incubadora Tecnológica da UFSM, elas estão à frente de 10 empresas, o que contabiliza uma porcentagem de 24,39% em um total de 41 empreendimentos. Apesar do percentual ainda baixo, as lideranças femininas têm sido agentes de transformação social a partir do trabalho desenvolvido, seja à frente de empresas, seja com a criação de espaços que fomentem essa prática. 

O início do empreendedorismo na UFSM teve como liderança uma mulher: Nilza Venturini Zampieri, na época docente do curso de Engenharia Elétrica, foi a fundadora da Incubadora Tecnológica de Santa Maria (ITSM), hoje incorporada pela Pulsar. Primeira tutora da primeira empresa júnior da UFSM – a Objetiva Jr -, Nilza conta que se apaixonou quando ouviu falar na ideia de incubadora, e decidiu trazê-la para a Universidade. O objetivo era criar um local em que os estudantes pudessem praticar os aprendizados a partir da criação de empresas. “Tudo que pudesse fazer para transformar o sonho de jovens em realidade, em estar em uma universidade, estar trabalhando, estar em um projeto, estar fazendo, eu ia me dedicar pra isso. Gosto muito e tenho feito isso a minha vida inteira”, comenta Nilza.

Nos espaços em que ocupava por conta da Incubadora, como em palestras e eventos, a presença de mulheres era rara. Nilza conta que era comum receber olhares e comentários de descrença sobre a ideia de criar uma incubadora. A primeira sede da Incubadora foi um prédio antigo doado pela Universidade, e que ficava localizado no terreno em que hoje está a Pulsar, próximo ao Arco da UFSM. A construção era um depósito, e foi reformada a partir de projetos posteriores. Hoje, a sede tem uma sala de convivência, situada no prédio 2 da instituição, com o nome de Nilza Zampieri, como forma de homenagear seu pioneirismo.

Nesta lista, feita com base na série Mulheres Empreendedoras, da TV Campus, você conhece 8 mulheres que estão à frente de empresas incubadas na Pulsar. Confira:

Andrea Capssa

A arte esteve presente de diversas formas na trajetória de Andrea Capssa. Hoje doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGART/UFSM), ela começou nesse meio como artista independente. A partir dessa experiência e dos estudos do doutorado, criou a Mobart, um aplicativo que faz a projeção de obras de arte por meio da realidade aumentada. Esse mecanismo foi escolhido por ser de fácil uso e instalação, já que dispensa a necessidade de óculos (utilizados na realidade virtual). Disponível de forma gratuita, o aplicativo auxilia artistas e galeristas no processo de vendas, além de proporcionar aos apaixonados por arte a possibilidade de ver e conhecer diferentes obras em tamanho real com todos os seus detalhes. 

Atualmente, a ferramenta reúne cerca de 54 artistas e mais de 250 obras disponíveis. “A Mobart vem a ser uma ponte entre o produtor e o público consumidor”, afirma Andrea. Ao lembrar da trajetória, ela fala com entusiasmo da ascensão de mulheres à frente de startups, especialmente em sua área: “Fico feliz porque a mulher tem todo o potencial para fazer cada vez mais e melhor”. Para superar os preconceitos e julgamentos que podem acompanhar o sucesso profissional, ela comenta que sempre buscou ter confiança no seu trabalho. Para ela, esse tipo de comportamento deu forças para que situações desagradáveis, que já viu acontecer com outras mulheres, não fizessem parte de sua carreira.

Betania Vahl de Paula

Betania Vahl de Paula é formada em Biologia e Mestra em Agronomia pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Em Santa Maria, fez seu doutorado em Ciência do Solo na UFSM e deu início à trajetória no empreendedorismo feminino ao assumir o cargo de diretora geral na Performance Vegetal. Betania conta que durante o doutorado, ao trabalhar com nutrição de plantas, percebeu que os produtores tinham dificuldade no processo de adubação. Até aquele momento, não existia nenhuma plataforma que oferecesse uma recomendação mais assertiva em relação ao uso de fertilizantes, levando em consideração fatores como o clima e o solo de cada propriedade. 

“Eu vou aplicar o meu conhecimento em algo que eu possa levar para o produtor”: foi com esse pensamento que Betania resolveu ultrapassar os limites da UFSM e chegar até as propriedades rurais com a criação da Performance Vegetal. A plataforma usa inteligência artificial para integrar dados referentes ao solo e ao clima de cada região para montar um diagnóstico que indica quais são os manejos mais eficientes de acordo com o objetivo do produtor. Com ela, agricultores de diferentes regiões garantem maior precisão, produtividade e qualidade em suas propriedades. A ideia da Betania também proporciona uma diminuição de custos. “Quando o produtor coloca o que ele realmente precisa no solo, não coloca em excesso. E o excesso é dinheiro indo fora”, completa.

Camila Monteiro

Empreender é criar e colocar em prática novas ideias, assim como fez Camila Monteiro. Ela é cientista de alimentos formada pela Unipampa e atualmente faz doutorado na UFSM pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia dos Alimentos. Durante as pesquisas, ela identificou uma necessidade em comum de produtores e indústrias de azeite de oliva: o reaproveitamento de resíduos da olivicultura. Especialmente o bagaço da oliva, que possui diversos nutrientes, mas não tem utilização nessa área. Assim, Camila criou e colocou em prática a ideia da Olive Plus, startup que trabalha com o reaproveitamento desse resíduo para ser aplicado na alimentação. Além de agregar valor ao produto, o tratamento do bagaço de oliva é importante para a redução do impacto ambiental, já que cerca de 80% da produção de azeite de oliva é resíduo.

Para Camila, o empreendedorismo feminino é importante para a quebra de estereótipos, mas também por servir de exemplo para as mulheres que têm o desejo de empreender. Assim como outras lideranças foram inspiração para a criação da Olive, Camila espera que seu trabalho possa encorajar outras mulheres. Apesar de observar uma maior inserção feminina no cenário de startups, ela conta que os olhares de julgamento ainda se fazem presentes em alguns espaços. “Já houve situações em que eu falava e era um pouco subestimada, como se não tivesse propriedade naquela informação que estava passando. Isso mexe com a nossa autoconfiança e, por isso, busco ter mais resiliência e determinação para dar continuidade a minha trajetória”, comenta.

Cassandra de Deus e Thaiane Marques da Silva

Foi durante as aulas de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos na UFSM que nasceu a ideia da Weecaps, startup que trabalha para melhorar a qualidade dos alimentos por meio da aplicação de probióticos. Os probióticos são definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como microrganismos vivos, ou seja, bactérias, que, quando ingeridos em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde. As CEOs Cassandra de Deus e Thaiane Marques da Silva, através da atuação na startup, desenvolveram uma tecnologia de microencapsulação, que possibilita a aplicação dos microrganismos em alimentos. Esse tipo de aplicação evita perdas de compostos durante a passagem pelo estômago. Em cápsulas de medicamentos convencionais, por exemplo, a abertura e liberação da substância começa no estômago. “E o nosso diferencial está nesse gatilho de abertura: a microcápsula passa intacta pelo estômago e começa a liberar o composto somente no intestino”, completa Cassandra. Ela também explica que somente no intestino ocorre a absorção da maioria das substâncias.

Durante o estabelecimento da empresa, elas contam que tiveram uma grande rede de apoio composta por profissionais que já atuavam na área, o que foi fundamental para a inserção no empreendedorismo feminino. Além do apoio, elas buscam ter persistência diante dos desafios e colocar em prática uma premissa que as acompanha desde a graduação: “Não aceitar os ‘não’ e correr atrás dos ‘sim”, revela Thaiane.

Lidiane Bertê 

Empreendedora há mais de 12 anos, a trajetória de Lidiane Bertê veio acompanhada de desafios. “No início do meu fazer profissional, escutava muito ‘tu é uma menina’, sendo que eu já era uma psicóloga formada atuando”, conta. Mas, apesar dessas desqualificações, pelo lugar da mulher e por ser jovem, aprendeu a “não dar ouvidos” e seguir com o trabalho. “Tem situações em que eu bato de frente e outras que ignoro porque não vale a pena. E mais do que isso: eu vou fazer o que tenho que fazer, apesar dos questionamentos”, revela. 

Formada em psicologia e especialista em gestão de pessoas, atualmente Lidiane lidera 3 empresas. Uma delas é a Nekto, startup incubada pela UFSM. Ela busca oferecer uma ferramenta de gestão de pessoas que ajuda empresas e pessoas nesse processo. A plataforma da Nekto auxilia o candidato no preenchimento do currículo ao mesmo tempo que ajuda empresas no recrutamento e seleção de futuros empregados. Lidiane ainda conta que, por trás da empresa, existe seu propósito pessoal de impactar positivamente a vida das pessoas. “Eu estou oferecendo oportunidades de vida para essas pessoas. E também para as empresas que precisam de profissionais qualificados. Quando a gente consegue entregar essa solução para empresas e candidatos, impactamos a vida dessas pessoas”, completa. 

Pauline Sagrilo

A ideia da empresa que colocou Pauline Sagrilo na lista de mulheres empreendedoras da UFSM surgiu em 2018, durante sua participação na Liga i9 – em que alunos desenvolvem ideias de startup com o apoio de diversos mentores. Após alguns meses de trabalho, surgiu a Connect Sust, iniciativa que busca levar educação ambiental e sustentabilidade para as empresas por meio da coleta de resíduos sólidos urbanos. Após a coleta, esses resíduos são destinados para os catadores da Associação de Reciclagem Seletivo Esperança (ARSELE), que recebem a doação e obtêm renda para suas famílias. Em 2021, foram 50 toneladas de resíduos sólidos urbanos destinados adequadamente através da atuação da Connect Sust e do trabalho das 30 famílias da ARSELE.

Pauline começou a empreender durante a graduação em Engenharia de Produção e revela que já notou alguns olhares de julgamento. “Eu era vista como uma menina que queria empreender e mudar o mundo sem ter muito conhecimento”, conta. Mas, por entender o espaço de transformação social que ocupa hoje, sempre busca levantar a bandeira do empreendedorismo feminino para que mais mulheres possam atuar na área e colaborar com o cenário do meio ambiente.

Rosana Taschetto Vey

Rosana Taschetto Vey é engenheira agrônoma formada pela Universidade Federal do Pampa e Mestra em Agrobiologia pela UFSM. Atualmente, é CEO da Inocular, empresa que trabalha com consultoria e desenvolvimento de produtos agrícolas relacionados à utilização de microrganismos em diferentes culturas. Hoje, o foco da Inocular está nas bactérias promotoras de crescimento. Elas auxiliam na agricultura ao proporcionar maior absorção de água e nutrientes, além de tornar a planta mais tolerante ao ataque de pragas. 

Ao falar sobre empreendedorismo feminino, ela revela que vê uma maior inserção de mulheres nesse meio, especialmente nos últimos anos. Para Rosana, ter outras lideranças femininas auxilia na sequência do trabalho. “Com a presença de outras mulheres, nos sentimentos mais incluídas e aceitas nesse meio”, comenta.

Série “Mulheres Empreendedoras” da TV Campus

A série “Mulheres Empreendedoras”, da TV Campus, conta a história dessas oito lideranças femininas à frente de empresas incubadas na Instituição. O primeiro episódio aborda o início do empreendedorismo na Universidade. Para contar essa história, a TV Campus conversou com Nilza Zampieri, que foi fundamental para a fundação da Incubadora Tecnológica de Santa Maria (ITSM). Assim, o episódio conta como o protagonismo feminino foi fundamental para o desenvolvimento do empreendedorismo na UFSM. Assista:

O segundo episódio da série conta a história da Rosana, da Betânia, da Cassandra e da Thaiane. A partir do trabalho desenvolvido, elas contribuem com a qualidade de vida da comunidade com o desenvolvimento de plantas e alimentos. Confira:

A história da Pauline e da Camila são destaque no terceiro episódio. Elas compartilham o propósito da criação das empresas e inspiram a partir de suas trajetórias no empreendedorismo feminino. Assista:

O quarto episódio da série conta a história de Andrea e a Lidiane, lideranças femininas que fazem a diferença a partir do trabalho desenvolvido na Mobart e na Nekto. Assista:

Os próximos episódios da série “Mulheres Empreendedoras” seguem colocando em destaque o protagonismo feminino. Eles vão compartilhar a história de outras mulheres e contar como o trabalho desenvolvido pelas empresas incubadas na UFSM impacta positivamente a sociedade, especialmente de Santa Maria.

Como empreender na UFSM

Para fazer parte da lista de empreendimentos da UFSM, os projetos podem se candidatar por meio de editais para iniciar o vínculo com o Programa de Incubação oferecido pela Pulsar. Ele tem como objetivo fortalecer e preparar as empresas por meio do monitoramento da evolução do negócio e conexão com outras empresas incubadas. O Programa de Incubação contempla a fase em que o empreendimento deixa de ser ideia e passa a ser uma empresa. Durante o programa, os empreendedores utilizam a infraestrutura e os serviços de apoio científico e tecnológico e de suporte operacional oferecidos pela Pulsar.

Expediente:
Reportagem: Samara Wobeto e Thais Immig, acadêmicas de Jornalismo;
Design gráfico: Daniel Michelon De Carli, Unidade de Comunicação Integrada;
Edição geral: Luciane Treulieb e Mariana Henriques, jornalistas.

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