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Mulheres Sustentáveis e Transformadoras – Carlise Schneider e o ODS 9

Na nona publicação do quadro do UMA, entrevistamos Carlise, professora de Comunicação que está a frente de projetos que contribuem com o ODS 9



O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 9: Indústria, Inovação e Infraestrutura surgiu diante da demanda mundial por um processo de industrialização mais acelerado em países de maior vulnerabilidade social. 

“Desenvolver infraestrutura de qualidade, confiável, sustentável e robusta, incluindo infraestrutura regional e transfronteiriça, para apoiar o desenvolvimento econômico e o bem-estar humano, com foco no acesso equitativo e a preços acessíveis para todos”

Artigo 1 do ODS 9

O processo de industrialização vai além da instalação de fábricas nas cidades, ele se dá quando a maior parte da produção regional é de origem industrial, superando os números da produção agrária. Essa mudança na dinâmica econômica traz um efeito social em cadeia.

Ao aumentar o número de indústrias, maior será a população empregada, que consequentemente se muda para mais próximo do trabalho e consome mais os produtos locais, exigindo maior investimento governamental nessas áreas, assim promovendo o desenvolvimento delas. 

“Promover a industrialização inclusiva e sustentável e, até 2030, aumentar significativamente a participação da indústria no emprego e no produto interno bruto, de acordo com as circunstâncias nacionais, e dobrar sua participação nos países de menor desenvolvimento relativo”

Artigo 2 ODS 9 

De fato, a industrialização é um fator importante para o Índice de Desenvolvimento Humano, fator que avalia o desenvolvimento da população dos países com base em três pilares: renda, educação e saúde. Nas nações do G8 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Inglaterra, Itália e Japão), por exemplo, a alta taxa de industrialização permite que seu Índice de Desenvolvimento Humano também seja muito alto. 

No entanto, dezenas de países ainda não possuem níveis de industrialização suficientes para indicarem um alto IDH, o que revela a realidade precária de uma grande parcela da população mundial. 

E é nesse recorte que o ODS 9 se volta e busca estimular a infraestrutura econômica das regiões mais necessitadas. A América Latina é uma delas. Os países latinos americanos possuem a maior parte de suas economias voltadas ao agronegócio e diversas tecnologias são criadas para aprimorar essa prática. 

O projeto “Comunicação para o desenvolvimento: Projeto Lazos América Latina” é uma delas. Coordenada pela professora da Universidade Federal de Santa Maria Carlise Schneider, a ação tem o objetivo de promover o desenvolvimento de plataformas tecnológicas (game, plataforma de comunidades e aplicativo) que proporcionem a identificação, o mapeamento e a análise das práticas comunicacionais em regiões rurais da América Latina, tendo como base o projeto “Mais Algodão”, coordenado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) do Chile, em países da América Latina.

Apesar de Schneider ter se graduado na área da comunicação, ela optou por seguir sua carreira acadêmica voltada ao desenvolvimento rural, aplicando a comunicação nas tecnologias agrárias. Professora no Departamento de Ciências da Comunicação da UFSM e do quadro permanente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação – Campus Santa Maria, Schneider está à frente do Lazos desde 2017, quando o projeto se iniciou. 

Foi em um dos congressos da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (SOBER), que a ideia do Lazos surgiu. Entre os membros, além de Schneider, estava Ingrid, uma colombiana representante da FAO que trabalha no Chile. Pouco antes do evento começar, elas se reuniram no gramado da Universidade para conversarem e, deste papo, os interesses bateram e elas decidiram dar início a um projeto que desenvolvesse uma rede social que aproximasse as pessoas do meio rural, em especial da América Latina. 

“Ele surge da necessidade de uma política pública da FAO”, diz a professora. Ela acredita que as ações do projeto atendem o ODS 9 justamente pela inovação social envolvida nas tecnologias empregadas: “Quando a gente fala de inovação social, significa que, no caso das grandes organizações, tratamos de inovação não apenas para desenvolver ferramentas, mas ter políticas de inclusão”, diz Schneider. 

O Lazos é uma rede social parecida com o Instagram e o Facebook, com acesso exclusivo para a comunidade dos locais atendidos. Além de conectar pessoas do meio rural, serve como uma forma de acompanhamento da Organização das Nações Unidas e da Universidade em relação ao desenvolvimento das relações econômicas das pessoas envolvidas. 

Hoje, o projeto conta com o curso de Ensino à Distância (EAD) Rural Conectado para auxiliar os agricultores a utilizarem a plataforma Lazos. A ação já contou também com ciclos de debate, webinars e encontros de pesquisadores. Ele possui ações no Paraguai e futuramente terá atividades também no Equador. 

Frente à pandemia, as ações do projeto foram aceleradas. A necessidade pelo virtual facilitou a adesão do público à rede social e hoje ela anda muito bem em questão de usuários. 

Quando questionada sobre como se vê frente a esse projeto, Schneider diz que se sente como uma “pecinha” de um todo. “Vejo o projeto como um processo coletivo. Meu papel enquanto coordenadora é unir as pessoas e ter vontade de trabalhar em grupo […] É uma teia que vai se ressignificando e só quando ela é teia funciona”, finaliza a professora.

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