Ir para o conteúdo CIÊNCIA E CONSCIÊNCIA Ir para o menu CIÊNCIA E CONSCIÊNCIA Ir para a busca no site CIÊNCIA E CONSCIÊNCIA Ir para o rodapé CIÊNCIA E CONSCIÊNCIA
  • International
  • Acessibilidade
  • Sítios da UFSM
  • Área restrita

Aviso de Conectividade Saber Mais

Início do conteúdo

Não sentir cheiros pode ser um sintoma precoce do Alzheimer?



     Um esquecimento aqui, um esquecimento ali… e logo alguém já pensa: será que estou com Alzheimer? Essa doença atinge muitas pessoas atualmente, porém o que ainda não é muito divulgado é que muitas vezes ela começa a aparecer com outros sintomas que não a perda de memória.

      Alguns estudos têm mostrado que curiosamente a perda da capacidade de sentir cheiros – conhecida como perda olfatória ou anosmia – pode ser um dos primeiros sinais da Doença de Alzheimer. Nessa doença, há duas partes do sistema nervoso que são comumente afetadas, o locus coeruleus – estrutura localizada no tronco cerebral que é a principal fonte de noradrenalina no cérebro- e o próprio sistema noradrenérgico em si. A noradrenalina é um neurotransmissor do sistema nervoso que atua em situações em que o sistema simpático está ativado, ou seja, é como se fosse um “turbo” do corpo que ajuda a controlar o estado de alerta, como quando se precisa reagir rapidamente a alguma situação de perigo. 

      Mas você pode estar pensando: onde entra a questão de sentir cheiro nisso tudo? Têm-se estudado que a perda da condução axonal – ou seja, a perda da transmissão do “turbo” (noradrenalina) pelo corpo – da noradrenalina em relação ao bulbo olfatório – região do cérebro responsável por receber e processar os cheiros que sentimos– coincide com a perda olfatória que ocorre na doença de Alzheimer.

     Claro que existem diversos outros fatores que podem levar à perda da capacidade de sentir cheiros, então não precisa haver desespero caso tenha esse sintoma! Para a melhor avaliação há diferentes testes que podem ser usados e muitos outros fatores que devem ser levados em consideração. Há também o fato de que muitos estudos realizados até o momento mostraram a relação entre a perda da noradrenalina e da sua conexão com o bulbo olfatório em modelos de ratos ou em tecidos post-mortem ( ou seja, análises após a morte).

      Embora ainda relativamente não seja totalmente demonstrado como ocorre a perda da capacidade de sentir cheiros na doença de Alzheimer, a possibilidade de ser uma das primeiras manifestações e possibilitar assim um provável diagnóstico mais precoce da doença leva-nos a pensar ser essa uma grande descoberta.

 

      E você, o que achou dessa novidade tão diferente e interessante? 

Referências Bibliográficas:

1. MEYER, C. et al.. Early Locus Coeruleus noradrenergic axon loss drives olfactory dysfunction in Alzheimer’s disease. Nature communications, 2025. Disponível em: https://www.nature.com/articles/s41467-025-62500-8#citeas

2. MCLAREN, A. M. R. et al.. Olfactory Dysfunction and Alzheimer’s Disease: a Review. Journal of Alzheimer’s Disease, 2024. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/38728185/

3. LIAO, W. et al.. The current status and challenges of olfactory dysfunction study in Alzheimer’s Disease. Ageing Research Reviews, 2024. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/39127444/

4. DAN, X. et al.. Olfactory dysfunction in aging and neurodegenerative diseases. Ageing Research Reviews, 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34325072/

 

5. ELHABBARI, K. et al.. Olfactory deficits in aging and Alzheimer’s – spotlight on inhibitory interneurons. Frontiers in Neuroscience, 2024. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/39737436/

 

Autora:

Paula Köhler Carpilovsky, pós-graduanda do Mestrado Profissional em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e colaboradora do Portal Ciência e Consciência.

Latteshttp://lattes.cnpq.br/5559058907044784

Divulgue este conteúdo:
https://ufsm.br/r-910-582

Publicações Recentes