Certamente você conhece alguém que já teve trombose, mas imagino que não tenha pensado sobre o quanto ela pode ser perigosa.
Afinal, como essa doença acontece?
A trombose ocorre quando um coágulo de sangue se forma dentro de um vaso sanguíneo e atrapalha a passagem do sangue, bloqueando a circulação. O tipo mais comum é a trombose venosa profunda (TVP), que geralmente aparece nas pernas. O grande perigo é que esse coágulo pode se soltar e ir parar nos pulmões, causando a temida embolia pulmonar – uma situação que pode ser grave e até mesmo fatal.
Para chamar atenção sobre esse problema, foi criado em 2014 o Dia Mundial da Trombose. A data escolhida, 13 de outubro, marca o aniversário do médico e cientista alemão Rudolf Virchow, que estudou a causa da trombose. Ele descreveu a chamada “tríade de Virchow”, que explica que a trombose surge pela combinação de três fatores: lesão na parede interna dos vasos, alterações no sistema de coagulação e mudanças no fluxo normal do sangue.
Alguns fatores aumentam o risco de trombose, como idade avançada, câncer, cirurgias, internações prolongadas, uso de anticoncepcional, tabagismo e falta de movimentação. Além disso, algumas pessoas têm uma predisposição genética ou adquirida para formar coágulos, o que chamamos de trombofilias. Em até 80% dos casos, é possível identificar pelo menos um fator de risco.
Quais são os sinais de alerta?
Os principais sintomas que devem levar à procura de um médico são: inchaço repentino, vermelhidão ou calor na perna, dor ou sensibilidade na panturrilha, pele endurecida e falta de ar de início súbito. Mas atenção: algumas pessoas podem não ter sintomas no começo, por isso quem faz parte dos grupos de risco precisa receber orientações específicas.
Como prevenir?
Alguns hábitos ajudam muito a evitar a trombose: praticar exercícios físicos regularmente, não fumar, manter-se ativo e evitar longos períodos sentado ou deitado, principalmente em viagens longas ou no trabalho.
E o tratamento?
Assim que o diagnóstico é confirmado, o tratamento deve começar. Ele depende de cada caso, mas geralmente envolve o uso de medicamentos anticoagulantes, que “afinam” o sangue. O objetivo é evitar que o coágulo cresça, se solte ou que novos coágulos se formem. Em alguns casos pode ser necessária a internação hospitalar, mas em outros o tratamento pode ser feito em casa, sempre com orientação médica.
Fique de olho!
Apesar da trombose ser uma doença frequente e com risco de complicações graves, muitos casos podem ser prevenidos e tratados com sucesso através da manutenção de hábitos saudáveis e atenção aos sinais de alerta. Então compartilhe este conteúdo com quem você conhece, pois a informação é a melhor forma de proteção!
Referências Bibliográficas:
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Autora:
Andressa Duarte Seehaber, médica geriatra, mestranda do PPG de Gerontologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e colaboradora do Portal Ciência e Consciência.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/6345995126811635