As superfícies dos banheiros públicos podem ser contaminadas com bactérias e vírus, especialmente quando muito usadas e não frequentemente limpas ou mantidas corretamente. Entretanto, segundo o estudo citado acima, muitas das bactérias encontradas nos banheiros públicos fazem parte da flora normal da pele, de modo que o risco de novas infecções é baixo em pessoas saudáveis. Porém, há uma série de organismos como vírus ou bactérias que podem representar um risco de

Para pessoas com um sistema imunológico enfraquecido, chamadas de imunocomprometidas ou imunodeprimidas

            Certos hábitos e práticas como dar a descarga do vaso sanitário de tampa aberta, lavagem ou secagem ineficaz das mãos, limpeza de superfície pouco frequente e lixeiras em locais inadequados ou abertas, podem resultar em contaminação bacteriana ou viral nos banheiros. No entanto, poucos casos de doença originária de banheiros públicos foram relatados na literatura científica. Aqueles relatados referem-se principalmente a doenças intestinais envolvendo transferência mão-boca de organismos capazes de causar doenças, como resultado da contaminação fecal de mãos, superfícies ou alimentos, portanto, a lavagem correta das mãos minimiza muito esse risco. Ainda, quanto a transmissão por via respiratória, embora haja um potencial risco de aerossolização de bactérias e vírus por meio de descarga de vaso sanitário, vômitos e uso de secadores de mãos elétricos, não encontrou-se evidências de transmissão pelo ar de microrganismos, como bactérias, vírus ou parasitas, que são capazes de infectar o trato gastrointestinal humano. ou respiratório em banheiros públicos

            Ou seja, a boa notícia é que as chances de contrair uma infecção por simplesmente se sentar em um vaso sanitário público, mesmo contaminado com agentes patógenos, são baixas.

            Além disso, outra questão que surge quando se fala sobre o uso de banheiros públicos, é a posição correta para sentar no vaso. Um estudo realizado pela Associação Americana de Urologia buscou avaliar os comportamentos de higiene de eliminação urinária de mulheres, e os resultados evidenciaram que 25-85% das mulheres pairam (aproximam-se do assento sanitário sem tocá-lo) quando usam banheiros públicos. Embora a maioria das mulheres fique sentada ao utilizar o vaso sanitário em casa, fora de casa, segundo o estudo, é mais comum que elas realizem outras posições, e nestes casos, foram identificados mais problemas vesicais (por exemplo, incontinência urinária). Estes dados estão atrelados a um fator cultural, pois dentre as participantes do estudo, 70% foram instruídas por suas mães para não se sentarem em assentos sanitários públicos.

            Mas então ficar agachada ao invés de sentar no vaso é prejudicial à saúde? De acordo com um estudo realizado com 528 mulheres britânicas, que investigou os efeitos de urinar agachadas no fluxo e no volume residual de urina na bexiga, houve redução de 21% no fluxo urinário total e um aumento de 149% no volume residual de urina na bexiga em mulheres que se agachavam para usar banheiros públicos. Ou seja, as mulheres estavam eliminando uma menor quantidade e acumulando maior quantidade de urina na bexiga, o que propicia a proliferação de bactérias e aumento do risco para o desenvolvimento de infecções do trato urinário. Isso pode ser explicado devido a contração dos músculos adutores (localizados na região interna da coxa), que resultam na falha do relaxamento do assoalho pélvico durante a micção.

Logo, não há problemas em evitar sentar em banheiros públicos que não estão em boas condições de limpeza ocasionalmente, mas tornar isso um hábito pode trazer malefícios à sua saúde!