Com cuidado e verdade, é possível preparar crianças para entender e agir frente à crise climática.
A crise climática é um assunto urgente, e as crianças também fazem parte dessa conversa. Mesmo que ainda não compreendam todos os dados, elas percebem os extremos de calor, o noticiário cheio de enchentes ou incêndios e o sentimento de preocupação dos adultos. Mas como explicar isso sem causar medo ou desesperança?
A resposta está no equilíbrio entre verdade e acolhimento. E, acima de tudo, convidá-las a fazer parte da solução. Segundo o Instituto Clima e Sociedade, não devemos fingir que nada está acontecendo, mas sim oferecer informação com empatia e mostrar que ainda há esperança.
Conversar com crianças sobre as mudanças no planeta é um ato de respeito e afeto. É possível ser sincero sem assustar. Com palavras simples, podemos explicar que o clima está mudando porque queimamos muitas coisas que soltam fumaça no ar, e isso prejudica a natureza e o nosso jeito de viver. Mas também podemos mostrar que há muita gente trabalhando para cuidar do planeta e que elas podem fazer parte disso.
Além disso, crianças e adolescentes são agentes de transformação. Quando se sentem incluídas, podem levar ideias para suas escolas, famílias e comunidades. Plantar essa semente é preparar uma geração mais consciente e engajada.
Um exemplo disso, é o que fazemos no nosso projeto Mão na Mídia, atuamos em escolas de ensino fundamental e médio com oficinas, rodas de conversa e atividades educativas sobre a crise climática. A ideia é informar, mas também estimular o pensamento crítico e o protagonismo de crianças e adolescentes. Mais do que entender o problema, o projeto convida os estudantes a pensar em soluções. Ao abrir esse diálogo, mostramos que o futuro pode ser diferente, e que ele começa com o cuidado no presente.
Algumas dicas para conseguir conduzir esse tipo de conversa em casa ou nas escolas são:
- Use o mundo ao redor como ponto de partida. Fale sobre o calor intenso, a falta de chuvas ou a enchente que viram na TV.
- Pergunte o que elas sentiram. A escuta ativa é tão importante quanto a fala
- Fale a verdade, mas com linguagem adequada
- Foque na ação, não no medo. O medo paralisa. A ação empodera. Mostre caminhos:
- Economizar água e luz
- Cuidar das plantas
- Separar o lixo
- Andar mais a pé ou de bicicleta
- Participar de mutirões ambientais
- Dê bons exemplos. Crianças aprendem mais pelo que veem do que pelo que ouvem. Quando adultos demonstram cuidado com o planeta, elas seguem esse comportamento com naturalidade.
A conversa sobre clima pode ser leve, cheia de perguntas, com espaço para imaginar soluções e até criar histórias. Pode ser feita com livros, vídeos educativos, desenhos e passeios pela natureza.
A verdade é que o mundo precisa do olhar das crianças tanto quanto elas precisam entender o mundo. Ao incluir os pequenos nesse diálogo, mostramos que a mudança começa com o cuidado, e que esse cuidado pode ser aprendido desde cedo.

Ananda Matias Machado | Bolsista FIEX Mão na Mídia
Fontes consultadas: Texto inspirado no conteúdo do Instituto Clima e Sociedade (@institutoclimaesociedade no Instagram)