Professores e acadêmicos da UFSM campus Frederico Westphalen desenvolvem cultivares de cana-de-açúcar adaptadas para regiões do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, áreas que até então não eram consideradas preferenciais para o cultivo da cana-de-açúcar.
As cultivares foram modificadas por meio de melhoramento genético, para que sejam resistentes ao frio, e agora estão em processo de avaliação, sob proteção em nome da UFSM campus Frederico Westphalen, conforme publicado no Diário Oficial da União em 31 de julho, sendo as primeiras cultivares protegidas em nome da Universidade Federal de Santa Maria.
O trabalho vem sendo desenvolvido desde 2008 por uma equipe de professores e acadêmicos de graduação, mestrado e doutorado, todos alunos formandos e formados pela UFSM campus Frederico Westphalen. A equipe de professores é formada pelos doutores Denise Schmidt, da área de Fitotecnia, Bráulio Otomar Caron, de Agroclimatologia, e Velci Queiróz de Souza, da área de Melhoramento Genético, coordenador do projeto.
O melhorista, professor Velci, explica que o projeto partiu de uma demanda dos produtores da região que não possuíam cultivares adaptadas para as condições. “Começamos alguns trabalhos referentes a tentar modificar algumas características para adaptar o cultivo de cana-de-açúcar no estado do Rio Grande do Sul, quando saiu o Zoneamento Agroecológico da Cana-de-Açúcar, e o estado não ficou como área preferencial porque não havia cultivares adaptadas para o clima, pois a cana-de-açúcar é de clima tropical”, explica.
O coordenador do projeto ressalta ainda que, pelas características de clima frio existentes no estado, a cana-de-açúcar não consegue completar o ciclo, pois é interrompida pelo processo de resfriamento quando está em fase de desenvolvimento vegetativo, parando o período vegetativo e ocorrendo, muitas vezes, a morte da planta.
O coordenador aguarda agora o próximo passo, a fase de ensaios para determinar o valor de cultivo e uso das cultivares protegidas, onde será verificado se as cultivares de cana-de-açúcar se adaptarão a regiões específicas ou a todo estado do RS, e de que forma elas irão se desenvolver para que, na sequência, os produtores possam utilizá-las como uma alternativa rentável.
Texto e fotos: Assessoria de Comunicação da Direção do Centro de FW.