Neste ano, o Museu de Solos do Rio Grande do Sul (MSRS), projeto vinculado ao Departamento de Solos da UFSM, completa 50 anos de existência. Em alusão ao Dia Internacional do Solo, celebrado na terça-feira (5), foi promovido um evento para homenagear alguns colaboradores do projeto por suas contribuições para o desenvolvimento do espaço.
A festividade aconteceu no próprio MSRS, localizado no subsolo do prédio 42 do Campus Sede, e reuniu docentes e outros profissionais relacionados à temática. Inaugurada em 1973 e pioneira na América Latina, a iniciativa tem como propósito primordial fomentar as práticas ligadas ao ensino, à pesquisa e à extensão, por meio da divulgação científica com foco nos estudos da Ciência do Solo e de suas conexões socioambientais e econômicas com a sociedade.
Com 114 monolitos de diversas classes de solos do Estado em exposição, além de rochas, minerais, mapas, quadros, maquetes e livros, o Museu é o maior do Brasil neste quesito. Os convidados reverenciados foram o professor do Departamento de Solos e do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo (PPGCS) Ricardo Dalmolin, o professor aposentado Ari Zago e o ex-aluno e pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Carlos Alberto Flores. Receberam homenagens póstumas os professores Luiz Mutti e Raimundo Lemos – sendo este último o fundador do MSRS.
O Museu como laboratório para os alunos
Criado através de um projeto de extensão do Departamento de Solos, a inauguração oficial do MSRS aconteceu durante a 14ª edição do Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, realizada em Santa Maria. No espaço, os visitantes têm a oportunidade de analisar visualmente as características dos mais diferentes solos encontrados em território gaúcho, além de entender a importância ambiental, social e econômica destes recursos naturais.
Atualmente, a iniciativa conta com o apoio de discentes de graduação e pós-graduação de cursos do Centro de Tecnologia (CT), do Centro de Ciências Naturais e Exatas (CCNE) e do Centro de Ciências Rurais (CCR). De acordo com o coordenador, Fabrício Pedron, é importante que os estudantes tenham experiências e conhecimentos que vão além dos encontrados nos livros e em artigos. “Quanto mais atividades práticas o aluno fizer e exercitar aquilo que ele vai precisar para desenvolver habilidades e competências, com o objetivo de ser um bom profissional, melhor e mais tranquilo ele vai ser no futuro. O Museu colabora dessa forma: permitindo que os participantes reconheçam os diferentes solos, que é algo extremamente difícil”, revelou o coordenador, que também é professor do Departamento de Solos.
Pedron ainda destacou a importância do MSRS na popularização do trabalho da UFSM país afora, no que diz respeito às atividades desenvolvidas com a temática ambiental. “É um espaço que, por ser pioneiro e ter uma qualidade bastante alta, é reconhecido. A gente leva o nome da Universidade para a comunidade externa através de trabalhos de extensão para outras instituições, por exemplo”, revelou o docente, para quem a Instituição é referência na área.
Dalmolin, professor homenageado, define a experiência de estar no Museu como “uma viagem pelo Rio Grande do Sul sem sair da sala”, visto que os visitantes têm a oportunidade de conhecer solos de diferentes regiões do território gaúcho sem precisar ir aos locais. “A minha principal contribuição no Museu é com a educação ambiental, por mostrar a importância destes recursos naturais para jovens, adolescentes, estudantes de graduação e de pós-graduação, além das pessoas que nunca viram as peculiaridades de cada tipo de solo”, afirmou o orientador do PPGCS.
A visita ao MSRS é gratuita. Entretanto, é necessário agendamento prévio para visitas guiadas – o setor recebe uma média de dois mil alunos por ano, sendo metade do ensino superior e metade dos ensinos médio e fundamental. Basta enviar um e-mail para fapedron@ufsm.br com informações pessoais básicas (nome, instituição, telefone, cidade/estado, data, horário para a visita) e número de pessoas. Mais informações podem ser encontradas no site.
Museu e PPPGCS
Entre os 25 programas de pós-graduação que tiveram aumento de conceito na avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em 2022, o PPGCS foi um dos quatro que receberam a nota máxima, 7. Os estudantes do programa são parte do grupo envolvido no trabalho realizado no Museu.
Dalmolin conta que ter um espaço de educação como o MSRS, em que é priorizado o estudo do solo, é um auxílio muito grande para a boa classificação do programa na qualificação. “As pessoas vêm aqui e visitam a nossa iniciativa, seja por meio de projetos de extensão, projetos de pesquisa, ou por estarem em busca de informações detalhadas a respeito do solo do Estado. Muita gente é beneficiada”, afirmou o professor.
Texto: Pedro Pereira, estudante de Jornalismo e estagiário da Agência de Notícias
Fotos: Ana Alicia Flores, estudante de Desenho Industrial e bolsista da Agência de Notícias
Edição: Ricardo Bonfanti, jornalista