Estudante Rogéria Tavares da Costa, do curso de Bacharelado em Ciências Sociais, em parceria com os professores Mari Cleise Sandalowski e Matheus Muller, do Programa de Pós-Graduação e do Departamento de Ciências Sociais, publicou um artigo sobre a evasão estudantil na UFSM no periódico “Revista Internacional de Educação Superior (Riesup)”. A publicação integra a pesquisa “A universidade do século XXI: Espaço de reprodução das desigualdades ou da transformação social?”, e teve como foco os estudantes de graduação dos cursos de Ciências Sociais da UFSM.
Com abordagem quantitativa, o estudo utilizou um survey para a coleta de dados e análise descritiva, com erro amostral de 5% e intervalo de confiança de 95%. O objetivo foi identificar os principais fatores associados à tendência de evasão entre estudantes, com destaque para marcadores de classe e raça/etnia.
Segundo os dados, o perfil majoritário dos estudantes matriculados em 2022 nos cursos de bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais da UFSM era composto por mulheres (59,8%), oriundos da rede pública de ensino (74,8%), com renda familiar de até três salários mínimos (62,1%) e que ingressaram por meio da política de cotas (44,1%). Mais da metade dos estudantes (56,3%) já pensou em abandonar o curso. Os principais motivos apontados foram: mercado de trabalho hostil à área, dificuldade de leitura e compreensão dos textos, desafios para conciliar trabalho e estudo, sentimento de deslocamento em relação aos colegas e ausência de aulas práticas.
O cruzamento de variáveis, com uso do teste do qui-quadrado, revelou maior tendência de evasão entre estudantes não binários (100%), negros (90%), com renda familiar de até um salário mínimo (73,3%) e mulheres (62,7%).
A pesquisa conclui que os estudantes dos cursos de Ciências Sociais, em sua maioria filhos de classes trabalhadoras, enfrentam maiores obstáculos à permanência na universidade devido à carência de capital cultural, social e econômico. O artigo completo pode ser acessado aqui.