Na quinta-feira, dia 18 de setembro, o curso de Serviço Social da UFSM celebrou seus 15 anos de história. A comemoração fez parte do I Seminário Nacional Trabalho, Políticas Públicas e Serviço Social (SNTPPSS), um grande evento com palestras que ocorreram no Auditório do CCSH, no Prédio 74C. A primeira palestra, realizada às 14 horas, foi sobre a temática “Produção de Conhecimento: Mudanças e Desafios ao Serviço” e apresentada pela professora Hamida Assunção Pinheiro, da Universidade Federal do Amazonas. E a segunda, realizada às 19 horas, abordou a temática “Trabalho, Mediação e Neoliberalismo: Tensões e impactos nas Políticas Públicas” e foi apresentada pelos professores Caio Sgarbi Antunes, da Universidade Federal de Goiás, e Reinaldo Nobre Pontes, da Universidade Federal do Pará. Ao longo do dia, o evento celebrou não só os 15 anos de história do Serviço Social, mas também as pessoas que contribuíram e estiveram presentes ao longo dessa caminhada.
Criado em 2010, o curso foi implementado em agosto daquele ano, com a primeira turma formada por 50 estudantes. A professora Caroline Goerck, uma das pioneiras da graduação, relembrou os desafios e conquistas desse percurso. Segundo ela, o processo foi realizado gradualmente. “O Curso de Serviço Social começou a ser implementado no início de julho de 2010, e as aulas iniciaram em agosto de 2010”, destacou. Ainda no mesmo ano, o quadro docente começou a crescer, com a chegada da professora Sheila Kocourek, em setembro, e, posteriormente, do primeiro Técnico-Administrativo em Educação, Tiago Guterres de Freitas, em novembro.
Um marco simbólico da fundação ocorreu em 13 de setembro de 2010, quando foi realizada a primeira aula inaugural, na Antiga Reitoria. “Foi uma cerimônia muito bonita. Veio o Departamento de Ciências Sociais inteiro e professores de vários cursos da Universidade. Foi um momento muito simbólico, muito bonito. Foi o começo”, relembrou Caroline.
A professora também destacou a importância de o curso ser ofertado no turno da noite, o que permitiu a inclusão de diferentes perfis de estudantes. “Até então não tinha na região um curso noturno em Serviço Social, principalmente público. Ele acabou abrangendo uma camada da população, que são os trabalhadores, que não teriam tempo hábil para frequentar as aulas durante o dia”, explicou. Segundo ela, essa característica permanece até hoje, reunindo alunos de diferentes idades e trajetórias.
Ao longo dos anos, o Curso consolidou seu papel na formação de profissionais qualificados para atuar em diversos setores. “O curso de serviço social está dentro das áreas das ciências sociais e humanas, e, portanto, ele é um curso aplicado. Por ser um curso aplicado, ele acaba dialogando com várias áreas do conhecimento e diversas políticas públicas”, afirmou Caroline.
Para a docente, olhar para todos esses anos do curso é também revisitar uma caminhada de desafios e conquistas. Desde a coordenação inicial até os primeiros projetos de extensão e eventos, cada passo foi essencial para consolidar o curso dentro da universidade e aproximá-lo da comunidade.
Celebrar os 15 anos, para Caroline, é reconhecer uma construção feita de forma coletiva e persistente. “O curso foi uma construção diária, cotidiana, com apoio da Reitoria, do Departamento de Ciências Sociais e especialmente da Direção de Centro. Ele não era uma certeza. Ele foi construído diariamente”, disse.
A professora destaca ainda a satisfação de ver o impacto gerado pela graduação ao longo desse período. “É um sonho olhar para trás e saber que há 15 anos o nosso curso iniciou, há 15 anos nós montamos a nossa primeira aula inaugural, há 10 anos formamos a nossa primeira turma. Foram muitas turmas, felizmente com muitos alunos. O curso sempre teve uma aceitação muito grande.” Para ela, a principal mensagem que fica é de que a coragem e o comprometimento foram fundamentais para que o projeto se tornasse realidade. “Nós não precisamos ter todas as condições. Nós não precisamos ter todos os recursos. Nós não precisamos ter todas as respostas. Mas nós precisamos ter determinação, coragem e comprometimento dentro da legalidade. E é por isso que agora temos este espaço”, celebrou.
Para a professora Cristina Fraga, que integra o curso desde 2012, participar dessa trajetória também traz grande felicidade. “É uma alegria enorme e um orgulho ter contribuído um pouco com a construção do curso de Serviço Social da UFSM, mesmo que não tenha sido exatamente desde o início.”
A docente também deixou uma mensagem para os estudantes que ingressam ou pretendem ingressar na área: “Ser assistente social não é uma vocação, é uma profissão construída durante os quatro anos e meio de graduação. Não é uma profissão fácil, é uma ocupação de luta que exige muita leitura, estudo e esforço constantes, bem como um olhar sensível às demandas daquelas e daqueles que são invisibilizados socialmente. Por isso, ao cursar Serviço Social, o faça com muita seriedade e dedicação que o curso exige e que as pessoas às quais atendemos merecem”, finaliza a professora.
Texto e Imagens: Luísa Soccal, bolsista de jornalismo da Subdivisão de Comunicação do CCSH.