Diante da pandemia do coronavírus (COVID-19), desde o dia 16 de março a UFSM suspendeu as atividades presenciais, acadêmicas e administrativas por 30 dias, prazo que pode ser prorrogado. A indicação dos órgãos de saúde é que as pessoas evitem sair de casa, permanecendo em quarentena. Esta é uma tentativa de frear o número de contágios, achatando a curva epidêmica e evitando o colapso no sistema de saúde.
Apesar das boas consequências em relação ao contágio, especialistas apontam para questões relacionadas a saúde mental durante o isolamento social. Abaixo, a psicóloga da UFSM campus Frederico Westphalen, Laís Piovesan, reuniu dicas para enfrentar esse período:
ANSIEDADE
A ansiedade pode ser um efeito colateral tanto da pandemia, como medo excessivo de contrair a doença, quanto da quarentena. Por isso, a saúde mental deve ser objeto de atenção da saúde pública. “Precisamos considerar o clima de insegurança e medo que uma situação como essa desperta. Para muitos, senão todos nós, a situação atual não se aproxima de nada que já tenhamos vivido. Temos dúvidas sobre nossa capacidade, coletiva e individual, de lidar com a ameaça que se apresenta, e esse é um terreno fértil para o aumento da ansiedade”, afirma Laís.
Sobre os efeitos do isolamento e distanciamento social, a psicóloga indica que se preste atenção na intensificação de pensamentos obsessivos (repetitivos e persistentes), pois a mente humana pode criar cenários catastróficos para o futuro. Laís indica que é preciso “avaliar que tipo de informações você tem procurado e de que forma elas têm te afetado”.
Laís reforça a importância de saber os cuidados necessários para a prevenção, mas que acompanhar com muita frequência reportagens com temáticas negativas pode não ser benéfico. “Ler frequentemente reportagens sobre mortes e pavor ao redor do mundo pode não te ajudar em nada e ainda aumentar o seu grau de ansiedade”. Ela indica que as pessoas limitem o acesso às informações, dando preferência àquelas uteis e evitem checá-las a todo momento.
SOLIDÃO E TÉDIO
A psicóloga fala que a necessidade de permanecer distante fisicamente de outras pessoas pode contribuir para o surgimento de sentimentos como solidão e tédio e pode, inclusive, agravar quadros depressivos. “Busque manter contato online com as pessoas de seu convívio e estabeleça uma rotina de atividades. Organize previamente seus horários de estudo e tente seguir o planejado.”
Pode parecer tentador, mas Laís indica que é preciso controlar a vontade de ficar de pijama o dia todo. “Esta vestimenta está associada a descanso/sono. O ideal é manter a sua rotina o mais próximo possível do que era antes. Isso te ajudará a preservar o contato com a realidade, também facilitará o retorno às atividades no momento oportuno”.
ATIVIDADE FÍSICA E LAZER
A atividade física contribui muito para a saúde mental e pode ser uma grande aliada nesse momento. “Uma ótima opção é baixar aplicativos ou assistir a vídeos gratuitos com aulas de ioga, dança, alongamento, meditação, entre outros. Esta dica torna-se ainda mais importante se você está com problemas relacionados ao sono”, afirma Laís.
As atividades que eram feitas em períodos de não isolamento social, não devem ser esquecidas. “Dedique um tempinho para atividade de lazer: assistir a um filme, ler, jogar, pintar, cuidar das plantas. Aí depende do que faz você relaxar e se sentir bem.”
BUSQUE E OFEREÇA AJUDA
“Se existe algo que talvez possamos levar como aprendizado do período que estamos vivendo é o reconhecimento da importância do coletivo e da cooperação”, adverte a psicóloga. “Não hesite em pedir ajuda, seja para conseguir realizar as tarefas acadêmicas, seja para conversar em momentos de angústia ou para pedir que alguém vá até o supermercado se você não estiver se sentindo bem ou for do grupo de risco”.
É importante lembrar que aqueles que puderem, se coloquem à disposição para ajudar. Professores e colegas estão em isolamento também, conforme orientação da UFSM. Dessa forma, contatos via skype, ligações pelo whatsapp, hangout do Google são estratégias que podem ser utilizadas nesse momento.
A psicóloga deixa um recado para a comunidade acadêmica. “O que estamos vivendo é algo temporário. Mantendo-se em casa você está fazendo sua parte e contribuindo com a sociedade. Não podemos mudar a situação que se instalou, mas podemos escolher como lidar com ela. Cuidem-se”.
FUNCIONAMENTO DO NAP
O Núcleo de Apoio Pedagógico da UFSM-PM está atendendo as demandas por e-mail nappm@ufsm.br ou pelo facebook Sophia Nap durante a suspensão das atividades acadêmicas.
SOBRE O CORONAVÍRUS
Se estiver com sintomas suspeitos ou quiser conversar sobre cuidados de prevenção, a UFSM dispõe do DISQUE COVID, que pode ser acessado pelos telefones (55) 3220-8500 e (55) 3213-1800.