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A primeira mesa temática desta sexta-feira, 18, na II Jornada Gaúcha de Pesquisadores da Recepção, instigou os participantes ao debate sobre as “Abordagens teórico-metodológicas para os estudos da recepção”. Sob mediação da professora Viviane Borelli (UFSM), participaram como painelistas os professores e pesquisadores Jiani Bonin e Antonio Fausto Neto, ambos da Universidade do Vale do Rio Sinos (UNISINOS).
Em sua fala, “Desafios metodológicos para os estudos da recepção a partir da perspectiva transmetodológica”, Jiani Bonin falou sobre as inquietações e os desafios que percebe e enfrenta em seus grupos de pesquisa. Ao pensar esses problemas, a pesquisadora abordou os métodos trans ou multimetodológicos, retomando a importância da articulação de diversos métodos, para apreender melhor o objeto de pesquisa dando dimensão aos processos midiáticos. Segundo ela, alguns conceitos precisam ser sempre rediscutidos, como por exemplo, o contexto de midiatização que propõe.
Bonin também discutiu a problemática de pensar o receptor de maneira complexa, assim como discutir o papel das plataformas como instituições, por exemplo, o Facebook. Retomar questões epistemológicas para repensar, rever e reeditar também é importante, porque os conceitos possuem história, mas principalmente construir metodologias “fugindo de esquemas prontos”, pois, segundo ela, os objetos são diferentes.
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Já Fausto Neto, em seu painel “Desafios teóricos em estudos de recepção: a problemática da circulação no contexto da midiatização”, iniciou com uma reflexão sobre o que ele chamou de “a economia das temporalidades”. Para o pesquisador, deixamos muitas vezes a conversa “face a face” para usarmos as redes digitais, por isso a importância da Jornada em promover os encontros presenciais.
O professor traçou uma relação de perspectiva histórica com os conceitos de produção, circulação e recepção, em que se aproxima da noção de causa-efeito para dizer que de certa maneira a história das pesquisas em comunicação excluiu a circulação como um processo também passível de estudos, uma vez que “a circulação se pavimenta antes da mensagem como resultado”. Relembrou a contribuição histórica dos estudos de mass media, salientando que “ao importarmos os métodos também importamos os problemas metodológicos”. Em seguida, avançou com a problemática do redesenho da oferta da produção midiática pelos receptores, que são “sujeitos expertos” que ressignificam e intervêm no que é ofertado. Nesse ponto, destacou os comentários nos portais dos jornais, que segundo suas pesquisas, não são dinamizados pela produção.
Texto: Luan Romero
Fotos: Laura Quadros e Gabriele Wagner de Souza