Egresso do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria (Poscom/UFSM), Mauricio Fanfa recebeu o Prêmio Tese UFSM 2025 na categoria do Centro de Ciências Sociais e Humanas (CCSH/UFSM). A pesquisa Degradês de Conectividade: infraestrutura de Internet e desigualdades territoriais da midiatização, orientada pela professora Ada Cristina Machado Silveira, foi defendida em 2023. A entrega do prêmio ocorreu em 3 de novembro de 2025, durante a abertura da 40.ª Jornada Acadêmica Integrada (JAI/UFSM).

A tese teve como objetivo rastrear agentes e levantar dados e problemáticas relacionados à espacialidade e à infraestrutura de Internet, propondo uma reflexão crítica sobre como a conectividade se distribui de forma desigual entre os territórios. O estudo se insere no campo dos estudos de infraestrutura midiática, dialogando com os estudos críticos em Difusão de Inovações, e aborda questões como exclusão digital, colonialidade, midiatização, globalização, modernização, identidades territoriais e história das comunicações.

Relato de Mauricio Fanfa sobre a premiação

“Como qualquer tese, essa só saiu em função do apoio da família, da condição para me dedicar exclusivamente, da bolsa CAPES, etc. É um pouco disso tudo. Minha companheira, Emanuelly Vargas, um apoio intelectual indispensável, também egressa do Poscom. Passamos o período inteiro grudados, pensando muito, discutindo, estudando juntos. Isso vale para qualquer pesquisa: precisa de apoio em vários níveis – institucionais, políticos, familiares, afetivos. Um estímulo arraigado à atividade reflexiva, de ambientes intelectualmente estimulantes, de colegas, de bibliotecas, de boas universidades, de políticas públicas de incentivo à ciência. A tese foi atravessada pela pandemia, ou seja, muita coisa precisou ser alterada, adaptada, repensada. Esse período me obrigou a fazer o mais misto dos métodos no meu horizonte, e acabei trabalhando com grandes quantidades de dados quantitativos, mas analisados a partir das sensibilidades reflexivas qualitativas da minha trajetória e treinamento como pesquisador. Tentei fazer isso da maneira mais rigorosa, criativa e aprofundada que consegui. Para tentar desvendar como todos esses dados que encontrei se organizavam, fui para análise documental, análise de políticas públicas, geografia, história, economia, semiótica, design de interfaces, fotografia. Faz parte da graça de investigar redes de associações: vamos rastreando e uma coisa leva à outra”.

A tese completa pode ser acessada no Repositório Digital da UFSM.