O Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) promoveu, de 10 a 19 de novembro de 2025, um ciclo integrado de atividades dedicadas ao enativismo e aos estudos da intersubjetividade. A iniciativa, que combinou palestras, conferências, reuniões, workshops, sessões de banners e performances, aproximou pesquisadoras e pesquisadores dedicados a compreender como os fenômenos mentais e sociais que emergem das relações entre organismos, ambientes e práticas compartilhadas.
O ciclo foi organizado por integrantes do grupo de pesquisa C&L/Enact, que há anos trabalha com filosofia da mente e da linguagem a partir de perspectivas contemporâneas. Ele é uma ação do projeto Enativismo: Desenvolvimentos e Desafios (CNPq Humanidades). Segundo a coordenadora, Profa. Dra. Nara M. Figueiredo, o objetivo de criar e ampliar e espaços de investigação, no qual estudantes e pesquisadores pudessem aprofundar debates sobre cognição corporificada, agência relacional e linguagem, foi plenamente atingido.
Durante o período, houve a integração de várias áreas do conhecimento tendo participantes da filosofia, psicologia, computação, farmácia, economia, artes visuais, dança, relações internacionais e educação. Durante o evento surgiram diversos focos convergentes de pesquisa, tais como: saúde e cuidado, linguagem e lógica, ética e metaética, tecnologias e inteligências artificiais, educação, sociedade e realidade.

O ciclo envolveu também o Workshop PRISMA – um, treinamento/pesquisa experimental e pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEF) –, que reuniu participantes para experimento e análise de situações reais de coordenação social e produção participativa de sentido. A proposta do workshop foi aproximar teoria e prática: compreender como conceitos enativistas permitem investigar experiências compartilhadas sem reduzi-las a processos internos ou individuais, e observando a emergência e produção de dinâmicas interativas.
Para os organizadores, a relevância do ciclo vai além da discussão acadêmica. Em um contexto marcado por tensões sociais, polarização e transformações tecnocientíficas que moldam novas formas de interação, pensar a intersubjetividade tornou-se urgente.
“Investigar como nos tornamos agentes juntos, como construímos mundos e significados de modo relacional, é fundamental para compreender tanto conflitos quanto possibilidades de cooperação”, afirma a professora Nara.
As atividades resultaram também em encaminhamentos para pesquisas futuras, incluindo condução de experimentos sobre intersubjetividade, produção conjunta de artigos científicos, parcerias interinstitucionais e direções para divulgação científica.
Leia a matéria na íntegra no site do projeto Enact
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