Alessandra Stefanello, aluna do Curso de Letras (Licenciatura Português e suas Literaturas), de nossa universidade, bolsista PROBIC FAPERGS desde 2020, ganhou o prêmio Carolina Bori – Ciência & Mulher, na categoria “Meninas na Ciência”, na área de Humanidades, com o trabalho: Um outro olhar para a língua: a posse da terra e o direito à propriedade. A referida premiação diz respeito às pesquisas de Iniciação Científicas que “demonstraram criatividade, boa aplicação do método científico e potencial de contribuição com a ciência no futuro”. A SBPC recebeu indicações de 446 candidatas de 233 instituições de todas as regiões do país. Uma comissão julgadora escolheu nove vencedoras, três do Ensino Médio e seis da Graduação. A premiação estava subdividida entre três grandes áreas do conhecimento: Biológicas e Saúde (com 126 candidatas), Engenharias, Exatas e Ciências da Terra (com 103) e Humanidades (com 91). Na área de Humanidades, além da Alessandra Stefanello, também foi premiada a estudante Denise Barrozo de Paula, graduanda de Psicologia na Universidade Municipal de São Caetano do Sul, São Paulo, pelo projeto “Representações, sentidos e valores da menina negra na literatura infanto-juvenil: um estudo a partir do livro a cor da ternura de Geni Guimarães”. Nas palavras de sua orientadora, a Professora Amanda Scherer (DLCL-CAL), “Alessandra sempre demonstrou muita seriedade e comprometimento em relação ao seu tema de pesquisa, A história da terra e de sua distribuição no território brasileiro, levando-a aos espaços institucionais para discussão e socialização, inclusive participando de eventos regionais, nacionais e de além-mar, da mesma forma, de grupo de trabalho de associações científicas estudantis”. Outro dado importante é que ela teve uma participação efetiva do PET LETRAS da UFSM, sem bolsa, até o ano de 2022, garantindo um espaço de interlocução e aprendizado em grupo. Para a sua orientadora: “seu tema de pesquisa é de fundamental importância para a área das Humanidades, pois, além de compreender a constituição e formulação do discurso que envolve a questão da terra, põe em diálogo o campo de conhecimento da Análise de Discurso com outros campos de conhecimento das Humanidades, tais como a história da terra, a geografia humana, a sociologia da propriedade, que permitem, por sua vez, descentralizar o sujeito e questionar a versão de história vigente. É importante destacar que a Alessandra tem uma história familiar muito significativa pois seus pais são pequenos agricultores e que ainda conseguem resistir ao desenvolvimento do agronegócio na Região Central do estado, fazendo de sua pequena propriedade um lugar de afirmação da resistência regional. Alessandra, além de ser universitária militante, moradora da Casa de Estudante no campus da UFSM, tem sua residência oficial distante quase 20 km. Ainda nas palavras da Profa. Amanda: ela vive um vai e vem entre a propriedade rural e o campus universitário. Lá na zona rural, ela assume inclusive postos de trabalho de todo tipo. Sua militância rural e universitária lhe garante um potencial para leitura e análises de teoria crítica sobre o sujeito, história e memória, alternando e alterando o status quo vigente. É mister salientar ainda que a Alessandra não mede esforços para fazer de sua prática política ativamente em outras produções e projetos, tanto relacionados ao ensino quanto à extensão, o que permite produzir conhecimento articulando a tríade ensino, pesquisa e extensão, necessária à prática acadêmica, enquanto pesquisadora e futura docente. Por último, é importante destacar que Alessandra foi selecionada no Mestrado em Linguística da UNICAMP (Programa de Pós-Graduação em Linguística com nota 7 pela CAPES), obtendo o primeiro lugar. A cerimônia de entrega do prêmio acontecerá no dia 10 de fevereiro, em comemoração ao “Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência”.
Texto de Amanda Scherer.
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