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Dinossauros em cenários reais são destaques nas redes sociais

Pesquisador do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica (Cappa) utiliza o Twitter para divulgação científica



Já parou para pensar como seria nosso planeta se animais que existiram há milhões de anos ainda estivessem vivos? Quais seriam os hábitos deles? Qual a diferença de tamanho de um humano perto de um animal pré-histórico? Em março de 2022, o geógrafo Jossano de Rosso Morais, mestrando em Biodiversidade Animal pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e pesquisador no Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica (Cappa), começou a escrever threads no Twitter para tentar responder algumas dessas questões e divulgar ciência de forma acessível.

O movimento de disseminar conteúdos científicos nas redes sociais inspirou o pesquisador a começar a escrever os próprios materiais. No início, os assuntos eram voltados para o período Triássico – surgimento dos primeiros dinossauros e mamíferos, por exemplo – e para as pesquisas do Cappa. “Agora estou fazendo threads de diversas notícias que leio e gosto, porque assim consigo aprender mais sobre outros temas também. Não tem um padrão de assunto, é mais aleatório agora”, comenta Jossano. 

Entre os conteúdos que o geógrafo produziu que mais repercutiram está uma curiosidade que Jossano mesmo tinha: “como seria o mundo se vários animais extintos ainda vivessem no nosso tempo?”. Ele explica que a escolha das montagens desses animais é feita com base no cenário. “Para fazer cada montagem, eu seleciono a ilustração que mais vai se encaixar no cenário escolhido. Os animais precisam ficar adequados à luz e ao tamanho do cenário”. Há uma “liberdade artística” na composição dessas imagens, pois nem sempre o animal retratado viveu na localidade da fotografia.  A partir da thread e de uma conversa com o mestrando, a Arco apresenta curiosidades de dois animais extintos: a Preguiça-Gigante e o Parasaurolophus. Confira: 

Animais extintos: onde habitavam e como viviam? 

  • Preguiça-Gigante
O local da fotografia é o município de São João do Polêsine. Preguiça-Gigante realizada por Matheus Gadelha. Montagem: Jossano de Rosso Morais

Período

  • O Megatherium – nome científico da Preguiça-Gigante – é um mamífero que viveu na Era Cenozoica, no período quartenário – após a extinção dos dinossauros
  • O Cenozoico iniciou-se há cerca de 65 milhões de anos 
  • A extinção da Preguiça Gigante ocorreu aproximadamente há 10 mil anos 
  • São originárias da América do Sul
  • Já existia seres humanos neste continente 

Características

  • São parentes das preguiças atuais
  • Podiam chegar até seis metros de comprimento e pesar quatro toneladas
  • Eram animais terrestres e herbívoros – alimentação baseada em plantas e folhagens
  • Não subiam em árvores devido ao tamanho
  • Muito provavelmente não viviam em bandos, por serem animais gigantes

Curiosidades

  • O geógrafo relata que é muito provável que a espécie tenha vivido na Região Central do Rio Grande do Sul, porque já foi encontrado fóssil em Caçapava do Sul  
  • O fóssil encontrado era da espécie Lestodon armatus. Antes já tinham sido achados das espécies Megatherium americanum e Eremotherium laurillardi 
  • No campus de Caçapava do Sul da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) foi construída uma escultura desse animal extinto 
  • Podem ter sido extintas devido às mudanças climáticas, na vegetação, no ambiente e também o fator humano pode ter sido uma das causas 
  • A Preguiça Gigante usava as paleotocas como abrigo.
O geógrafo Jossano Morais em frente a uma paleotoca na cidade de Santa Cruz do Sul. Arte da Preguiça-Gigante feita por Rob Brunette. Montagem: Jossano de Rosso Morais

Paleotocas são cavernas ou grutas cavadas na própria rocha. Em janeiro de 2023, Jossano escreveu no Twitter sobre sua visita a uma paleotoca no interior do Rio Grande do Sul e explicou sobre essas cavernas. Confira o texto escrito pelo pesquisador:

“Visitando uma Paleotoca de Preguiça-gigante

No Interior do RS, em Santa Cruz do Sul, fica essa caverna, ela é bem grande, são vários compartimentos e até hoje é conhecida na cidade como gruta dos Índios, um equívoco como vocês vão ver agora.

A caverna tem cerca de 30 metros de comprimento e 21 de largura, sua descoberta é pouco documentada, mas a região onde ela fica foi ocupada por volta de 1908, desde então o espaço é aberto para o público e muitas vezes tristemente vandalizada.

Durante os anos 1980, um estudo encontrou vestígios de povos indígenas que viveram nas redondezas, só que nada na caverna que indicasse que haviam habitado lá, no entanto o nome pegou e ficou conhecida como Gruta dos Índios, só por volta de 2008 que isso iria mudar.

O Geólogo Heinrich Frank, que estuda essas formações, esteve no local e encontraram possíveis  marcas de garras de preguiças, juntamente com outras evidências, como a localização próximo a cursos d’água e de outras formações feitas por esses animais terem feições muito parecidas.

Outro ponto é a ausência de outros fatores geológicos que poderiam ter formado essa estrutura, assim como o fato dos indígenas não terem o costume, nem ferramentas adequadas para sua construção.

A parte triste desse fato incrível ter sido construída por animais gigantes que viveram milhares de anos atrás é a falta de estrutura e investimento no local para informar os visitantes sobre a formação e a importância do local. O que espero que algum dia venha a acontecer.

Ainda não foram publicados estudos sobre o local, mas segue as entrevistas do geólogo que fez as análises: http://www.blog.gpme.org.br/?p=2558

  •  Parasaurolophus

O local da fotografia é o município de Cerro Branco, no Rio Grande do Sul. Arte do dinossauro de Jacob Baardse. Montagem: Jossano de Rosso Morais

Período

  • O dinossauro Parasaurolophus viveu na Era Mesozoica, no período Cretáceo, entre 80 e 70 milhões de anos atrás.
  • Viveu apenas na América do Norte, onde hoje estão localizados os Estados Unidos e o Canadá.
O local da foto é o município de Vila Nova do Sul, no Rio Grande do Sul. Arte do Parasaurolophus por Napon Suzuki. Montagem: Jossano de Rosso Morais

Características

  • Eram animais muito grandes, de até 10 metros de comprimento, e de quatro a cinco metros de altura.
  • Eram herbívoros.
  • Andavam tanto como bípedes – em duas patas -, como quadrúpedes – nas quatro patas.
  • Viviam em bandos.

Curiosidades

  • Até hoje analisa-se a função da famosa crista do Parasaurolophus. Jossano explica que provavelmente a estrutura ajudava a produzir um tipo de som.
  • Em uma cena do filme Jurassic Park: Mundo Perdido de 1997, o dinossauro aparece emitindo um som.

 

Expediente:

Reportagem: Eduarda Medeiros Paz, acadêmico de Jornalismo;
Edição de Produção: Samara Wobeto;
Edição geral: Luciane Treulieb

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