Quem disse que cego não pode jogar futebol? Na UFSM, existem duas modalidades que lembram o esporte mais popular do país: futebol 5 e golbol. Ambas permitem que cegos e pessoas com baixa visão possam bater uma bolinha, deixar de lado o sedentarismo e socializar com outros jogadores.
As modalidades são praticadas com uso de recursos que estimulam a audição, como bola com guizo, ou o tato, a partir das marcações em relevo na quadra. Enquanto o Futebol 5 é a versão adaptada da convencional, com cinco jogadores de cada lado, o golbol ou goalball é um esporte diferente, com bola semelhante à de basquete e dois times de três jogadores. No golbol, vale se agachar e até deitar para defender as investidas adversárias.
Em Santa Maria, as duas modalidades são oferecidas, desde 2010, pelo Núcleo de Apoio e Estudos da Educação Física Adaptada, com apoio da Associação de Cegos e Deficientes Visuais de Santa Maria (ACDVSM). “O desafio é a individualidade”, explica a professora Luciana Palma, idealizadora e coordenadora do projeto, sobre como atender a singularidade de cada jogador.
Independentemente dos obstáculos, a proposta possibilita a inclusão a partir da prática desportiva. “Eu conheço muita gente que é deficiente visual e passa muito tempo em casa. Esse tipo de projeto faz com que saiam da zona de conforto”, observa o professor de ensino fundamental Daverlan Dalla Lana, 26 anos, atleta das modalidades.