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Lá vem o Bombaja!

Conheça o trabalho desenvolvido durante os 15 anos do Grupo Bombaja na UFSM e a evolução dos protótipos de corrida



Um baja é um veículo off-road projetado para enfrentar as condições mais adversas de terreno, principalmente em terra batida e irregular. Na UFSM, desde 2003, o projeto Bombaja produz protótipos veiculares de mini Baja. A equipe participa anualmente do Baja SAE Brasil, uma competição nacional que engloba cerca de cem equipes, na qual os estudantes de Engenharia têm a possibilidade de aliar a teoria à prática, desde a concepção até a construção e testes dos bajas. Até então, foram projetados 16 protótipos de mini bajas na UFSM, sendo o último, o BJ-16, lançado nos dias 27 e 28 de setembro de 2018 no hall do Centro de Tecnologia.

O projeto de pesquisa e extensão Bombaja foi fundado há 15 anos por Iberê Luiz Nodari, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da UFSM. Atualmente, o Bombaja é coordenado pelo professor Paulo Romeu Moreira Machado, do Departamento de Engenharia Mecânica, e coorientado por Thompson Lanzanova, pós-doutorando em Engenharia Mecânica.

O grupo Bombaja funciona em subsistemas que trabalham em diferentes partes do carro, como na suspensão, no freio e na parte elétrica. Cada um deles tem um diretor e uma equipe. Estar dentro de cada divisão tem muito a ver com a afinidade dos alunos ao tema. Charles Júnior, por exemplo, que cursa o 7° semestre da Engenharia Mecânica, trabalha no subsistema de transmissão há dois anos e é diretor de projeto da equipe há seis meses. Já Micael Fischel, acadêmico do 9° semestre do mesmo curso, faz parte do grupo desde 2014. O estudante relata que o desenvolvimento da capacidade de aprender com os erros e de lidar com o trabalho em equipe ao longo desses quatro anos de experiência no projeto podem auxiliá-lo a entrar no mercado de trabalho.

Após concluírem seus estudos, os acadêmicos têm a possibilidade de estagiar em empresas, a exemplo da Stock Car, nas quais o pré-requisito é ter participado do Baja SAE Brasil ou do Fórmula SAE – outra competição.

A competição

Há três níveis anuais na competição Baja SAE Brasil: regionais, nacionais e mundial. Em cada uma delas, as equipes devem passar por nove etapas, além da “Enduro”, principal prova da disputa, que possui quatro horas de duração e contabiliza 400 pontos do total de mil.

A equipe da UFSM foi campeã do Baja Sul no ano de 2008 com o protótipo BJ-08, e já competiu nacionalmente nos municípios de Piracicaba e São José dos Campos, em São Paulo. A nível regional, já passou pelas cidades de Passo Fundo e Gravataí, e agora se prepara para ir a Pato Branco, no Paraná, entre os dias 11 e 14 de outubro.

Cuidados essenciais

Feita a montagem do carro, a equipe prepara testes para validar os protótipos, em um terreno baldio ou no Centro de Eventos do campus sede. Durante os testes e a partir do histórico de erros na competição, é possível identificar pontos para trabalhar no veículo, a fim de torná-lo mais resistente e eficiente.

Para proteger o piloto, existem regras de segurança, que incluem: cinto de cinco pontos; algema que restringe o movimento do braço – para não sair da estrutura da gaiola em caso de capotamento; capacete; protetor cervical e roupas não-inflamáveis, para o caso de vazamento de gasolina. Além disso, é exigido que todos os pilotos possuam Carteira Nacional de Habilitação e plano de saúde.

Etapas das provas

Em média, o mini Baja SAE da equipe corre 55km/h e pesa cerca de 170kg. Funciona com gasolina em um tanque de três litros e meio, que, quando cheio, tem durabilidade de duas horas e meia. Para ter um bom empenho em provas de longa duração, o piloto precisa de resistência e facilidade na comunicação com a equipe.

As primeiras duas etapas são chamadas de estáticas e consistem em ver se o protótipo e seu motor estão dentro do regulamento. Apesar de não contabilizarem pontos, essas etapas são cruciais. Caso a equipe não resolva os possíveis problemas nos carros, é impossibilitada de seguir na competição.

As provas dinâmicas começam pela “Conforto”, que consiste em um piloto do comitê de avaliação fazer um circuito com o baja de cada equipe para avaliar a performance técnica. Outro ponto avaliado é a frenagem – a capacidade de arrastar as quatro rodas conjuntamente. Caso isso não ocorra, a equipe é desclassificada. Eles também correm contra o relógio em mais três provas de velocidade.

Já na prova de tração, leva-se em consideração o tempo que o baja aguenta puxando determinada quantidade de peso. Depois, o veículo tem que percorrer um caminho com obstáculos – troncos e buracos – no menor tempo em uma prova de suspensão. Na “Enduro” – última prova da competição, a equipe que fizer mais voltas na pista tem nota máxima. Nessa etapa, os protótipos podem ser abastecidos apenas uma vez.

Além das provas na pista de corrida, cada equipe tem que apresentar para um juiz especialista como funciona o sistema do protótipo que está competindo.

Conheça as características básicas do carro que impactam na sua performance na competição:

  • Suspensão: Parte responsável pela absorção de impacto. Antes era rígida e acabou evoluindo para uma suspensão independente. Essa mudança foi a que mais impactou nesses 15 anos. Ela é muito importante, pois interfere na manobrabilidade – qualidade nas curvas e obstáculos.   
  • Peso: O motor é conforme o regulamento, com uma potência limitada. O que faz o carro se diferenciar é a redução do peso do protótipo veicular que implica diretamente na velocidade.
  • Motor: Não teve evolução, pois o regulamento só permite um modelo. Sendo assim, o motor continua o mesmo para todas as equipes, para ter uma regularidade e forçar os alunos a desenvolverem particularidades que possam diferenciá-los de outros competidores.
  • Powertrain/transmissão: Antigamente era por corrente, parecida com a transmissão de uma motocicleta, não tão eficiente. Com o aperfeiçoamento dos protótipos, a equipe investiu na transmissão de engrenagem, que tem uma eficiência e robustez melhor. A manutenção é mais fácil, agrega menos peso ao carro e, consequentemente, dá maior eficiência e velocidade.
  • Estrutura: Ao longo do tempo, foram estudadas a redução de peso e melhor rigidez estrutural, para o carro não torcer ou amassar ao capotar. As melhorias na estrutura dos bajas ocorrem a partir de simulações e testes.
  • Comprimento: Os primeiros protótipos tinham um comprimento maior, porém, atualmente, os carros são mais compactos, o que facilita na hora da competição, atribuindo agilidade ao passar por obstáculos do terreno off-road.

Reportagem: Bibiana Pinheiro, acadêmica de Jornalismo
Edição: Tainara Liesenfeld, acadêmica de Jornalismo
Ilustração: Pollyana Santoro, acadêmica de Desenho Industrial

Fotografia: Equipe Bombaja

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