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Palavras para serem ouvidas

Professor da UFSM colabora com o projeto da dupla Kleiton e Kledir



Se a música por si só já é tida como uma das máximas formas da expressão humana, imagine se estiver ligada à literatura e à tipografia… Pois, foi pensando nisso que a renomada dupla de músicos Kleiton e Kledir lançou em 2015 o projeto “Com todas as letras”, que segue colhendo bons resultados. O novo disco – que tem por objetivo trazer uma nova perspectiva e maior riqueza poética e temática às músicas – reúne contribuições literárias de diversos escritores gaúchos, tendo o processo de criação adaptado a cada parceiro e seu estilo pessoal. Além disso, o projeto gráfico que compõe o material também foi meticulosamente pensado e contou com a contribuição de diversos profissionais do ramo, dentre eles o professor do Departamento de Desenho Industrial da UFSM, Volnei Matté.

Arte gráfica para a música “Felizes para Sempre” do álbum “Com todas as letras”

Confira a entrevista que a Arco realizou com o professor Volnei Matté:

Arco: Como foi feito o contato para que você fizesse parte da equipe de calígrafos que interpretariam as canções do projeto Com todas as letras?

Volnei Matté: O escritório do Felipe Taborda, do Rio de Janeiro, foi o responsável por todo o projeto gráfico do álbum. Eles convidaram o Cláudio Gil, um calígrafo, também do RJ, para participar e fazer o contato com os demais calígrafos, tipógrafos e designers. Assim, quem entrou em contato comigo foi o Cláudio Gil. Ele me explicou a proposta do projeto, que era uma parceria entre o Keiton e Kledir e vários escritores para o desenvolvimento das letras. E que também seria uma parceria entre profissionais de diversas nacionalidades (Argentina, Brasil, Estados Unidos, México, Peru e Portugal) para representar visualmente essas músicas. A proposta desse álbum especial (Livro + LP + CD + DVD) era não ser comercializado, apenas distribuído para um número limitado de pessoas selecionadas pela dupla Kleiton e Kledir.

Arco: Por que você se interessou em participar? Existia algum diferencial nessa proposta, em relação a outros projetos nos quais você já se envolveu?

V.M.:A possibilidade de participar de um projeto com um grupo de pessoas muito competentes, desde os músicos, designers, tipógrafos e calígrafos, todos num espírito de colaboração para fazer nascer um projeto especial. E Kleiton e Kledir são músicos muito representativos da cultura do Rio Grande do Sul e do Brasil.

Letra da música “Felizes para Sempre” pelo olhar e mãos do professor Volnei Matté

Arco: Em relação ao trabalho em si: em que momento vocês, calígrafos, foram inseridos no processo? Foi dado algum direcionamento ou houve liberdade total?

V.M.: Houve liberdade total, não foi estipulado nenhum requisito em termos de linguagem. Cada profissional recebeu uma letra e pôde desenvolver o que quisesse para apresentar essa letra dentro do formato e cores determinadas. As músicas já estavam prontas, mas cada um daria sua interpretação com base na letra, não na música, para não influenciar o processo.

Arco: Como se dá o processo de criação de um trabalho como este? Quais critérios são utilizados para a composição dos elementos?

V.M.: Como é um trabalho de natureza mais expressiva, não existe um padrão para o processo de criação. O que fiz inicialmente foi testar diversos estilos de caligrafia para ver qual encaixaria melhor no contexto do trabalho. Fiz estudos de composição do leiaute das páginas, para então fazer as caligrafias finais. Foram caligrafadas várias páginas, e posteriormente selecionadas as melhores. Essas foram então fotografadas e tratadas digitalmente para compor o leiaute desejado. As imagens da lua e do relógio foram feitas pela minha esposa, que trabalha com colagens. Por fim, apliquei texturas, cores e preparei o arquivo de arte-final, utilizando a tinta prata juntamente com as demais, para conseguir um efeito metalizado.

Arco: E como o trabalho repercutiu, nacional e internacionalmente?

V.M.: O conjunto do trabalho, com a participação de todos esses profissionais, teve grande repercussão. Com isso, foram realizadas quatro exposições coletivas, com todos os trabalhos desenvolvidos, em Nova Iorque, Lisboa, Santo Domingo e Pelotas. A participação neste trabalho foi uma experiência muito gratificante, pessoal e profissional, possibilitando conhecer pessoas talentosas e experientes, das quais surgiram vários contatos e amizades.

Repórter: Luciane Treulieb

Fotografia: Arquivo pessoal

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