OS RESTOS MORTAIS DO FUNDADOR DA UFSM ESTÃO GUARDADOS NA INSTITUIÇÃO?
A edificação com 14 metros de altura de concreto e espelhos situada entre a Reitoria e o terminal de ônibus é um obelisco em memória a José Mariano da Rocha Filho, fundador da UFSM. Existem alguns mitos sobre essa construção; entre eles o de que sua forma triangular seria uma menção à maçonaria e o de que os restos mortais de Mariano da Rocha estariam no local. Pedro Saurin*, que foi o engenheiro do projeto, esclareceu que, diferentemente do que muitos pensam, o projeto não está relacionado aos maçons. Sua forma foi imaginada por Antonio Carlos de Lemos, membro da Associação dos Amigos do Memorial Reitor Mariano, como algo que “elevasse a memória de Mariano e refletisse o sol com esplendor, representando a luz do conhecimento”. Já a guarda dos restos mortais realmente está prevista no projeto do memorial. A ideia é que eles fiquem acolhidos em uma urna dentro do edifício. No entanto, ela ainda não está lá, assim como também falta concluir outras estruturas previstas na planta arquitetônica, como um espaço de visitação que apresente a história da UFSM e um lago em torno da passarela de concreto. O Memorial de Mariano da Rocha foi financiado via Lei Municipal de Incentivo à Cultura (LIC) e pela própria família Mariano da Rocha.
POR QUE SÃO ENCONTRADOS TANTOS FÓSSEIS NA REGIÃO DE SANTA MARIA?
A região central do Rio Grande do Sul, incluindo todas as cidades entre Mata e Venâncio Aires, está assentada sobre rochas sedimentares do período Triássico, formadas há mais de 200 milhões de anos. Essas rochas registram diversos ambientes do passado, relacionados aos rios e suas planícies de inundação (“várzeas”), cujos depósitos se transformaram respectivamente em arenitos e lamitos. Em cada exposição dessas rochas, natural ou artificial, podem aparecer os registros dos animais e vegetais do passado, conhecidos como fósseis. Já foram registrados fósseis de vertebrados, invertebrados e plantas, tanto de grande quanto de pequeno porte. Entre os vertebrados existem diversos répteis, como os dicinodontes e os cinodontes, que deram origem aos mamíferos, os arcossauros, procolofonoides, peixes, anfíbios e os dinossauros. Entre estes últimos se incluem os mais primitivos do mundo, como Staurikosaurus pricei e Saturnalia tupiniquim, dinossauros encontrados em Santa Maria.
É VERDADE QUE O COMPORTAMENTO DOS PORCOS PODE SER AFETADO PELA MÚSICA?
Os sons, de um modo geral, podem estimular os animais a demonstrarem comportamentos desejáveis ou desencadear reações de medo. A música em si tem o poder de influenciar o comportamento e as respostas fisiológicas de diversas espécies, de forma positiva ou negativa, dependendo do estilo considerado e da forma como ela é aplicada. Até mesmo plantas podem ter seu potencial de germinação alterado em razão do estilo musical ao qual são expostas. Trabalhos realizados pelo Laboratório de Ambiência e Bem-Estar Animal da UFSM em Palmeira das Missões indicam que leitões que ouviram música (A Valsa das Flores, de Tchaikovsky), durante a maternidade e creche, apresentaram menos manifestações de comportamentos de luta. Já suínos na fase de terminação tiveram maior ingestão diária de alimento quando submetidos ao rock and roll, embora o ganho de peso tenha sido maior em animais que ouviram música clássica ou que não ouviram música. Muitos estudos ainda devem ser realizados para que a música seja considerada um enriquecimento ambiental, e não um desencadeador de estresse para os animais.
Colaboradores: professores Átila Augusto Stock da Rosa, Juliana Sarubbi e o engenheiro Pedro Saurin.
Nota da editora: O engenheiro Pedro Saurin faleceu em julho de 2014. A entrevista que ele concedeu à Arco foi realizada em março de 2014.