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Eficiência sustentável

O uso de biofertilizante bovino melhora a produtividade de girassóis no semiárido nordestino



Interessados em encontrar alternativas para os produtores nordestinos, que sofrem com solos semiáridos e a falta de água com níveis de sal adequados para suas plantações, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) desenvolveu estudos buscando comprovar os benefícios do uso de biofertilizantes bovinos na produção de girassóis.

Os biofertilizantes podem ser elaborados com resíduos de plantações ou de dejetos animais, e são produzidos através de um processo chamado “fermentação anaeróbica”, em que não há contato com o ar. Além de ecologicamente correto, o uso do biofertilizante bovino testado pelos pesquisadores cearenses diminuiu as quantidades de sal no solo e aumentou as taxas de fotossíntese dos girassóis.

A planta foi escolhida para os testes porque é uma espécie tolerante à salinidade do solo e da água, de fácil adaptação a diferentes regiões e com maior resistência ao clima. O girassol “é uma oleaginosa que apresenta características agronômicas importantes, com maior resistência à seca, ao frio e ao calor do que a maioria das espécies normalmente cultivadas no Brasil”, relatou Geocleber Gomes de Sousa, professor e pesquisador do Instituto de Desenvolvimento Rural da Universidade  da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) e um dos pesquisadores envolvidos no estudo.

Para comprovar a eficiência do biofertilizante na produção de girassóis, o grupo plantou sementes da mesma espécie em vasos, distribuídos dentro de uma estufa telada da Estação Agrometereológica da UFC. A universidade está localizada em uma região climática denominada “Aw”, ou seja,  em um clima tropical com estação seca de inverno.

O experimento utilizou o sistema fatorial 5×2, que consiste na aplicação de cinco níveis diferentes de condutividade elétrica da água em vasos com e sem biofertilizante bovino. Após 45 dias da semeadura, os pesquisadores analisaram a altura das plantas, o diâmetro do caule, tamanho e quantidade das folhas. A pesquisa também investigou a matéria seca dos girassóis. Algumas das plantas foram colhidas e depositadas em sacos de papel, para o processo de secagem em uma estufa a 60 graus centígrados.

A análise demonstrou que quanto mais sal, menores são as taxas de fotossíntese, transpiração e trocas gasosas das células. Além disso, níveis elevados de sal – chamado “estresse salino” –  modificam o diâmetro do caule, a área foliar e o número de folhas de plantas do girassol.

Os resultados são opostos quando a terra das amostras de girassol recebeu o composto biofertilizante. Os efeitos prejudiciais que a água salina causa nos girassóis foram minimizados tanto na parte aérea das plantas (como pétalas, folhas e caule), quanto na raiz. A análise da matéria seca das plantas de girassol apontou os mesmos resultados.

Para Souza, “a intenção da pesquisa é sempre gerar informações para os produtores da região do semiárido nordestino. Como o biofertilizante bovino é de baixo custo, o foco é dar alternativas para a comunidade científica e para os produtores”. O biofertilizante pode ser produzido até mesmo nas propriedades de pequeno porte. É uma alternativa sustentável e mais rentável para os produtores.

Reportagem e Infográficos: Laura Boessio e Marina Fortes

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