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Salmão brasileiro

Nova tecnologia pode contribuir para a popularização do consumo de Bijupirá



Apesar de pouco conhecido no mercado nacional, o Bijupirá é uma espécie marinha presente em toda a costa brasileira, com maior incidência no nordeste. Apelidado de “salmão brasileiro”, um Bijupirá adulto pode chegar a medir um metro e oitenta centímetros e pesar até oitenta quilos.

O volume de Bijupirá pescado no Brasil é pequeno, porque os peixes dessa espécie não formam cardumes e, assim, dificilmente caem nas redes de pesca em grande quantidade. O pesquisador Daniel Argentim explica que “praticamente todo Bijupirá que entra no mercado para ser consumido é oriundo de cativeiro”.

A produção em cativeiro é uma alternativa importante para o aumento sustentável da produção de peixes, porque evita a pesca predatória – quando retiramos do oceano mais do que eles são capazes de repor – e aumenta a lucratividade dos produtores.

É exatamente esse o interesse de pesquisa de Argentim: desenvolver técnicas que tornem a produção em cativeiro mais rentável e prática. “Nosso objetivo é testar uma possibilidade para reduzir desperdícios, além de avaliar diferentes manejos que, sem automação, seriam economicamente inviáveis ou mesmo impossíveis de serem feitos”, afirma.

A tese de Argentim, defendida na Universidade Estadual Paulista (UNESP) no começo deste ano, apresenta um sistema de alimentação automático para peixes, capaz de coletar informações da água e contribuir para a melhoria do desenvolvimento dos Bijupirás. “A tese teve como foco o manejo alimentar, que envolve não só uma ração de qualidade, mas também a forma como o alimento é ofertado para o peixe”, explica o pesquisador.

Simulação do sistema de alimentação automático para peixes

Segundo Daniel, vários fatores estão envolvidos e podem influenciar no desempenho do peixe, entre eles a temperatura da água. A partir da coleta dessas informações, o aparelho criado por Argentim é capaz de estimar o ganho de peso diário dos peixes, a conversão alimentar, a taxa de alimentação, o número de peixes na água, o peso médio dos peixes e a quantidade de ração ofertada pelo dispensador automático de ração. Além disso, o aparelho é capaz de informar quanto de alimento deve ser ofertado em determinado momento, facilitando o trabalho do tratador e melhorando o desenvolvimento dos animais.

Manejo automático e produtividade

As pesquisas realizadas pelo grupo de Argentim  têm apresentado resultados interessantes quanto aos efeitos do manejo alimentar automatizado sobre o desempenho, a fisiologia e a saúde dos peixes. O pesquisador defende que a tecnologia passa a oferecer ao produtor uma nova opção de tecnologia, que pode gerar melhor desempenho dos peixes e também maior lucro. “Essa nova tecnologia, no entanto, exige do produtor um conhecimento técnico para decidir qual manejo alimentar será adotado”, ressalta. Se a decisão for adequada, o produtor certamente terá uma redução no desperdício de ração, além de um crescimento mais rápido do peixe e, consequentemente, um maior lucro.

O manejo alimentar automatizado não altera as características do Bijupirá- sua carne continua com as mesmas características, elástica e de sabor suave. Mas o emprego dessa tecnologia poderia ajudar a alavancar a produção de peixe e aumentar a quantidade de peixe disponível ao consumidor com um preço mais acessível, o que poderia tornar a piscicultura uma atividade tão importante para o Brasil, como são a bovinocultura e a avicultura.

Reportagem: Germano Rama Molardi
Imagens: Maricultura Itapema / Bahia Pesca

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