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Condenação de aves ao abate

Estudo identifica as principais causas de condenação de aves em frigoríficos no Brasil



Responsável por realizar a inspeção sanitária do abate de aves no Brasil, o Serviço de Inspeção Federal (SIF) rotineiramente registra lesões e doenças identificadas no Sistema de Informações Gerenciais do Serviço de Inspeção Federal (SIGSIF). Criado em 2003, o SIGSIF é um sistema informatizado reconhecido como uma grande fonte de informações sobre doenças nos animais e avaliação de condições sanitárias dos produtores. Assim, pode servir como uma ferramenta para a avaliação de doenças e proposição de medidas de prevenção de riscos.

 

Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Agricultura identificou as principais causas de condenação de aves em matadouros registradas no SIGSIF entre 2006 e 2011. O índice de condenações neste período foi de 5,99%. As principais causas foram: contaminação (1,80%), contusão/lesões traumáticas (1,57%), dermatoses (0,74%) e celulite (0,50%). A maior taxa foi verificada no ano de 2008, com 6,37% de condenação.

 

Os pesquisadores observaram diferenças regionais na ocorrência das condenações. A dermatose, em especial, apresentou diferença estatística de ocorrência ao longo do ano, tendo um aumento na média durante os meses de inverno, devido às baixas temperaturas nos principais estados produtores (Rio Grande do Sul e Santa Catarina).

 

A maior proporção de condenações ocorreu nas regiões Sul (61% do total nacional), Sudeste (21%) e Centro-Oeste (17%), regiões que concentram o maior número de empresas frigoríficas do país. Entretanto, quando pensamos na relação entre o volume de produção e as taxas de condenações em cada região, o Centro-Oeste apresenta o maior percentual de descarte de animais (7,8% do total regional), seguida pelas regiões Sul (5,8%) e Sudeste (5,4%).

 

 

Ainda assim, existem grandes diferenças no percentual e nas principais causas de condenação dentro de uma mesma região. Segundo os pesquisadores, isso pode ser explicado pelas “diferenças no manejo das granjas avícolas, como a densidade no lote, método de apanha e transporte, diferenças no volume de aves abatidas por dia e na velocidade de abate entre estabelecimentos, bem como deficiências na regulagem do equipamento de evisceração”.

 

 

A celulite, a contaminação e a contusão/fratura são destacadas como as principais causas de condenação ao abate de aves. Estas lesões apresentam grande importância para a indústria devido às modificações em técnicas e tecnologias de criação, manejo e processamento industrial. Os cuidados no abate, entretanto, não diminuem a necessidade de cuidados com o animal durante as demais fases – do acondicionamento até o consumidor final. Isso porque doenças como as salmoneloses, transmitidas por derivados animais contaminados, representam risco à saúde do consumidor.

Em muitos países, as taxas de condenação de aves variam de 0,41 a 4,13%. No Brasil, alguns estudos apontam taxas variando de 0,17 a 8,97%, principalmente na região Sul. Esta alta taxa nacional (de 5,99%) foi superior mesmo aos dados observados no Canadá da década de 1980: entre os anos de 1980 e 1985, a taxa de condenação de aves variava de 1,96 a 1,72% na produção canadense.

 

Para os pesquisadores, entretanto, as diferenças nas taxas brasileiras, quando comparadas às de outros países, devem ser avaliadas com cautela, uma vez que “existem diferenças nas legislações que regulamentam o abate e a inspeção da carne de animais, bem como mudanças nas legislações dos países ao longo dos anos, em relação aos critérios de julgamento e destinação de carcaças ou partes animais”.

 

Os pesquisadores apontam que a melhoria nas condições de bem estar dos animais e a redução de estresse na criação, no transporte ao abatedouro e no pré-abate são fatores que reduzem a ocorrência de condenações de aves por patologias. A contaminação por rupturas das vísceras, por outro lado, poderia ser reduzida com uma melhor regulagem dos equipamentos de evisceração em função do peso dos lotes e velocidade de abate.

 

Reportagem: Matheus Santi
Infográficos: Nicolle Sartor

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