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Na ponta do pé

Bailarina volta a dançar com ajuda de prótese



Superar: transpor obstáculos, quebrar barreiras ou ir além do que te impede de ser feliz. Essa não é a definição do dicionário, mas é a que motiva muitas pessoas a seguirem em frente com seus objetivos de vida. Em um ciclo incessante e que vai se renovando, ao observar a superação de alguém, você percebe que também é capaz de ir além.

 

É com esse espírito que vive Melina Reis, uma bailarina de Campinas, São Paulo: cada dia um novo passo, um novo desafio. Por conta de um acidente de carro ocorrido em 2002, e após mais de 30 cirurgias e complicações, ela teve que amputar uma parte da perna esquerda. Foi um choque: achou que jamais poderia voltar a ficar na ponta dos pés. O acidente foi uma colisão entre dois veículos em um cruzamento, e a batida comprometeu severamente sua perna.

 

Ela conta as sequelas do acidente: “uma perna ficou mais curta que a outra, tenho dores fortes diariamente no tornozelo devido a uma artrose degenerativa, perdi músculos, duas das principais artérias, pele, entre outras coisas”. Durante doze anos, ela realizou cirurgias, fez muitos exames e um longo tratamento.

 

Melina se dedicava ao balé já na infância – e também trabalhou como modelo. Mas quem pensa que sua força de vontade havia sido abalada por conta do acidente, está muito enganado. Com a ajuda de um médico especialista em próteses, Melina pôde subir aos palcos novamente. Foi desenvolvida uma prótese adaptada para que a bailarina pudesse ficar na ponta dos pés. Construída com gesso, resina e fibra de carbono, a prótese não ficou pronta de um dia pro outro. Foram necessários testes e ajustes, mas o resultado atendeu às expectativas: o encaixe dentro de uma sapatilha de balé clássico foi perfeito.

 

 

O molde foi feito a partir de seu pé direito e exigiu muitos cálculos, além de conceitos de biomecânica. Após menos de uma semana de testes com o novo pé, Melina já retornou às aulas de balé. E não pense que ela ficou para trás – dançou tão bem quanto as outras bailarinas, e mais: se tornou um exemplo de superação para suas colegas.

 

Toda essa experiência inspirou Melina a criar o Instituto de Artes Inclusivas Mel Reis (IAI), que tem como objetivo ajudar na reabilitação de pessoas com deficiência física (adquirida pós-trauma) através das artes. Dançar é favorável ao bem estar físico e mental e o Instituto fornece uma oportunidade de desenvolver isso de um jeito diferente e divertido, onde cada aluno é incentivado a atingir uma meta própria. “Cada estágio do treinamento está dentro da possibilidade dos estudantes, que vão aumentando seus conhecimentos dos princípios do movimento e dos fundamentos da dança, de uma forma agradável”, conta Melina.

 

Transmídia de superação

Melina também criou uma Web Série para compartilhar experiências diárias. Assista a um dos vídeos, que mostra os cuidados que ela deve ter com suas próteses.

Reportagem: Camila Hartmann e Vitória Londero
Fotografias: Karine Xavier

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