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Tecnologia na narrativa ficcional

Professor da área de Computação da UFSM escreve histórias steampunk



Pelo fim. É por onde começa a produção da história em quadrinhos do escritor Andre Zanki Cordenonsi. Isso acontece porque para que a história seja publicada, o autor dos quadrinhos recebe um número determinado de páginas em que pode desenvolver a narrativa, o que ele chama de “ditadura da página”. E se começasse pelo início poderia correr o risco de chegar na última página desenhada sem conseguir completar o final da história. Cordenonsi conta que quando começou a fazer histórias em quadrinhos chegou a demorar 8 meses para terminar uma narrativa de 24 páginas. Mas que com o tempo e experiência adquiriu mais facilidade para desenvolver esses trabalhos.


Além da escrita ficcional, Cordenonsi também desempenha outra atividade: É professor da Universidade Federal de Santa Maria na área de computação e informática há duas décadas. O seu tempo é dividido entre as aulas, a família e a produção das obras. Como ele mesmo define: “escreve sobre o que lhe passa na cabeça e não o deixa dormir à noite, quando as ideias se derramam no teclado como um trem descarrilado.”


E o professor produz histórias no estilo steampunk, um subgênero da ficção científica, retro futurista, que envolve aparatos tecnológicos, autômatos, e apresentam ao leitor um  mundo que existiu – as maioria das histórias acontece na era vitoriana – mesclado a um mundo imaginado, reinventado por quem escreve.


No romance de aventura steampunk “Le Chevalier e a Exposição Universal”, lançado em 2015 pela Editora Avec, o espião conhecido apenas como Le Chevalier é chamado pela Central de Inteligência Bureau para desvendar um mistério. Isso as vésperas da Exposição Universal de Paris, em 1867. No livro, personagens históricos sem ligam à personagens literários como o Persa, do livro “O fantasma da ópera”, Napoleão Bonaparte III, imperador da França na época e Júlio Verne, escritor que no romance se torna um ministro da ciência francesa.

A primeira exposição universal ocorreu em 1851, em Londres. A exposição era uma espécie de feira mundial em que diversos países apresentavam suas invenções industriais. Na exposição de 1867, em que se passa a história de Le Chevalier, por exemplo, o elevador foi exibido. O telefone e a máquina de escrever foram evidenciados na exposição de 1876, nos Estados Unidos.


A inspiração para Cordenonsi construir as histórias vem de diferentes fontes. Ela pode surgir de pessoas, paisagens, cenas de filmes, de parágrafos de um romance, de histórias
em quadrinhos. Na medida em que as ideias vão surgindo, elas vão sendo anotadas. Algumas se transformam em histórias outras permanecem dentro da gaveta. Mas há um
elemento que perpassa toda a construção das narrativas: pesquisa.

 

Sem pesquisa não tem história
O escritor conta que já pesquisou sobre os mais variados assuntos para construir o enredo. E que já aconteceu de pesquisar por meses para escrever uma única frase. Quando o autor decidiu que “Le Chevalier” se passaria na França do século XIX, ele relata que precisou estudar a história da França, da Europa e todo contexto do momento para só depois construir os elementos da narrativa. Das pesquisas sobre a exposição universal de 1867 ele descobriu, por exemplo, que a primeira geladeira do mundo foi exibida nessa exposição “a partir daí eu tenho um capítulo que se resolve com essa geladeira”.


Dentro do Universo de “Le Chevalier”, além de duas histórias em quadrinhos que estão sendo produzidas, o espião vai experimentar novas aventuras em um segundo livro. Nessa obra, o autor antecipa que um capítulo inteiro é dedicado a um zoológico de Paris. Depois de pesquisar o que já havia sido registrado sobre os zoológicos da capital francesa, Cordenonsi pode reconstruir o zoo em que as cenas se passariam e que animais habitariam esse lugar. O resultado dessas pesquisas se transformaram em um mapa mental que depois vai dar o tom para as aventuras dos personagens.

Reportagem: Gabriele Wagner
Fotografias: Rafael Happke

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