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Palhaçaria feminina

Em uma das mais antigas manifestações do humor, as palhaças exploram o cômico na figura da mulher



A arte da palhaçaria vem encantando pessoas de todas as idades durante séculos em diversas culturas. Quem nunca, quando era criança, foi ao circo e deu boas risadas com as palhaçadas daquela figura engraçada, com nariz vermelho e sapatos exageradamente largos? Mas essa pode ser uma visão um pouco limitada da figura do palhaço… ou da palhaça.

 

As mulheres só puderam ingressar no teatro bem mais tarde que os homens, e na palhaçaria não foi diferente. De acordo com Andrea Macera, atriz, palhaça e organizadora do Encontro Internacional de Mulheres Palhaças, foram apenas nos últimos 50 anos que as mulheres palhaças começaram a trazer o feminino para o humor, e não mais se vestir de homens e construir sua comicidade baseada no masculino.

 

Essa busca pelo espaço da comicidade feminina, pela exploração do humor e do grotesco na figura da mulher, configura o cenário atual da mulher palhaça.  Segundo Melissa Lima Caminha, atriz e palhaça, “o ofício da mulher palhaça é um espaço de voz e visibilização que vêm crescendo nos circuitos culturais, artísticos e pedagógicos de alguns países, e que constitui um grande avanço democrático nas áreas do Teatro e do Circo”.  Melissa é conhecida como Palhaça Lavandinha, e participou da 3ª edição da revista “Palhaçaria Feminina”, com  um artigo sobre feminismo e questões de gênero no mundo das mulheres palhaças.

 

 

A revista “Palhaçaria Feminina” foi idealizada por Michelle Silveira da Silva, a Palhaça Barrica, formada em Artes Cênicas pela UFSM, e tem a intenção de reunir memórias e depoimentos de palhaças de todo o país. O projeto cresceu e conquistou o Prêmio Funarte Caixa Carequinha de Estímulo ao Circo em maio de 2015, conseguindo financiamento público para a sua terceira edição.

 

Michelle lembra que, em média, 65% dos mestres palhaços são homens, e apenas 35% são mulheres. Os números foram resultado dos relatos da revista, mas essa informação não foge muito à realidade. Pode-se observar que no modo de organização do espetáculo circense tradicional, justamente pela tardia participação da mulher na arte cômica, não há a construção do feminino na palhaçaria. De acordo com a famosa palhaça suíça Gardi Hutter, esse “é um problema, o fato de que para as mulheres não há suficiente estrutura imaginária, modelos de personagens”.

 

A revista foi a materialização da ideia do blog Mulheres Palhaças, também criado por Michele – um ambiente de discussão e divulgação do fazer artístico feminino e que atualmente está fora do ar. Michele afirma que tanto a produção da revista quanto o blog, aliados aos movimentos e festivais, como o Encontro Internacional de Mulheres Palhaças, servem como instrumento de empoderamento das mulheres palhaças brasileiras e um espaço de compartilhamento e construção da comicidade feminina.

Reportagem: Daniella Sangalli e Nadine Kowaleski
Fotografias: Divulgação

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