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Atividade nuclear em galáxias

Estudo explica o comportamento do gás molecular na atividade nuclear da galáxia NGC6240



Uma pesquisa realizada na UFSM explicou o comportamento do gás molecular (H2) na região central da galáxia NGC6240, com o objetivo de entender a atividade nuclear no interior dessa galáxia.

 

A pesquisa realizada pelas acadêmicas Marina Bianchin e Gabriele Ilha, que cursam, respectivamente, mestrado e graduação em Física, foi escolhida como artigo de capa da revista internacional Astrophysics and Space Science. Elas também foram premiadas na edição de 2015 da Jornada Acadêmica Integrada (JAI). O trabalho intitulado “A origem da emissão de linhas do gás molecular, de baixa e alta ionização no kiloparsec central de NGC6240” foi orientado pelo professor Rogemar Riffel, do Departamento de Física (CCNE/UFSM).

 

Qual o objetivo da pesquisa?

A pesquisa realizada na UFSM buscou compreender alguns processos que acontecem na galáxia NGC6240, que fica a 330 milhões de anos-luz de distância do centro da Via Láctea (galáxia onde se localiza o planeta Terra). NGC6240 é uma galáxia de interação, ou seja, são duas galáxias em um processo de fusão. Em função disso, ela possui em sua região central dois núcleos e cada um deles possui um buraco negro supermassivo (BNS). Em torno desses buracos negros, existe um disco de acreção. A acreção de matéria pelo BNS transforma energia potencial gravitacional em radiação. A energia emitida nesse processo é comparável à soma da emissão de todas as estrelas da galáxia. Por ter essas características NGC6240 é considerada uma galáxia ativa. A maioria das galáxias possuem buracos negros supermassivos em seu centro, mas poucas possuem atividade em seus núcleos. A Via Láctea, por exemplo, possui um BNS, mas ele não acreta matéria, o que a classifica como uma galáxia normal.

 

Uma das principais questões sobre galáxias ativas em interação é como a matéria chega até a região central para alimentar o buraco negro e, assim, gerar a atividade nuclear. O hidrogênio molecular (H2) é um bom traçador de escoamentos de gás até o centro. Então, os autores decidiram estudar a emissão desse gás na região central da NGC6240 e a cinemática dele.

 

 

Como a pesquisa foi realizada?

Para estudar a emissão e o movimento do gás H2 em direção ao centro da galáxia NGC6240, a equipe de pesquisa utilizou dados públicos do Observatório Gemini, obtidos com o telescópio Gemini Norte, e observou a galáxia por meio de um espectrógrafo de campo integral, equipamento que realiza imageamento, associando um espectro luminoso a cada pixel da imagem, e tem grande potencial para a observação de detalhes nas regiões centrais de galáxias.

 

Quais foram os resultados?

As descobertas feitas na pesquisa apontam para diversas origens de emissão do gás molecular (H2), dependendo da localização. Em algumas regiões, a emissão acontece devido ao núcleo ativo da galáxia, em outras por causa de formação estelar (processo de formação de uma estrela), e em outras ainda porque há colisões do H2, que acontecem devido à interação gravitacional entre os dois núcleos.

 

Experiências em pesquisas como essa são importantes para a formação acadêmica de estudantes que pretendem tornar-se pesquisadores, pois oportunizam ligar os conhecimentos teóricos à prática. Um fator que auxilia nesse processo é a duração e a continuidade dessas pesquisas. O estudo da emissão do gás molecular na galáxia NGC6240, por exemplo, que levou aproximadamente quatro anos desde a proposta inicial até sua publicação, foi essencial para a formação das acadêmicas Marina Bianchin e Gabriele Ilha. “No caso da astrofísica, existem muitas técnicas para análise de dados astronômicos que não aprendemos em sala de aula. Logo, a atividade de iniciação científica realiza um papel importante na nossa formação”, destaca Gabriele.

 

O professor Rogemar Riffel aponta, ainda, a importância desta pesquisa realizada na UFSM para a ciência brasileira, já que a maior parte da ciência no Brasil é desenvolvida em universidades públicas. “Os cortes em ciência e, principalmente, a extinção do Ministério de Ciência e Tecnologia e Inovação (MCT) podem ter um impacto muito grande para a ciência brasileira e formação de novos cientistas”, destaca o pesquisador. No Brasil, as pesquisas científicas dependem de financiamento de órgãos públicos para a aquisição de equipamentos, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), no contexto nacional, e a Fundação de Amparo à Pesquisa, como a  Fapergs no Rio Grande do Sul.

 

Reportagem: Camila Lourenci e Iander Porcella
Infográficos: Juliana Kruhpatz
Foto de capa: Divulgação

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