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Preservação dos recursos hídricos

Monitoramento das águas subterrâneas contribui para a conservação do Aquífero Guarani



Equipe da Rede Integrada de Monitoramento das Águas Subterrâneas realiza medições sistemáticas em poço subterrâneo localizado no Campus sede da UFSM

As águas subterrâneas são recursos naturais importantes para o meio ambiente, pois auxiliam na manutenção da umidade do solo, garantem o fluxo dos cursos d’água e também servem para uso humano. Elas são parte essencial do chamado ciclo hidrológico. Com a contaminação das águas superficiais, como de rios e lagos por exemplo, o consumo das águas subterrâneas tem aumentado rapidamente – principalmente por serem fontes de água limpa e que, na maioria das vezes, não necessitam de tratamento para o consumo humano. É por isso que conhecer e proteger as fontes de água subterrânea é tão importante.

Um estudo publicado pela revista Ciência e Natura, do Centro de Ciências Naturais e Exatas da UFSM,  mostrou que metade (50%) da área total dos aquíferos localizados na Bacia Hidrográfica do Rio Santa Maria estão em situação de alta vulnerabilidade à contaminação, e outros 31% do território são considerados em situação média de vulnerabilidade. Isso ocorre devido à presença de arenitos permeáveis em grande parte da região em que se encontra a Bacia, e também pelas águas não serem profundas.

Para determinar a vulnerabilidade da Bacia, foi utilizado um sistema de avaliação que leva em consideração três fatores: o grau de confinamento da água subterrânea, a distância da superfície terrestre até o lençol freático e a ocorrência dos extratos de cobertura. Os dados utilizados foram adquiridos no Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS), mantido pelo Governo Federal. A vulnerabilidade natural do aquífero à contaminação é classificada em uma escala que vai de insignificante (valores entre 0 e 0,1), baixa (0,1 e 0,3), média (0,3 e 0,5), alta (0,5 e 0,7), até extrema (0,7 e 1).

Os resultados apontados no estudo pela equipe coordenada pelo professor José Luiz Silvério da Silva, pesquisador do Departamento de Geociências da UFSM, são um avanço no conhecimento e na gestão dos recursos hídricos subterrâneos para os municípios que utilizam a água e ocupam o solo da região. O estudo é assinado pelos pesquisadores Carlos Alberto Löbler, Willian Fernando de Borba, Iago Turba da Costa e Lucas Lasta – além do professor Silvério da Silva.

Monitoramento continuado

A Bacia Hidrográfica do Rio Santa Maria é uma das zonas de afloramento do Aquífero Guarani, um dos mais importantes do mundo. Nessas condições, a água brota naturalmente da terra. Entre as atividades econômicas que utilizam essa água estão a agricultura, a pecuária extensiva e a silvicultura.



O Aquífero Guarani – maior aquífero transfronteiriço do mundo e com importante reserva para o abastecimento da população e para o desenvolvimento das atividades econômicas dos quatro países que abrange – também foi tema da dissertação de mestrado de Löbler. Ele analisou quantitativamente, entre 2010 e 2015, as águas subterrâneas da Bacia Escola do Campus da Universidade Federal de Santa Maria. Essa  Bacia compreende boa parte da área da Universidade e uma pequena parte do bairro Camobi.

A pesquisa avaliou as condições de oito poços tubulares monitorados – um deles na UFSM –  com o objetivo principal de elaborar uma estimativa sobre como o Aquífero Guarani se reabastece. As análises semanais dos níveis de água permitiram a construção de estatísticas sobre a situação do aquífero na região da Bacia Escola, além de permitir aos pesquisadores identificar se haveria relação entre as chuvas e a alteração nos níveis de água no local.

A coleta dos dados ocorreu através de um sistema de medição automático de nível da água que já havia sido instalado nos poços pela Rede Integrada de Monitoramento das Águas Subterrâneas (RIMAS). O sistema também foi calibrado para colher informações sobre o nível da água nos poços subterrâneos a cada hora. Assim, o geógrafo pode verificar e registrar semanalmente os níveis das águas subterrâneas. Na coleta manual, foram utilizados um freatímetro sonoro (somente para a medição do nível da água) e um medidor que, além de registrar o nível da água, também recolhe dados sobre a condutividade elétrica e a temperatura da água no poço.

Repórter: Gabriela Pagel
Infografia: Juliana Krupahtz
Fotografia: Rafael Happke

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