O projeto RElona é o primeiro em Santa Maria a transformar banners de lona não aproveitados em sacolas e bolsas. A ideia de começar esse trabalho surgiu de uma observação da professora de Química da UFSM, Marta Tocchetto, que viu que muitos banners de apresentação de trabalhos em eventos eram apenas utilizados durante um curto período de tempo e depois eram descartados.
Pensando em como reaproveitar o material, a professora buscou outros projetos para analisar como esse produto poderia ser aproveitado. Percebendo que em Santa Maria não tinha nenhum projeto que utilizasse reciclagem de banners de lona, Marta encontrou no projeto RElona um meio para reaproveitar esse tipo de material.
“As próprias associações que fazem a separação de resíduos para encaminhar para a reciclagem não tem mercado para esse tipo de plástico”, afirma a professora Marta. O banner de lona é composto por plástico e tecido, por isso, no momento da reutilização desse material o processo tem que ser diferente dos outros plásticos. Assim, o projeto valoriza o material, dando utilidade ao que seria descartado na natureza.
O RElona possui parcerias com agências de publicidade e outras empresas de Santa Maria, além de doações de pessoas.No momento, o projeto confecciona três tipos de sacolas: uma grande, voltada para o uso em compras nos supermercados, uma sacola dobrável, que tem como objetivo poder utilizar o acessório dentro de bolsas e mochilas e o terceiro modelo é uma bolsa destinada a carregar livros. O tamanho e confecção dos acessórios são pensados para o máximo aproveitamento dos banners e a mínima quantidade produzida de resíduos.
A confecção dos materiais é feita por voluntários, que se encontram na sede da Associação de Apoio a Pessoas com Câncer de Santa Maria (AAPECAN). Apesar do trabalho voluntário, o empecilho encontrado é o número reduzido de pessoas envolvidas no projeto. Com isso a produção fica comprometida, já que são confeccionados cerca de duas sacolas grandes por tarde.
O projeto RElona tem parceria com a AAPECAN, ajudando não apenas o meio ambiente com a reciclagem, mas também na recuperação de pessoas em tratamento, pois o envolvimento das pessoas surge como um momento de bem-estar. “Usamos o material e o que a gente está confeccionando como uma ferramenta de sensibilização para as questões ambientais e sociais”, salienta Marta, “não é só o novo que é bonito, o produto reciclado e produzido com trabalho manual também possui um valor e significado enorme”.
Depois de confeccionados, a ideia inicial é que metade da produção fique a disposição da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), para que a instituição possa repassar os produtos em forma de brinde em eventos, além de tornar o projeto mais conhecido. Já outra metade fica com a própria AAPECAN, para comercializar os acessórios em bazares ou em promoções realizadas pela associação.
Repórteres: Felipe Tubino e Guilherme Borges
Fotos: Marta Tocchetto