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Universidade inclusiva: a acessibilidade da UFSM na palma da mão

Projeto de mapeamento do campus pode ajudar pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida a se locomover pela Universidade



Já parou para olhar ao seu redor? Quantos prédios têm rampas corretas, portas largas ou maçanetas na altura ideal? Mesmo que o caminho até a escola ou o trabalho seja rotineiro, é comum não notar se existem recursos assistivos, adequações que garantem o acesso e locomoção e que fazem a diferença na vida de muita gente.

Nesta perspectiva, um grupo de estudantes do curso de Terapia Ocupacional desenvolveu um trabalho que mapeou os principais prédios da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A ideia surgiu na disciplina de Tecnologia Assistiva, ministrada pela professora Daniela Tonus. O trabalho foi parar em um aplicativo que serve para mostrar os locais com acessibilidade arquitetônica às pessoas com deficiência.

Daniela conta que, em uma das aulas práticas, cedeu uma cadeira de rodas aos alunos para que pudessem circular no campus e, assim, compreender a importância da acessibilidade. Depois de perceber diferenças entre os prédios e as dificuldades para acessar alguns locais, os alunos decidiram mapear os ambientes onde passaram e ajudar pessoas com deficiência a circular pela Universidade.

O trabalho iniciou com a medição de rampas e portas de acesso de dez prédios, como conta Lihana Dutra Cavalheiro, uma das estudantes responsáveis. Passaram pela análise: o Restaurante Universitário (RU), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Prédio do curso de Arquitetura, o Centro de Artes e Letras (CAL), o Centro das Ciências Rurais (CCR), o Centro das Ciências Sociais e Humanas (CCSH), o Centro das Ciências Naturais e Exatas (CCNE), a Biblioteca Central e o Hospital Universitário. Depois da medição, os estudantes fizeram uma comparação com as normas estabelecidas em lei para entender se os prédios estão dentro dos padrões.

Mas afinal, o que é acessibilidade?

Rampa de acesso ao prédio 42

A acessibilidade é um termo recorrente quando o assunto é mobilidade urbana, explica Daniela. Em termos práticos, a palavra significa “ter acesso” e faz parte da política de inclusão social.

Uma das definições encontradas em lei, ordena a criação de rampas, barras de ferro e outras medidas que garantam o acesso de pessoas com deficiências físicas ou visuais aos espaços públicos. Mas para que a acessibilidade aconteça, é preciso estar de acordo com as normas. “É comum a gente encontrar barras nos banheiros, por exemplo, e pensar que é um banheiro com acessibilidade. Mas essa medida está correta? Um usuário de cadeira de rodas consegue usar?”, reflete Daniela, ao falar de situações presenciadas no dia a dia. 

Os projetos de arquitetura e urbanismo precisam cumprir as exigências estipuladas pela Lei n° 10.098, sancionada em dezembro de 2000. Ela é conhecida também como Lei de Acessibilidade. Na UFSM, prédios construídos a partir de 2004 já devem estar dentro do padrão exigido. 

Piso tátil ao longo da Avenida Roraima

Daniela explica que, em escolas e universidades, o cuidado deve ser redobrado para oferecer aos alunos com deficiências – tanto visual e auditiva quanto motora e intelectual -, as melhores condições de segurança e autonomia tanto dentro quanto fora da sala de aula. Em décadas anteriores, muitos alunos não conseguiam iniciar o processo de educação por falta de preparo das escolas e até pelo receio da família de a criança estar em um local sem estrutura adequada. Com o passar do tempo, as estatísticas mostraram que o número de alunos com mobilidade reduzida nas salas de aula comum aumentou gradativamente, passando de 89,5%, em 2016, para 93,3% em 2020. Os dados são do Censo Escolar 2020.

Quem deve ser considerado uma pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida?

Uma pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida é aquela que tem limitações nas capacidades de se relacionar e se locomover temporária ou permanentemente. A partir de uma nova atualização da norma técnica 9050 de 2015, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o conceito de mobilidade reduzida foi ampliado para contemplar pessoas idosas, gestantes e obesas. A norma, que conta com 163 páginas, explica parâmetros e medidas ideais para todos os tipos de construção e até mesmo de móveis. Segundo o próprio documento, os critérios técnicos foram escolhidos considerando as diversas condições de mobilidade e de percepção do ambiente, com ou sem a ajuda de aparelhos específicos, como próteses, aparelhos de apoio, cadeiras de rodas, entre outros.

Guia de Rodas

No aplicativo é possível localizar as edificações e avaliar critérios de acessibilidade

Pela análise feita no campus sede da UFSM, os prédios que apresentam mais problemas são os mais antigos na universidade: CAL, CCR e Inpe. Segundo os acadêmicos responsáveis pela pesquisa, a maioria das rampas não está de acordo com as medidas e os elevadores costumam apresentar defeitos, o que prejudica quem precisa se locomover a andares superiores. Para a professora Daniela, o maior problema se encontra nos banheiros, tendo em vista que grande parte deles não tem portas e pias na medida correta. 

O mapeamento foi exposto no aplicativo Guia de Rodas, um app que pode ser baixado em qualquer telefone celular e serve para mostrar os locais com acessibilidade próximos a raio do GPS do celular. No aplicativo, é possível estabelecer uma rota e consultar se as áreas são acessíveis. Os acadêmicos acreditam que isso pode ajudar quem transita diariamente pelo campus e precisa se locomover de um prédio a outro. 

Para baixar o aplicativo, é preciso entrar na loja de aplicativos do seu smartphone Android ou iPhone. Ele é gratuito e não requer grande espaço de armazenamento. Lihana lembra que o aplicativo funciona de forma colaborativa. Qualquer pessoa pode contribuir e atualizar os dados na medida em que notar diferenças entre o que é apresentado no app e a realidade. Poucos cliques podem ajudar o cotidiano de muita gente.

Expediente:
Texto: Tayline Alves Manganeli, estudante de Jornalismo;
Fotos: Estevan Garcia Poll, Unidade de Comunicação Integrada
Arte de capa: Daniel Michelon De Carli, Unidade de Comunicação Integrada
Edição de Produção: Samara Wobeto, estudante de Jornalismo;
Edição geral: Luciane Treulieb e Mariana Henriques, jornalistas.

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