NOTAS MUSICAIS, JANELAS OU BURACOS PARA INSTALAÇÕES DE ARES-CONDICIONADOS?
O novo prédio do curso de Música, no campus da UFSM, deixou curiosos estudantes e servidores da Universidade. Projetado em 2009, o prédio tem chamado a atenção pelos níveis “desparelhos” das janelas. Muitos acreditaram que pudesse ser um erro na execução da obra, mas a arquiteta responsável pelo projeto, Gianine Mello, garante que sabia o que estava fazendo: “A diferença de altura de peitoril de janelas já foi utilizada em vários projetos no Brasil e em outros países, aqui a proposta foi relacionada com notas distribuídas em uma pauta musical”.
Segundo Gianine, o estudo do projeto começou com a comparação de alguns conceitos comuns entre música e arquitetura. Foi aplicado à construção o estudo do ritmo, que na música é no tempo e na arquitetura é no espaço; assim como a melodia e a proporção, elementos das duas áreas. Houve, ainda, uma comparação entre as figuras musicais, que marcam os tempos musicais, e os desenhos, utilizados em desenho urbano na arquitetura. “Dessa comparação, saiu a forma que deu origem ao primeiro prédio, baseada na figura musical ‘semicolcheia’, que tem uma barra horizontal de onde saem as notas. Não é uma tradução literal da figura, mas é a inspiração que levou a essa forma”, conta a arquiteta.
É POSSÍVEL ATIRAR OVOS DE UMA ALTURA DE 10 METROS E NÃO QUEBRÁ-LOS?
Sim, é possível! Alunos do primeiro semestre do curso de Desenho Industrial da UFSM promovem o evento “Ovos Voadores” desde 2004. A atividade consiste em construir uma embalagem, a partir de materiais orgânicos, que evite a quebra de ovos quando eles forem jogados do quarto andar do prédio do Centro de Artes e Letras (cerca de 12 metros de altura).
A indústria automobilística serve como inspiração para o experimento. Décadas atrás, os carros tinham uma lataria muito mais resistente do que a dos automóveis atuais. Porém, em um acidente, a forte estrutura não absorvia o impacto e a energia cinética da colisão ia para o motorista e os passageiros. Hoje, os automóveis são construídos para protegerem o que carregam. Para isso, a estrutura externa é que recebe todo o impacto. Partindo desse princípio, os “ovos voadores” que foram encobertos por materiais como massa de polenta ou de pão, que são maláveis e podem se deformar, sobreviveram à queda.
POR QUE DIZEMOS “CERRAÇÃO BAIXA, SOL QUE RACHA”?
Quando o nevoeiro, que chamamos de cerração, se dissipa, geralmente temos um belo dia de sol. O nevoeiro é a suspensão de gotículas de água ou cristais de gelo em uma camada de ar próxima à superfície da Terra. É uma nuvem cuja base está em contato com o solo. Em noites de céu limpo, ventos fracos e umidade relativa razoavelmente alta, o nevoeiro se forma devido ao resfriamento da superfície terrestre e do ar adjacente.
Frequentemente, ouvimos dizer que o nevoeiro “se levanta”. No entanto, não é isso que acontece. O sol aquece a Terra, que, por sua vez, aquece inicialmente o ar superficial. Consequentemente, o nevoeiro evapora a partir da base, dando a impressão de “levantamento”.
Colaboradores: professores Mario Lúcio Rodrigues e Simone Ferraz; arquiteta Gianine Mello