O Edelman Trust Barometer 2025 revela um cenário de crescente desconfiança global, impulsionado por preocupações com desigualdade, economia e tecnologia. Apenas 36% das pessoas acreditam que o futuro será melhor para a próxima geração, com pessimismo ainda maior nos países desenvolvidos. Além disso, há um aumento significativo no medo de perder empregos devido à globalização, recessão e avanços tecnológicos. A discriminação também é uma preocupação crescente, com quase 2/3 dos entrevistados temendo sofrer preconceito, independentemente de sua origem ou classe social.
A pesquisa destaca um forte sentimento de insatisfação com instituições como governo, empresas, mídia e ONGs. Cerca de 61% das pessoas acreditam que essas entidades dificultam suas vidas e favorecem interesses próprios e os mais ricos. Esse descontentamento também se reflete em uma aceitação crescente de ativismo hostil, com 40% dos entrevistados aprovando ações como espalhar desinformação ou até atos de violência para promover mudanças.
Diante desse cenário, o relatório enfatiza que nenhuma instituição pode reconstruir a confiança sozinha. Empresas, governos e organizações devem agir em conjunto para criar um impacto positivo e combater problemas como desinformação, desigualdade e mudanças climáticas. Os CEOs, em particular, têm o dever de agir quando seus negócios contribuem para questões sociais ou quando podem melhorar tanto a sociedade quanto o desempenho da empresa. Caso contrário, a falta de ação poderá intensificar a percepção negativa da ética e competência dos negócios, agravando ainda mais a crise de confiança global.
10 DESTAQUES DO ESTUDO
1. Maioria tem queixas contra o governo, as empresas e os ricos
Apenas 36% dos entrevistados acreditam que o futuro será melhor para a próxima geração. Nos países desenvolvidos, apenas 1 em cada 5 pessoas enxerga um futuro mais promissor.
2. Ressentimento generalizado corrói a confiança
Aqueles com um alto nível de ressentimento não confiam em nenhuma das quatro principais instituições (negócios, governo, mídia e ONGs), nem em CEOs ou na inteligência artificial.
3. Medos em relação à globalização, recessão e tecnologia aumentam
A porcentagem de funcionários preocupados com a perda de empregos devido a esses fatores cresceu significativamente em relação ao ano anterior.
4. O medo da discriminação dispara
Quase 2/3 dos entrevistados temem sofrer preconceito, discriminação ou racismo. Esse medo aumentou 10 pontos percentuais no último ano, com crescimento significativo em diversos países e grupos demográficos, incluindo entre brancos nos EUA.
5. Maioria não tem otimismo futuro
Globalmente, 61% das pessoas sentem um nível moderado ou alto de ressentimento, acreditando que governo e empresas dificultam suas vidas, servem a interesses restritos e beneficiam injustamente os mais ricos, enquanto o cidadão comum luta para sobreviver.
6. Baixa renda está presa na desconfiança
Entre os 25% mais pobres, o índice médio de confiança nas instituições é de apenas 48%. Empresas são 16 pontos menos confiáveis para pessoas de baixa renda do que para as de alta renda.
7. Quatro em cada dez aprovam ativismo hostil
Para promover mudanças, esse grupo aprovaria ações como atacar pessoas online, espalhar desinformação, ameaçar ou cometer violência e danificar propriedades públicas ou privadas. Esse sentimento é mais forte entre os jovens de 18 a 34 anos, com 53% apoiando tais medidas.
8. Alto nível de ressentimento pressiona os negócios
Entre aqueles com alto nível de ressentimento, as empresas são vistas como 81 pontos menos éticas e 37 pontos menos competentes em comparação com os que sentem menos ressentimento. Essas pessoas acreditam que as empresas não estão fazendo o suficiente para lidar com problemas como acessibilidade, mudanças climáticas, requalificação profissional, desinformação e discriminação.
9. CEOs: atuem onde podem fazer a diferença e melhorar o desempenho
Os CEOs são incentivados a abordar questões sociais quando suas empresas contribuem para o problema, quando há impacto negativo sobre seus stakeholders, quando podem causar um impacto positivo significativo ou quando isso melhora o desempenho dos negócios.
10. Os negócios não podem agir sozinhos: todas as instituições devem ajudar a construir confiança e lidar com o ressentimento
Todas as instituições devem trabalhar juntas para gerar resultados justos para todos, reconstruir o tecido social, promover informações confiáveis e restaurar o otimismo econômico.

Para ter acesso à edição completa do relatório de 2025, acesse: www.edelman.com/trust/2025/trust-barometer