Apesar de ser um dos dinossauros primitivos mais bem conhecidos, o esqueleto completo do Buriolestes schultzi ainda não é totalmente conhecido. A espécie foi escrita com base em um esqueleto parcial muito bem preservado. Logo após, um segundo esqueleto, ainda mais completo, foi anunciado. Além destes, elementos ósseos isolados têm sido descobertos na localidade em que os esqueletos foram escavados. Entretanto, mesmo juntando todos os elementos, ainda existem algumas poucas partes do esqueleto que não são bem conhecidas. Uma delas é o calcanhar, que carece de um astrágalo bem preservado em qualquer um dos espécimes. Na verdade, o primeiro esqueleto escavado preserva parte de um astrágalo, mas muito danificado. Este é um osso de grande interesse em estudos de dinossauros, uma vez que a anatomia do calcanhar é frequentemente utilizada como base para reconhecer as afinidades filogenéticas desses animais.

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Em um estudo publicado hoje no periódico Historical Biology pelo paleontólogo do CAPPA/UFSM Rodrigo Temp Müller, um novo astrágalo descoberto no sítio do Buriolestes schultzi é apresentado (veja a figura). Apesar de ser difícil atribuí-lo com segurança a espécie, é muito provável que ele tenha pertencido a um Buriolestes schultzi. Este material ajuda a entender como pode ter sido a anatomia do tornozelo deste dinossauro. É muito interessante o fato de que o osso carece de estruturas tipicamente relacionadas ao grupo dos terópodes, ao passo que se assemelha a condição comum de sauropodomorfos, como o Saturnalia tupiniquim. Essa condição reforça a ideia inicial de que o Buriolestes schultzi seria um dinossauro mais aparentado aos sauropodomorfos do que aos terópodes.

Créditos Imagem:

Fotografia por Carl De Souza (AFP);

Escultura digital do pé por Márcio L. Castro;

Escultura por Douglas M. Heman;

Esqueleto por Flávio A. Pretto;

Composição por Rodrigo T. Müller.