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Relatos – Educar e Cuidar



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17.07.2020

Por que tudo isso…? (Parte 5)

 

Por vezes, sinto necessidade de buscar em escritores, professores e pensadores algo já dito e que me conforta. A ação está em folear páginas e páginas de obras cujo título nos coloquem em situação de atenção, como é o caso dessa, de Mario Sergio Cortella, cujo título se dá por “Viver em paz para morrer em paz” e, em letras menores, completa: “se você não existisse, o que faltaria?”. Cortella tem esse imaginário lúcido e real de potencializar palavras, por isso me encanta. Confesso que, em alguns momentos, prefiro ouvi-lo, pois, sua oratória é, em todas as vezes, encantadora. Porém, ousaria dizer que me sinto (risos) como uma serpente Naja (ao defender-se, nessa semana, colocou um rapaz em coma pela picada e potência do veneno. Ele foi salvo pelo Instituto Butantã e obviamente, pelo soro produzido por lá) que surda por natureza, se encanta pelo movimento da flauta e, “dança”. Essa é apenas uma metáfora para dizer que me encanto pelo movimento produzido pelas palavras do autor, seja através da fala, seja através da leitura. O fato é que, deixemos a serpente exercer seus sentidos em habitat natural, especialmente para a sobrevivência e sendo o que é, um animal da natureza e merecedora da liberdade. 

E eu, volto cá às palavras escolhidas no capítulo “o que se aprende com o óbvio?”. 

“Podemos aprender que ninguém nasce pronto e vai se desgastando. Nós nascemos crus e vamos nos fazendo. Sim, isso é obvio, mas como eu aprendi? O que mais aprendi? Com quem? Por que eu aprendi? E o que deixei de aprender? Quais são todas as coisas que ainda não aprendi? Quando aprenderei? Sou sempre a minha mais recente edição, revista e ampliada (…). (…) Quando escrevemos, nunca sabemos como seremos interpretados. Às vezes escrevo algo com a certeza de que aquilo vai chamar a atenção, mas as pessoas só dão importância a algo a que não dei muita bola. É como se eu estivesse interessado no recheio e o leitor, na massa da empada, ou o contrário. Isso mostra que raramente a gente tem controle, mesmo em algo que antes parecia ser bastante previsível e, portanto, controlável. 

Mas é aí, na negação do óbvio, na eterna mutação do que está ao redor, que está a beleza da coisa”. 

Mais uma vez, através das palavras de quem admiro e tenho como referência, vou me despindo daquilo que aparentemente é obvio e dando lugar para o novo, a mudança, ao devir a ser.

 

  Graziela Franceschet Farias 
Professora do Departamento de Metodologia do Ensino/UFSM




A Educação em tempos de pandemia 

Eduarda Rodrigues Roubuste – Acadêmica Curso de Pedagogia Diurno e integrante GeoIntegra/UFSM

 

Vivemos em um momento em que o planeta paralisou, momento em que a incerteza tomou conta de nossos dias e nossa fragilidade foi exposta. A pandemia causada pelo novo coronavírus (covid-19) nos trouxe uma realidade jamais esperada, aquela em que palavras e expressões como quarentena, isolamento social, uso de máscaras e higienização rigorosa não faziam parte do vocabulário cotidiano. Foi necessário ressignificar, foi preciso achar soluções e sentido para continuarmos nossas vidas com esperança no ‘amanhã’. Assim, nesse momento, surgiram os conflitos e a análise do quanto não estávamos preparados para enfrentar uma pandemia. 

Como acadêmica do curso de Pedagogia e com experiência de auxiliar em instituições de ensino, foi possível ampliar ainda mais a visão diante da educação em tempos de pandemia. 

Um dos aspectos a serem mencionados é o uso das novas tecnologias como instrumento principal para o ensino remoto. Quando iríamos imaginar que as plataformas online seriam tão necessárias para manter vínculo entre as pessoas. O modo virtual de ensino na realidade brasileira não irá tão cedo substituir o ensino presencial. Porém, esses meios tecnológicos não podem ser desmerecidos e responsabilizados por uma sociedade que não os utilizou de forma relevante no âmbito educacional. 

Ao contrário de muitas falas que expressam os problemas solucionados, a inovação tecnológica surgiu muito antes da pandemia de covid-19. O acesso à internet e a equipamentos tecnológicos já fazem parte de nossas vidas há muitos anos. A carência de igualdade na acessibilidade das tecnologias de desvelou. Muito provável que se as tecnologias fizessem parte de forma integral no ensino, se professores e alunos fossem capacitados para o uso das mesmas e se toda população tivesse contato igualitário com as tecnologias em suas residências, neste momento o ensino não seria tão assustador. Certamente que, pós-pandemia, as tecnologias voltem a desenvolver suas funções, aquelas que são utilizadas de forma secundária para complementar o ensino e/ou para entretenimento. 

Observando as instituições de ensino básico, é notável enxergar a desigualdade entre instituições privadas e instituições públicas, embora as instituições privadas também têm déficit no ensino. O contexto em que a maior parte dos alunos de escola privada estão inseridos os possibilita ter acesso contínuo aos estudos e contato com os professores/colegas, mesmo que de forma online. Porém, é possível analisar que embora muitos pais estejam tendo mais tempo para auxiliar os seus filhos nas atividades pedagógicas, outros não conseguem auxiliá-los nas atividades e nas aulas online, pois trabalham em profissões que necessitam grande parte do seu tempo. Assim, muitos pais esperam por soluções da escola e, até mesmo, o retorno das aulas presenciais. 

Mas, a realidade encontrada em escolas públicas sempre se diferiu, não somente em tempos de pandemia. Sabemos que há muitas desigualdades no ensino, na estrutura escolar, na realidade vivenciada pelos alunos. No momento atual, a falta de acesso aos insumos tecnológicos, o ensino dependendo muito mais da autonomia dos alunos e familiares, alguns encontros ou nenhum encontro online com professores/colegas e, a realidade que muitas famílias estão vivendo por causa da crise (desemprego, falta de dinheiro, falta de comida, etc.), gerou ainda mais conflitos para os estudantes de instituições públicas. 

Como aluna de instituição pública durante o ensino fundamental, médio e superior, é possível vivenciar com as desigualdades no âmbito educacional, tendo em vista, que atualmente sentimos ainda mais o que durante anos fomos amenizando e convivendo. No contexto em que estou inserida, é possível ter acesso à internet e instrumentos tecnológicos, bem como, residir em um lugar com harmonia, conforto e que me possibilita tranquilidade no momento em que estamos vivenciando. Embora o ensino à distância esteja sendo um desafio diário a praticar, pelo fato de muitos alunos estarem em situações totalmente opostas da minha, a instituição optou de forma justa a ter um ensino moderado à distância, com poucos encontros online e poucas tarefas. 

As poucas tarefas que fazemos, são complicadas de executar, pois o pouco contato faz com que o entendimento sobre as mesmas fique raso. Além disso, a preocupação não só nossa de alunos, mas também de professores em relação ao ensino e como voltará às atividades presenciais, é algo que já virou rotina. 

Com toda diferença de vivências e realidades, tentamos cada um, do seu jeito, se reinventar e se encaminhar para dias melhores. É uma tarefa desafiadora para todos e, com certeza, um momento que ficará marcado em nossas memórias e histórias. Se há algum ponto positivo em tempos de pandemia, pode-se dizer que muitos se tornaram mais humanos, humildes e valorizando os pequenos detalhes da vida. Além disso, é necessário que saibamos utilizar deste momento trágico como exemplo para nos determos às desigualdades, o ensino e o uso das tecnologias pós-pandemia. 



Atividades realizadas em tempo de pandemia

Stefanie Puntel da Silva – Professora da Rede Particular de Educação de Santa Maria e integrante GeoIntegra/UFSM

 

Esse resumo tem como objetivo apresentar as atividades realizadas em tempo de pandemia, isolamento social e mudanças de rotina que todos, de uma forma ou de outra, estamos enfrentando e tentando superar com empatia, força de vontade e solidariedade.

Na atual situação, estamos lutando contra a pandemia da COVID-19, uma doença silenciosa e invisível, contagiosa e que vem se proliferando de uma forma nunca vista antes. Na sociedade, foram necessários alguns cuidados como: distanciamento social, higienização dos ambientes, mãos, alimentos e objetos pessoais, com o intuito de tentar controlar a contaminação em massa. 

Precisamos preparar nossa sociedade e a nós mesmos, para as dificuldades, estresses, medos que ainda estão por vir. Devido a situação atual em que estamos inseridos, muitas de nossas atividades foram canceladas, substituídas por trabalhos online, vídeo aulas, sem podermos ter contato direto com outras pessoas, cujo objetivo é objetivo é único: preservar a nossa e a vida de todos. 

Atualmente, estou trabalhando em uma escola particular, a Criança Sapeca, situada em Santa Maria/RS, com uma turma de maternal 1, na etapa da Educação Infantil. A escola se propôs a ajudar as famílias mais carentes do entorno da escola, alunos e familiares, arrecadando mantimentos, roupas e fabricando máscaras com tecidos doados por parceiros. Já referente as atividades educacionais, criamos um grupo no WhatsApp onde todos os pais têm acesso aos materiais postados a cada turma e disponibilizamos atividades impressas e outros materiais para os pais retirarem na casa da coordenadora ou, se necessário, entregamos nas residências. 

Como trabalho numa escola particular, não tivemos muitos problemas com as atividades e com o empréstimo de materiais para realizar as atividades solicitadas. Por outro lado, há dificuldade de alguns pais em não conseguirem ajudar seus filhos por falta de conhecimento ou algo semelhante. Nesses casos, enviamos vídeos curtos ou chamadas por vídeo com a explicação e execução das atividades propostas. A princípio estou trabalhando em casa, buscando referencial teórico, atividades lúdicas, artísticas a fim de qualificar, mesmo a distância, o ensino dessas crianças. Como já visto, são necessárias e de extrema importância atividades lúdicas, jogos, brincadeiras e o contato, mesmo a distância, com os pequenos.





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