O primeiro semestre letivo de 2025 iniciou com a realização das bancas de defesa de dissertação de Mestrado de Samara Letícia Wobeto e Andréia Primaz Eckhardt, e com a banca de qualificação de tese de Doutorado de Eduardo Ruedell.
A defesa da dissertação de Samara Wobeto ocorreu na tarde de 13 de março. O trabalho ‘Proposições teórico-práticas de acessibilidade comunicativa na formação de jornalistas’ trata da problemática da ausência de ensino de técnicas e teorias de acessibilidade, discussão de representação discursiva das pessoas com deficiência e do debate crítico sobre as formas com que o jornalismo pode reproduzir as barreiras de comunicação. Samara fez uma análise documental para mapear iniciativas de disciplinas do tipo em universidades federais brasileiras. Depois, a entrada em campo para coleta de dados se deu por meio da pesquisa participante, em conjunto com a docência orientada nas disciplinas de Jornalismo Impresso II (obrigatória) e na optativa Comunicação e Acessibilidade, criada a partir da dissertação. Os dados coletados foram essenciais para mapear a formação de jornalistas no tópico da acessibilidade comunicativa, e para experimentar o espaço da docência a partir da base teórico-metodológica de Paulo Freire, com valorização da pergunta, do diálogo, da esperança, do contexto e das experiências das e dos estudantes, entre outros elementos. Por fim, a dissertação apresenta diretrizes para a inserção da acessibilidade comunicativa na formação de jornalistas, e formas de incorporar estes saberes tanto em disciplinas basilares do Jornalismo, como fotografia e entrevista, quanto em disciplinas comuns à outros cursos da Comunicação, com tópicos de cidadania e democracia, por exemplo. Também foram criadas as ementas e planos de ensino de disciplinas específicas de Comunicação e Acessibilidade e Jornalismo e Acessibilidade. O trabalho pode ser acessado por meio deste link.
A segunda banca de mestrado foi realizada no dia 18 de março com a acadêmica Andreia Primaz Eckhardt, que defendeu a dissertação “Midiatização presidencial: uma análise das estratégias enunciativas do último debate televisivo das eleições de 2022”, que teve como banca a orientadora Profa. Dra. Viviane Borelli e as avaliadoras Profa. Dra. Aline Dalmolin e Prof. Dra. Ana Paula da Rosa. A pesquisa teve como problemática central investigar como, em um contexto de polarização política no Brasil, os candidatos à Presidência do Brasil produziram estratégias enunciativas no último debate televisivo do 2º turno das eleições de 2022, a partir da discussão dos conceitos de polarização, midiatização presidencial e debates televisivos. A partir da construção teórica da dissertação e de um olhar atento para o objeto empírico, foram identificadas e analisadas quatro estratégias enunciativas: embate, autopromoção, emoção e ironia, a partir da sociossemiótica veroniana. De forma que fora observado que todas elas se entrelaçam, o que evidencia a complexidade das processualidades da midiatização ao se analisar fragmentos do tecido social sob a perspectiva comunicacional, como bem destacado ao longo da construção teórica da pesquisa. A dissertação está disponível neste link.
Já na manhã do dia 22 de abril, Eduardo Ruedell realizou exame de qualificação de sua tese de Doutorado, intitulada “Burning Down the House: Disputas de Sentidos e Midiatização em Movimentos Pós-fascistas Franceses”. A banca de avaliação foi formada pela orientadora, Dra. Viviane Borelli, e pelas avaliadoras Dra. Heike Graf (Södertörns högskola, Suécia), Ana Paula da Rosa (UFRGS) e Laura Wottrich (UFSM). A pesquisa lida com a formação de novos movimentos radicais na França, classificados como pós-fascistas, e como esses atores disputam sentidos em torno da noção contestada de justiça social em um contexto marcado pela midiatização. A trabalho de de Eduardo com movimentos franceses iniciou-se ainda durante seu mestrado (2021-2023), e sua atual investigação é fruto de desdobramentos observados durante estágio de pesquisa realizado em 2024 junto à Södertörns högskola (Suécia) sob orientação de Isabel Löfgren, com apoio financeiro CAPES PDSE. A pesquisa de doutoramento de Eduardo é financiada com recursos CAPES DS.