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Que tipo de crise não merece um RP?



Por Guilherme Alf (Relações Públicas, Autor do livro “O manual do novo RP”)

 

Nos últimos dias um caso de assédio em rede nacional movimentou as redes sociais. Mc Guimê e o lutador Cara de Sapato foram expulsos do BBB 2023 após assediarem uma participante durante uma festa. Como é comum nestes casos, vi muita gente falando sobre os danos à imagem dos dois participantes (um deles é cantor, o outro lutador profissional), o que não deixa de ser uma preocupação válida. Porém é preciso tomar cuidado, pois a imagem aqui não é a prioridade. Estamos falando de uma mulher que foi assediada e a imagem de quem cometeu o assédio não pode ser a maior preocupação.


O ponto fundamental desta discussão é entender que o papel de um relações públicas não pode ser “limpar a barra” de quem comete um assédio. Não podemos confundir uma fala mal colocada com um assédio ou então uma atitude intempestiva com um assédio. Estamos falando de algo muito sério e que deixa para um segundo patamar os danos à imagem de quem está envolvido diretamente. É importante lembrar que a vítima precisa ser a prioridade, que devemos nos preocupar é com ela, que devemos (enquanto sociedade) é trabalhar para que não haja outra vítimas. Quando a gente coloca muita luz em cima dos danos à imagem e consegue reverter podemos estar gerando um efeito perigoso, mesmo que de maneira involuntária: “eu faço o que eu quero e depois chamo um RP para limpar a sujeira”.


Isso significa que pessoas públicas (ou não) que cometem assédio (ou outra atitude de tal gravidade) não merecem um trabalho de relações públicas? Em um primeiro momento não, ou seja, a prioridade é que estas pessoas passem pelos “julgamentos”, punições e aprendizados necessários para que compreendam os seus erros e não voltem a repetir tal comportamento. Só depois dessa etapa (que pode levar um bom tempo) é hora de se preocupar em reconstruir a imagem que foi afetada. A questão toda é que não podemos deixar a imagem ser mais importante que a mudança de comportamento, a pena de estarmos sendo usados como bombeiros de incêndios que causam danos e que podemos ter consequências eternas para as vítimas.

 

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