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Reflexões sobre a crise na DM9: o que o Novo Mundo espera da publicidade



Por Gisele Lorenzetti (CEO da LVBA Comunicação)

 

Ao observar a crise que hoje envolve a agência DM9, me veio à mente uma pergunta essencial: qual é, afinal, o propósito de uma agência de publicidade?

Tive o privilégio de fazer essa pergunta, anos atrás, a Alex Periscinoto, um dos pioneiros da propaganda no Brasil. Sua resposta foi direta: “A agência existe para resolver o problema do cliente. Não para ganhar prêmios.”

Na época, ele já criticava um modelo de agência que prioriza a criatividade (por vezes genial, é verdade), mas com o objetivo principal de faturar “Leões”.

Esse propósito — ganhar prêmios a qualquer custo — é arriscado. Muitas vezes, leva à adoção de práticas pouco republicanas, como a produção de peças que nunca foram veiculadas apenas para gerar visibilidade, ou, mais recentemente, o uso questionável de ferramentas de inteligência artificial.

Mas há algo ainda mais profundo por trás de crises como essa.

Sempre digo em aulas, palestras e na gestão de crises: Toda crise acontece quando os valores organizacionais não existem, são mentirosos ou foram desrespeitados.

Procurei os valores da DM9 e não encontrei. Aqui no LinkedIn, a agência se apresenta como “uma das agências mais criativas do mundo, pronta para ser uma das agências mais criativas do Novo Mundo”.

Mas afinal: esse Novo Mundo pede por quais valores?

Hoje, o mundo pede relações mais respeitosas — nas trocas comerciais, com as pessoas e com o planeta. E isso só é possível graças à letra “G” de Governança, talvez a menos falada da sigla ESG, mas, sem dúvida, a mais estruturante.

Onde falta governança, falta respeito.
Onde não há valores explícitos, não há valores na liderança.

Esta é a nova ordem das coisas. Este é o Novo Mundo.

A DM9 é uma marca forte, tem sucesso em seu DNA e um colchão reputacional sólido. O desafio agora é saber se essa reputação acumulada será usada como capital para escrever um novo capítulo.

Quem sabe a partir daqui possa surgir um modelo de governança que inspire o mercado — outras agências, lideranças e profissionais.

Porque erros acontecem. O importante é como se aprende com eles.

 

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