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Pesquisa do IBGE revela dados sobre uso de sistemas de alerta, planos de contingência e ferramentas de comunicação no RS



Os resultados mais recentes da Pesquisa de Informações Básicas Municipais – MUNIC 2024, divulgados pelo IBGE, trazem evidências importantes sobre a capacidade comunicacional dos municípios do Rio Grande do Sul frente ao maior desastre climático da história do estado. Mais de 90% das 459 cidades gaúchas foram afetadas por eventos extremos em 2023 e 2024, e os dados mostram que, embora haja avanços significativos na comunicação institucional, persistem lacunas estruturais que impactam diretamente a gestão da crise.

Um dos pontos de maior destaque é o papel da comunicação de risco. Segundo o levantamento, 63% dos municípios emitiram alertas durante os eventos climáticos, um índice relevante, mas insuficiente diante da gravidade das ocorrências. O dado mais preocupante é que um em cada quatro municípios não possui sistema de alerta, evidenciando fragilidades na capacidade de avisar a população com antecedência, coordenar respostas e mitigar danos. A ausência desses sistemas compromete tanto a segurança dos cidadãos quanto a credibilidade das prefeituras na gestão do risco.

 

 

Segundo o relatório da pesquisa, “A importância desses sistemas se torna ainda mais evidente em cenários como o da tempestade de abril de 2024, no Rio Grande do Sul, onde a possibilidade de inundações e deslizamentos exige que as autoridades locais adotem estratégias proativas de comunicação e de prevenção, visando à proteção dos cidadãos e à salvaguarda das infraestruturas urbanas.”

A pesquisa também revela que a maioria dos municípios possui plano de contingência de defesa civil (84,5%), mas nem todos o executaram durante os eventos. As justificativas mais comuns, falta de treinamento técnico e escassez de recursos materiais, apontam para um problema de comunicação governamental: o descompasso entre o planejamento formal e sua operacionalização. Planos que não são ativados geram ruído na percepção pública e podem deteriorar a confiança institucional, especialmente em situações de emergência em que a comunicação precisa ser clara, rápida e coordenada.

 

 

Por outro lado, a MUNIC 2024 mostra avanços expressivos na presença digital das prefeituras. Quase todos os municípios gaúchos possuem site (98,6%) e perfil em redes sociais (95,4%), e mais da metade atualiza seus canais diariamente. Em contextos de crise, essa infraestrutura digital é um ativo estratégico: ela permite que governos municipais publiquem alertas, orientações, rotas de fuga, informações sobre abrigos e atualizações sobre danos em tempo real.

A tendência aponta para uma consolidação da comunicação pública em ambientes digitais, fortalecendo o relacionamento com a população e ampliando o alcance das mensagens oficiais, especialmente em cenários de rápida evolução, como enchentes e deslizamentos. Segundo o relatório, 381 (83,0%) municípios gaúchos atingidos pelo evento climático utilizaram ferramentas de comunicação para informar a população sobre a situação do desastre: 341 faziam uso de redes sociais (X/Twitter, Facebook, Instagram, Bluesky, TikTok, etc.); 318 utilizavam website/portal da prefeitura; 275 usavam aplicativos de mensagens e SMS (WhatsApp e Telegram por exemplo) e 262 deles recorreu à mídia local (rádio, TV e jornal).

 

 

Em crises prolongadas, em que a legitimidade das instituições é constantemente testada, mecanismos de transparência são essenciais para manter a confiança pública, sobretudo quando danos humanos e materiais atingem grandes parcelas da população. Mais de 95% dos municípios possuem estrutura de controle interno, e 59% disponibilizam informações em portais na internet.

A MUNIC 2024, portanto, oferece um panorama sobre como a comunicação – ou sua ausência – influencia a gestão de crises climáticas no Sul do país. O cenário gaúcho revela progressos importantes na comunicação digital e institucional, mas também aponta vulnerabilidades críticas em alerta precoce, capacidade operacional e integração entre planejamento e execução.

Em um contexto de eventos extremos cada vez mais frequentes, fortalecer a comunicação pública não é apenas uma estratégia de gestão: é uma necessidade vital para a segurança e a resiliência das comunidades.

 

Acesse a pesquisa completa aqui.

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Fonte: Pesquisa MUNIC 2024

Perfil dos Municípios Brasileiros: 2024 / IBGE, Coordenação de População e Indicadores Sociais. Rio de Janeiro: IBGE, 2025. 160p. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=2102224

 

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