A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), por meio do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI), sediou entre os dias 15 e 18 de outubro de 2025 o VII Congresso de Pesquisadores Negros e Negras da Região Sul – COPENE/Sul. O evento integra a rede articulada pela Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN) e reúne NEABs, NEABIs e instituições de ensino e da educação básica do Sul do Brasil, consolidando-se como um espaço estratégico para a valorização das histórias, culturas e trajetórias acadêmicas negras.
Com o tema “Resistências ao Sul do Sul: Tecendo as Cosmospercepções para o Bem Viver”, o congresso destacou a importância da produção científica comprometida com justiça social, enfrentamento ao racismo e afirmação das múltiplas epistemologias negras.
Entre os grupos presentes, o PET Saúde Equidade da UFSM teve participação ativa, reafirmando seu compromisso com a promoção da equidade racial e com a construção de práticas antirracistas na educação e na saúde pública. Estudantes bolsistas e a orientadora de serviço, Enfermeira Leila Coutinho, integraram debates e atividades formativas, além de apresentarem trabalhos desenvolvidos a partir das vivências nos campos de prática.
As apresentações incluíram as ações “Escuta ativa e desabafos: o curso de design de moda afro como ambiente de acolhimento antirracista” e “A importância da formação com as trabalhadoras e os trabalhadores do SUS no município de Santa Maria/RS”, ambas voltadas à capacitação de profissionais do SUS, dentro da temática “Saúde que Acolhe entre Cores e Amores”.
O grupo também participou da gravação de um podcast com a Dra. Alva Helena de Almeida, mediado pela Prof.ª Monalisa Siqueira, coordenadora de um dos eixos do congresso. A conversa abordou a importância da autodeclaração de cor na Atenção Primária à Saúde, tema central nas discussões sobre equidade no atendimento e produção de indicadores de saúde.
Um dos estudantes presentes relatou a potência da experiência:
“Foi legal participar do COPENE, pois eu nunca havia estado em um ambiente com tantos pesquisadores negros ao mesmo tempo, e isso dialogou diretamente com o tema do meu trabalho. O evento se configurou como um espaço de discussões sobre as temáticas de interesse do povo negro da região sul. Perceber o carinho das pessoas que deixaram suas atividades para assistir à minha apresentação foi singular. E saber que as mulheres citadas em meu trabalho estavam presentes e se sentiram representadas aumentou ainda mais minha satisfação em participar.”
Depoimentos como esse evidenciam o impacto formativo e humano do congresso e reforçam que o PET Saúde Equidade segue firme na construção de uma sociedade mais justa, plural, antirracista e com equidade, fortalecendo o papel do ensino, pesquisa e extensão na transformação social.