Tendo em vista o contingenciamento orçamentário, a gestão da UFSM tem trabalhado em diversas frentes para reduzir gastos em áreas como energia elétrica, água, manutenção geral, limpeza, vigilância, entre outras. Como uma das ações, nesta terça-feira (8), o Gabinete do Reitor, junto às Pró-Reitorias de Administração, Infraestrutura, Planejamento e à Comissão de Gestão Energética, publicou memorando em que determina recomendações de racionamento de energia nos campi:
– Ligar o ar-condicionado apenas entre 10h e 17h, quando a sensação térmica estiver acima de 25ºC e houver pessoas na sala. Exceção são setores cujo uso é obrigatório, como biotérios, laboratórios, etc.
– Desligar aquecedores de água (quentinhas) a partir das 18h em prédios nos quais não ocorram aulas noturnas; e, a partir das 21h, em prédios com aulas à noite.
– Desligar luzes, aparelhos de data-show, computadores, impressoras e outros equipamentos elétricos ao sair das salas de aula e demais locais de trabalho.
– Evitar o uso de frigobares individuais, dando preferência a geladeiras coletivas.
– Orientar que equipamentos elétricos não sejam usados no horário compreendido entre 18h e 21h, quando o custo da energia chega a ser 15 vezes maior.
O gasto anual da UFSM com energia elétrica é de R$ 12 milhões e a expectativa com essas medidas é de gerar uma economia de 20%. A maior preocupação é com os condicionadores de ar, pois são os equipamentos que mais consomem energia e estão presentes em salas de aula, setores e Casa do Estudante. De acordo com os cálculos do professor Maurício Sperandio, membro da Comissão de Gestão Energética, em geral, as salas de aula da UFSM têm dois aparelhos de 18.000 BTUs, cada um com potência média de 1,5 kW. Funcionado por uma hora, eles gastam em torno de R$ 1,57. Considerando 8 horas por dia, 20 dias por mês, uma sala de aula gasta aproximadamente R$ 250,00, além da iluminação e projeção.
Da mesma forma, aquecedores de água para chimarrão (quentinhas) consomem muita energia. Por exemplo, considerando um aparelho de 25 litros, com uma resistência de 4 kW, que leva em torno de 30 minutos para atingir 75°C, gasta-se em torno de R$ 13,33 por dia.
De acordo com o vice-reitor, professor Luciano Schuch, “essas medidas são necessárias para sobrar recursos para manter outras atividades funcionando como a assistência estudantil”.
Ações de eficiência energética na UFSM
A Comissão de Gestão Energética, que atua desde 2017, desenvolve projetos para gerenciar de maneira eficiente o uso da energia na universidade. O objetivo é buscar alternativas para a otimização do sistema e a redução dos gastos com energia elétrica.
Ao participar do Programa de Eficiência Energética da RGE Sul e Companhia Piratininga de Força e Luz (CPFL), lançado em abril de 2018, a UFSM recebeu um investimento de R$ 1 milhão para modernização do sistema de iluminação e de geração de energia do campus sede.
Em junho de 2018, foi concluída a troca de 1.300 lâmpadas fluorescentes instaladas em salas de aula e demais espaços internos da Universidade por lâmpadas LED, que consomem menos energia e têm maior durabilidade. Além disso, ao longo da Avenida Roraima, 56 luminárias de vapor de sódio foram substituídas por luminárias LED. Essa substituição gera uma economia de R$ 140,00 por dia.
Em novembro de 2018, foi inaugurada a Usina de Microgeração Solar Fotovoltaica com potência de 100 kWp. Analisando um período de 272 dias, a Usina gerou 96,243 MWh, os quais foram consumidos pela própria universidade. Neste período, a UFSM economizou R$ 50 mil na conta de luz ao produzir parte de sua própria energia.
Em maio de 2019, a UFSM lançou o Sistema Inovador de Gestão e Gerenciamento de Energia Elétrica, resultado de três anos de pesquisas conduzidas junto ao Centro de Tecnologia (CT), com o financiamento da CPFL Energia. Segundo o diretor do CT, professor Tiago Marchesan, há no projeto uma importante relação entre o ensino e a pesquisa aplicada, gerando soluções inovadoras para a sociedade. “Somos pioneiros no Brasil no desenvolvimento desse sistema”, afirmou.
O sistema abrange 60 medidores de energia individualizados, instalados nas diferentes unidades acadêmicas do campus sede. Permitindo o acesso remoto, inclusive via smartphone, o sistema possibilita o monitoramento em tempo real do consumo de energia elétrica nos principais prédios do campus. Desta forma, a gestão da universidade busca identificar possíveis gargalos e atuar de forma mais eficiente na redução dos gastos e nas recomendações quanto ao uso de energia elétrica.
Texto: Unidade de Comunicação Integrada