No dia 12 de agosto, o aluno Marcos Felipe Gomes Pontes apresentou seu relatório de estágio do curso Técnico em Enfermagem. Com o título “Acessibilidade na comunicação nos Serviços de Saúde do SUS: vivências de um estudante do Curso Técnico em Enfermagem”, o trabalho contou com a orientação da professora Laura Ferreira Cortes e o apoio dos intérpretes de Libras Nelson Rodrigues Cezar, Renata Cassol da Rosa da Silva, Rosana Roso Rocha Cezar e Grace Kelly Mendes. A apresentação ocorreu na sala 309 do Colégio Politécnico. Para Marcos, desenvolver esse relatório de estágio mostrou a importância de promover a acessibilidade para os serviços de saúde no SUS e demarcou a ausência de falantes de Libras para a comunicação com pessoas surdas nesse contexto.
O aluno conta que sua formação no Colégio Politécnico como Técnico em Enfermagem, que se iniciou em 2020 e segue até o final do ano de 2022, demanda bastante esforço e que seus estudos estiveram sempre acompanhados por intérpretes de Libras. Por meio do estágio, que ele considerou uma experiência muito importante, aprendeu sobre como, no futuro, poderá ajudar a oferecer um melhor atendimento de saúde às pessoas surdas. Em uma Unidade Estratégica de Saúde da Família (UESF), durante seu estágio, Marcos relata um caso de uma uma mulher surda com dúvidas importantes sobre sua própria saúde, que ele pôde ajudar com orientação e administração de medicamentos. Ele pretende utilizar seus conhecimentos para atuar no SUS e também em hospitais e clínicas particulares, sempre aplicados na comunicação dos serviços de saúde. Marcos ainda ressaltou a necessidade de cursos de Libras básico para as pessoas que trabalham nesses locais, assim como uma disciplina de Libras na faculdade, tanto para a área médica, de enfermagem e demais áreas da saúde, assim como a presença de intérpretes nesses locais.
A Professora Laura, que acompanhou e orientou o aluno, relata que o processo foi um grande desafio para a área de saúde, já que foi a primeira vez que se realizou uma orientação de pessoas surdas na área da Saúde na UFSM. O desafio está, sobretudo, no fato de que há pouco contato com Libras, por ter sido um assunto tema de disciplina incluída recentemente no currículo dos cursos de saúde, ainda como optativa. O Núcleo de Acessibilidade da UFSM teve um papel essencial, já que viabilizou a interpretação tanto das atividades práticas quanto teóricas. Além disso, Marcos faz uso de ferramentas de tecnologia para auxiliar sua comunicação quando não está com intérpretes. Para a docente, esse aprendizado mostrou a importância da inclusão e a necessidade das instituições estarem mais preparadas para receber e orientar esses estudantes. A dedicação e esforço de Marcos também foram ressaltados, assim como a necessidade de adaptação da linguagem técnica na formação de enfermagem.
(Texto: Assessoria de Comunicação do Colégio Politécnico/ Fotos: prof. Laura Ferreira Cortes)