Foi realizada na terça-feira (31) a solenidade de entrega do Prêmio Pesquisador Gaúcho 2023, promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs). Três docentes da UFSM foram contemplados neste ano, entre eles: Anselmo Peres Alós, na área de Artes, Letras e Linguística. Com o tema “Ciência e Inovação: alicerces do futuro”, o Prêmio buscou reconhecer o trabalho de pesquisadores e profissionais que se destacaram na academia, nos setores público, industrial, empresarial e na área de comunicação.
Saiba mais sobre o premiado:
Artes, Letras e Linguística: Anselmo Peres Alós
Agraciado pelo prêmio na área de Artes, Letras e Linguística, o professor Anselmo Peres Alós, atua na UFSM como docente de graduação do Departamento de Letras Vernáculas, nas disciplinas de literatura brasileira, literaturas africanas de língua portuguesa e teoria literária. Já na pós-graduação ministra disciplinas voltadas para questões de gênero, raça e sexualidade na literatura brasileira. Em seu projeto de pesquisa, financiado com bolsa de Produtividade em Pesquisa do CNPq, investigou especificamente questões de autoria e de representação de subjetividades transexuais na literatura brasileira.
Anselmo explica que há duas esferas fundamentais para a concessão do prêmio: a atuação na formação de recursos humanos e a produção intelectual, ou seja, as publicações. O professor afirma que atua de forma intensa nesses dois campos, com alta produtividade e impacto e com a inserção de egressos no mercado de trabalho. “Meus orientandos e ex-orientandos, atualmente, estão em atividade em importantes instituições, como a UFPR, a UFRGS, a UEMA, a UFSSPA e a imprensa do Governo Estadual do RS, e a Secretaria Estadual de Educação. Parte da relevância da minha atuação deve ser creditada ao sucesso profissional que eles alcançaram, dando visibilidade estadual e nacional ao nosso Grupo de Pesquisa”, explica.
Mesmo com a atuação já consolidada, o professor conta que não esperava pelo prêmio, mas afirma estar lisonjeado. Anselmo destaca a importância de todo reconhecimento ao trabalho de pesquisa nas áreas das Humanidades, principalmente, se o conhecimento produzido estiver atrelado às questões sociais e de direitos humanos, áreas tão atacadas e desvalorizadas. Para ele, a pesquisa acadêmica não pode estar afastada da interação com o ensino e a extensão. “Produzir conhecimento na área das humanidades não faz sentido se esse conhecimento não estiver atrelado à busca por justiça social, por equidade de gênero, por uma visão de mundo antirascista, antimachista e anti-homo/transfóbica. […] Minha atuação como intelectual, educador e pesquisador só faz sentido na medida em que puder usar o espaço de privilégio que ocupo, como homem gay, branco e cis, para dar voz àqueles que ainda não dispõe da legitimidade acadêmica que eu possuo”, finaliza.
Texto originalmente produzido por: Júlia Weber, estudante de jornalismo e estagiária da Agência de Notícias e Gabriela de Almeida, estudante de jornalismo e bolsista da Proinova, e João Ricardo Gazzaneo
Fotos: Solange Prediger