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Pesquisadores apresentam resultados preliminares do mapeamento da comunidade acadêmica da UFSM na catástrofe socioambiental



Ao longo do mês de maio, acompanhamos consternados a situação enfrentada pelo nosso estado diante das chuvas intensas, enchentes e desmoronamentos. Até o momento, foram registradas 173 mortes e cerca de 800 feridos, 38 pessoas ainda encontram-se desaparecidas e mais de 600 mil habitantes ficaram desabrigados. Nos campos e nas cidades, são inúmeros os animais mortos ou desaparecidos, além daqueles que se encontram perdidos e espalhados em abrigos nos municípios. De um total de 497 cidades do Rio Grande do Sul, em torno de 96% sofreram algum tipo de danos.

Neste contexto de incertezas, buscando contribuir na compreensão das consequências deste evento climático extremo, foi criado um grupo de trabalho composto por docentes e discentes do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (UFSM), membros do projeto Observatório da Desigualdade e do Laboratório de Investigação Sociológica (LabIS).  A equipe vem desenvolvendo ações com o fim de ajudar na identificação dos impactos do evento e subsidiar ações de reparação e prevenção.

Os dados foram reunidos através da aplicação de questionário, ao longo dos dias 11 e 26 de maio de 2024. O universo de pesquisa foi composto por 894 participantes distribuídos nos diferentes campi da Universidade Federal de Santa Maria (Santa Maria – SEDE 85,23%, Cachoeira do Sul 9,51%, Frederico Westphalen 5,15%, Palmeira das Missões 0,11%). O perfil dos respondentes corresponde a 65,2% graduandos, 22% pós-graduandos, 8,1% docentes efetivos, 3,8% técnicos-administrativos, 0,3% terceirizados, 0,2% docentes substitutos, 0,2% docentes voluntários e 0,1% docentes aposentados. Quanto ao perfil étnico-racial, a pesquisa aponta participantes majoritariamente autodeclarados brancos (83,4%), cerca de 16% se reconhecem pretos ou pardos, 0,3% indígenas e 0,3% de origem asiática.

A pesquisa utilizou a abordagem quanti-qualitativa, combinando a coleta e análise de dados numéricos para identificar padrões e testar hipóteses, com métodos que focam na exploração profunda de conceitos e experiências através de dados não numéricos. O tipo de amostragem empregado foi o snowball sampling, onde os participantes iniciais indicam novos participantes entre seus conhecidos, formando uma cadeia de recrutamento útil para acessar populações difíceis de alcançar. Com ênfase metodológica no estudo das interações cotidianas, a pesquisa buscou contribuir na compreensão deste evento climático extremo, proporcionando uma visão abrangente das l´´ogicas sociais presentes em contextos de risco.

Os dados coletados pela pesquisa, evidenciaram que 39,6% dos participantes estuda, 32% estuda e trabalha e 28,4% estuda e tem bolsa; e que dos estudantes respondentes, cerca de 16% possuem o benefício socioeconômico. No momento da pesquisa, 56,5% do total de participantes declararam estar em Santa Maria, 22,8% encontrava-se em município atingido pelo desastre, 17,7% estava em municípios não-atingidos e 3% estaria fora do RS. Quanto à área do domicílio usual (antes do evento climático extremo), 85% afirmou que não era considerada área de risco, 12,1% não tinha certeza e 2,4% confirmou que já se tratava de área de risco.

Em relação à catástrofe socioambiental vivenciada no Rio Grande do Sul, os participantes relataram danos materiais e de serviços, simbólicos e/ou psicológicos, a si e/ou a terceiros. Acerca das perdas e danos, em questão de múltipla escolha, 102 participantes declararam que foram afetados, 723 afirmam não terem sido afetados diretamente e 414 respondentes informaram que pessoas próximas foram afetadas. Nos espaços destinados para relatos e informações adicionais, dentre as palavras mais citadas estão: “afetados”; “água”; “danos”; “família”; “necessidade”; “saúde”; “segurança”; “psicológico”.

A pesquisa evidencia a gravidade dos eventos climáticos extremos no Rio Grande do Sul e destaca a resposta ativa de pesquisadores da UFSM para compreender e mitigar os impactos. A abordagem metodológica combinada quanti-qualitativa proporciona uma análise abrangente das consequências socioeconômicas da catástrofe. Os dados coletados revelam a amplitude dos danos e a necessidade urgente de ações de reparação e prevenção contra futuras consequencias de desastres climáticos. Este tipo de pesquisa é crucial para desenvolver estratégias eficazes de resposta a desastres, promovendo resiliência e mitigação em comunidades vulneráveis.

  • Confira o relatório técnico dos resultados parciais da pesquisa: acesse aquí.
  • Siga nosso perfil no Instagram e acompanhe nossos trabalhos: @labis.ufsm
Como citar: Sandalowski, M. C., Salkovski Junges, M. B., Sena Fernandes, F., Quevedo Silva, E., Quintana Guidotti de Ornelas, N., Tavares da Costa, R., Gubiani de Oliveira, P. L., Stahl Pereira, L., Müller, M., Moreira Lopes, E. A., & Saciloto Paulon, T. (2024). Relatório Técnico – Mapeamento sobre a situação da comunidade acadêmica da UFSM [Data set]. Zenodo. https://doi.org/10.5281/zenodo.12521337

*Matéria produzida pelo bolsista Eric Quevedo Silva.

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