Na tarde da última sexta-feira, 29, foi realizada a primeira colheita de arroz sem agrotóxico na Várzea – localizada no campus da UFSM – por alunos do Grupo de Pesquisa do CNPq em Arroz e Uso Alternativo de Várzeas (Gpai), coordenados pelo professor Enio Marchesan.
De acordo com Marchesan, a ideia de realizar o plantio de arroz sem o uso de agrotóxicos surgiu como uma maneira de viabilizar oportunidades aos produtores e, assim, dar valor ao seu produto, além de oferecer outras possibilidades de escolha aos consumidores.
Cerca de 70 sacos foram colhidos e, agora, serão tratados pela empresa Solstbio, de Santa Maria, referência no mercado de orgânicos. “Estão nos dando apoio para entregarmos o produto para, então, fazerem o processamento. Nós produzimos e eles seguem os passos seguintes, como secagem e limpeza”, explica o professor.
Após o tratamento, o Gpai vai analisar tanto as formas de apresentação desse produto (se vai ser embalado a vácuo ou em saquinhos, por exemplo) quanto para quem será destinada a colheita. “Estamos discutindo com a UFSM para ver o que vai ser feito com esse arroz e como se dará a divulgação desse trabalho, para que possamos não só conquistar mais parceiros, como também estimular mais pessoas, técnicos, produtores e alunos em prol desse trabalho que desenvolvemos. A Universidade, por sua vez, deve estar envolvida com ensino, pesquisa e extensão, para que possa auxiliar no melhor entendimento dos procedimentos de alimentos orgânicos”, comenta Enio.
Diferenças entre orgânico x sem agrotóxico
Segundo o professor Enio, para que um arroz seja considerado orgânico, é preciso que ele possua uma série de normas, além de passar por um processo de certificação final. O colhido na sexta-feira atende exatamente às mesmas normas do orgânico, porém não possui o selo de certificação.
“Por isso não podemos chamar esse de arroz de orgânico, porque não tem o selo, mas atende todos os procedimentos do sistema orgânico”, finaliza.
Texto: Andréa Ortis/ Bolsista NDI PRE